ORIENTE MÉDIO. Na Sedufsm, palestrantes pedem um olhar humanista para o conflito Israel/Palestina
Encontro na quarta teve participação de Pietro Nardella-Dellova e Thiago Ávila
Por Fritz R. Nunes e Cadiane Garcez / Da Assessoria de Imprensa da Sedufsm
O conflito entre Israel e Palestina foi analisado na noite desta quarta, 8, no Auditório Suze Scalcon da Sedufsm. Os convidados para o evento foram o professor universitário Pietro Nardella-Dellova e Thiago Ávila, socioambientalista e comunicador do Canal ‘Bem Vivendo’, que, tomados pela emoção em diversos momentos, criticaram a postura do estado israelense, que bombardeia a civis em Gaza e não aceita uma pausa humanitária. Para ambos, a solução do conflito passa por um viés humanista, que exija o fim da matança de civis e que reconheça a existência de um estado palestino.
Na mesa, junto com os convidados, o professor da UFSM, Gihad Mohamad, integrante da comunidade palestina de Santa Maria, que em um dado momento, também foi chamado a expressar sua opinião, e o professor de História do Colégio Politécnico da UFSM, também diretor da Sedufsm, Leonardo Botega, que foi responsável pela coordenação da atividade
Pietro Nardella-Oliva, que é professor de várias instituições brasileiras e do exterior, entre elas, a PUC-SP, a USP, a UFF e a Universidade Hebraica de Jerusalém, no que se refere ao conflito, destacou a importância de as pessoas não se guiarem por ideias ‘facebookianas’, ou seja, sem a profundidade devida. “O cuidado em não termos um discurso vazio e muitas vezes agressivo, mas sem ter conhecimento do tema”.
O professor falou ainda da beleza das ideias, mas também da necessidade de concretude, especialmente quando falasse das vítimas da guerra. “Quando digo que morreram 10 mil pessoas, isso é apenas um número. Mas, quando nomino elas, percebemos que são mulheres, crianças, mães, avós, trabalhadores, e aí conseguimos dimensionar um pouco melhor a dor”, frisou.
Ele discorreu também sobre o contexto histórico do conflito Israel-Palestina, retomando a situação na região desde a criação do estado de Israel, pela ONU, em 1948, e do não-reconhecimento da necessidade de um estado palestino. Para Pietro, se não tiver um estado palestino, não se deveria ter um estado israelense.
Nardella-Dellova (acima) filosofou ao falar da necessidade de “ver o vizinho e reconhecê-lo como tal”. Para ele, assim deveriam ser árabes e judeus, que convivem no mesmo espaço por séculos e nasceram do ‘mesmo ventre’, a ONU. O docente ressaltou que prefere nomear como árabes, pois existem árabes que não são mulçumanos, assim como mulçumanos que não são árabes. “Separar religião do estado é essencial”, sublinhou ele.
Na visão de Pietro Nardella-Dellova, o conflito já se estende por décadas, ficando sangrento demais. Mas, ressalva ele, desde 7 de outubro tornou-se um massacre, pois mais de 10 mil pessoas morreram na Faixa de Gaza e em torno de 1.400 em Israel. O professor deixou claro que não compactua com as atitudes do Hamas, mas também considera desproporcional a reação israelense.
Bloqueio informativo
Em um dos momentos iniciais de sua fala, Thiago Ávila, que informou que viajaria nesta quinta, 9, para a fronteira de Gaza, ressaltou que um dos principais problemas que envolve o conflito é o “bloqueio midiático”. Para ele, é difícil “fazer a verdade circular”, pois a cobertura dos meios de comunicação ocidentais, incluindo os do Brasil, caminham em uma mesma perspectiva, de condenação ao Hamas, mas sem criticar os ataques militares desproporcionais de Israel.
Thiago Ávila fez uma abordagem em que situou o conflito a partir de um contexto histórico. Segundo ele, conhecer as origens é importante para que se derrubem opiniões que fazem parte do senso comum, como por exemplo, de que se trata de uma guerra religiosa e de que são povos que “sempre viveram em guerra”.
