Por Pedro Pereira
No sábado passado (7), o Amazonas Futebol Clube, de Manaus, Amazonas, garantiu o acesso ao Campeonato Brasileiro Série B da próxima temporada somente quatro anos após a sua fundação. Esta será a primeira vez desde 2006 que o Estado da Região Norte do Brasil será representado na segunda divisão nacional. O santa-mariense Mateus Bolivar, ex-analista de desempenho do time, faz parte desta história.
No fim de 2022, em 27 de dezembro, o Aurinegro oficializou a contratação do profissional para a comissão técnica do elenco, liderada pelo treinador, natural do município de São Leopoldo, Rio Grande do Sul, Rafael Lacerda. Com os gaúchos no comando, o jovem clube conquistou o título do Campeonato Amazonense de 2023, também conhecido como “Barezão”, e a vaga para o quadrangular final da Série C após a 3ª colocação na primeira fase.
Entretanto, após duas derrotas seguidas para o Botafogo, de João Pessoa, Paraíba, e para o tradicional Paysandu, de Belém, Pará, a alta cúpula do Amazonas decidiu que não iria mais contar com os trabalhos do treinador leopoldense e seus colegas. Conheça, abaixo, o começo da trajetória de Bolivar e sua passagem pela mais nova sensação do cenário nacional, a “Onça Pintada”.
Início e ascensão
“Cria” do Coração do Rio Grande, o analista de desempenho iniciou sua carreira no futebol nas categorias de base do Internacional de Santa Maria, mas como preparador de goleiros. De 2010 a 2012, ele permaneceu trabalhando com os guris da Baixada até que, no último ano, recebeu um convite do ex-jogador do Alvirrubro e então encarregado por treinar os “arqueiros” do elenco profissional, Anderson Cebola, para ser seu auxiliar.
Bolivar fez parte da comissão técnica do Inter-SM neste cargo nas temporadas de 2013, 2014 e 2016. Foi apenas em 2017 que o santa-mariense assumiu a função que ocupa nos dias de hoje, com a chegada do técnico Vinícius Munhoz – que recentemente comandou o time da Ferroviária, de Araraquara, interior de São Paulo, e atualmente está sem clube.
Apesar de ser natural de Santa Maria, não foi pelo Alvirrubro da cidade que o analista de desempenho conquistou seu primeiro título no futebol profissional – mas sim, pelo de Ijuí. Em outubro de 2019, após ter disputado o Campeonato Gaúcho Série A2 daquele ano, o santa-mariense participou de um processo seletivo do São Luiz e foi selecionado para fazer parte do time da Região Noroeste do Rio Grande do Sul.
Lá, Bolivar atuou na campanha invicta do clube na conquista da Copa FGF – Troféu Tarciso Flecha Negra, edição de 2022 do torneio que teve seu nome escolhido em alusão ao falecido ex-jogador do Grêmio. O esquadrão branco e vermelho garantiu o troféu em cima do Passo Fundo pelo placar agregado de 5 a 2.
No campeonato, foram dez vitórias e dois empates com 31 gols marcados e nove sofridos. O Inter-SM deu adeus a essa mesma Copinha nas oitavas de final, nos pênaltis, para o Garibaldi. Ainda na equipe ijuiense, o profissional teve a oportunidade de disputar três edições do Gauchão Série A, em 2020, 2021 e 2022, e dois Campeonatos Brasileiros Série D, em 2020 e 2022.
Ida ao Norte
Seu trabalho causou brilho nos olhos de Lacerda, que havia sido vice-campeão estadual pelo Caxias na temporada de 2020 e estava no comando do Amazonas desde março de 2022. Ele também foi o responsável por liderar o elenco aurinegro ao acesso à Série C de 2023. Após o convite do leopoldense, Bolivar se apresentou em 1º de janeiro deste ano e já fez parte do período de pré-temporada do time, que aconteceu no centro de treinamentos do Retrô FC, em Recife, Pernambuco.
Ao todo, foram pouco mais de nove meses sob as cores da Onça Pintada, o título do Barezão e a positiva campanha na terceira divisão nacional, a qual o clube chegou a liderar a tabela por seis rodadas. Para o santa-mariense, que cita o bom aproveitamento da equipe na competição, a comissão técnica em que fez parte tem grande importância no que diz respeito à seleção dos jogadores.
“Eu acredito que tivemos méritos, principalmente, na montagem do elenco juntamente com a direção de futebol”, conta Bolivar, que destaca as vitórias “expressivas” do Amazonas em cima de times tradicionais do país como Remo, do Pará, Náutico, de Pernambuco, Confiança, de Sergipe, e Figueirense, de Santa Catarina. “Foi um trabalho feito por muitas mãos e que no final atingiu o objetivo”.
O analista também deixa claro que a comissão técnica que assumiu o Amazonas a partir das 3ª rodada do quadrangular final – liderada por Luizinho Vieira, que alcançou o vice-campeonato do Gauchão de 2022 com o Ypiranga, de Erechim – também tem seu valor na conquista. Após a chegada do novo técnico, os manauaras venceram as quatro partidas que restaram até o acesso à Série B.
Próximos passos
O santa-mariense enfatiza que sua passagem pelo Aurinegro foi uma grande experiência. “Com certeza, eu evolui muito como ser humano e como profissional. Tive a oportunidade de trabalhar com grandes atletas e profissionais. Isso nos dá a resposta que estamos no caminho certo”. Ainda, ele revela que é consciente da responsabilidade que é viver do futebol profissional no Brasil e segue “sempre com a convicção de entregar o melhor do trabalho no processo”.
Sem clube desde sua saída do Amazonas, Bolivar está no Coração do Rio Grande, aproveitando a companhia da família, “que fazia tempo que não via”, e analisando as propostas que tem em sua mesa. O analista de desempenho declara, contudo, que seu novo desafio deve ser revelado em breve, entre o final de novembro e o começo de dezembro. Por ora, o objetivo é descansar e se preparar para o futuro.
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