Para o pesquisador, que estuda o tema há quase duas décadas, é preciso destacar a ofensiva ideológica do “sionismo” a partir do final do século XIX, que buscava “terra para um povo sem terra”, passando pela criação do estado de Israel, em 1948 (ONU), que, se de um lado, contemplou uma nação para as/os judeus, de outro, impactou na expulsão da região da antiga Palestina de uma população de cerca de 6 milhões de árabes…”
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Soviet de apoio? Kuakuakuakuakua! Pessoal de Tel Aviv vai dormir na pia mascando bombril. Qual a solução? Não existe no horizonte. Tem guerra no Sudão, o Estado Islamico barbariza na Africa, a Libia esta partida, guerra no Iemen, na Siria, na Ucrania e outras menores. De um lado USA e Europa. Do outro China, Russia, Iran, Coreia do Norte, etc.
Apartheid? Não, ninguem queria destruir o Estado da Africa do Sul. Também ninguém amarrava um monte de explosivos e se detonava dentro de um onibus (o que levou a construção de muros que praticamente acabaram com este tipo de atentado). Genocidio? Existem algo como 450 milhões de arabes no mundo. E uns 16 milhões de judeus. Nesta hora aparece algum(a) imbecil e diz ‘dãããã ele disse que dá para matar arabes a vontade porque tem bastante dãããã’. Obvio que não é isto.
Senso comum e guerra religiosa. Obvio que existe um forte componente religioso na questão. Inclusive cristão. Algo a ver com o fim do mundo, construção do terceiro Templo. Há grupos que apoiam o governo Bibi que defendem a idéia de que todo o territorio deveria ser de Israel, dai os assentamentos ditos ilegais. Também na tradição sunita, final dos tempos, ‘Oh Muçulmano, oh servo de Allah, há um judeu atras de mim (diz uma pedra ou uma arvore), venha e mate ele!’. Exceção da arvore Gharqad.
‘[…] é difícil “fazer a verdade circular[…]’. ‘Verdade’ de quem? Novilingua a la 1984. Alas, vermelhos continuam com o mimimi de ‘colonialismo’ e outras bobagens. Alas, as criaturas presas no Brasil supostamente praticando atos preparatorios de terrorismo, o que tem o Brasil a ver com disputa de territorio no Oriente Medio?
‘[…] mas também considera desproporcional a reação israelense’. O que seria uma ‘reação proporcional’? Convidar o Hamas para tomar um chá e conversar sobre o massacre? Matar ‘só’ 1400 palestinos?
“Separar religião do estado é essencial”. Não sei porque tanto ‘eurocentrismo’. Se bem que existe o Vaticano.
‘[…] criação do estado de Israel, pela ONU, em 1948, e do não-reconhecimento da necessidade de um estado palestino.’ Resolução 181 das Nações Unidas, criou Israel e um estado arabe. Jerusalem ficaria sob administração internacional. Ao inves de tocar a criação do Estado tentaram varrer Israel do mapa e levaram uma pemba. Muitas sucederam. Daí a ‘expulsão’. Questão toda é que agora ficou dificil. Como garantir que com a criação de um Estado Palestino um governo de cachorros loucos não vai assumir e promover outros massacres? Ou chuva de misseis? De novo, falta espaço para desenhar nos comentarios.
‘O cuidado em não termos um discurso vazio […]’. ‘[…] a solução do conflito passa por um viés humanista, que exija o fim da matança de civis e que reconheça a existência de um estado palestino.[…]’. ‘Humanista’ é ‘fazer o que nós queremos’. ‘[…] ideias ‘facebookianas’, ou seja, sem a profundidade devida’, ou seja, quem de nós discorda tem idéias facebookianas, a desqualificação de praxe.
Thiago Ávila, socioambientalista e comunicador do Canal ‘Bem Vivendo’ e militante do PSOL. Tem o olhar de peixe morto caracteristico dos ‘crentes’.