Por Karoline Rosa (com foto do Banco de Imagens) / Da Assessoria de Imprensa da Sedufsm
De acordo com a Coordenadoria de Concessões e Registros (CCRE) da UFSM, a universidade possui 45,7% do seu corpo docente formado por mulheres, que coordenam 26% dos cursos existentes. Além disso, as mulheres ocupam 46% das chefias de departamentos e 35% dos cargos de direção de Centros, como é o caso das unidades de ensino Ipê Amarelo, Colégio Politécnico, Centro de Educação (CE), Centro de Ciências Sociais e Humanas (CCSH) e Centro de Ciências da Saúde (CCS), que são dirigidas por mulheres.
Enquanto algumas unidades da UFSM são dirigidas por mulheres, outras, como o Centro de Ciências Rurais (CCR), nunca tiveram uma mulher na direção. Essa disparidade reflete desafios persistentes em relação à equidade de gênero no ambiente universitário.
A diretora da Sedufsm, Neila Baldi, destaca que apesar de representarem quase metade do corpo docente, as mulheres não ocupam proporção equivalente de cargos de liderança na UFSM. “Precisamos que a política de gênero saia do papel, para que se avance na equidade. Por que nunca elegemos uma reitora e em alguns centros nunca elegemos uma mulher na direção? Estas questões devem ser refletidas pela gestão e também por nossos colegas homens”, desabafa Neila.
Para a professora e diretora do Centro de Educação (CE), Marilene Dalla Corte, é importante evidenciar o protagonismo feminino na Educação Superior. Principalmente no caso da UFSM, onde as mulheres representam quase 50% do contingente de docentes, e deste universo ocupam funções de chefias departamentais, direção de unidades de ensino, vice-reitoria, coordenações de programas de pós-graduação e de cursos de graduação.
“Entretanto, ainda somos apenas um quarto do contingente feminino que coordena cursos de graduação e um terço exercendo cargos de direção. Esta realidade corrobora a pesquisa realizada pelo IBGE, datada de 2016, em que 62,2% dos cargos de gestão são ocupados por homens e, apenas 37,8% por mulheres”, comenta a docente.
Vivência acadêmica
Podemos dizer que a realidade enfrentada pelas docentes na UFSM, assim como nas demais universidades brasileiras, segue o padrão de “um universo muito focado na representatividade e na cultura organizacional masculina, o que desafia as mulheres a assumir cargos e funções com protagonismo que lhe é peculiar e não tornar sua performatividade profissional correspondente a perfis, comportamentos e expectativas masculinas”, explica Marilene.
A professora enfatiza que as mulheres gestoras enfrentam questionamentos e testes constantes, sendo necessário um esforço adicional para serem ouvidas, defenderem suas ideias e serem reconhecidas em suas capacidades.
Na UFSM, há mulheres que se destacam em várias áreas, setores, cargos e funções, suas capacidades perpassam pelas atividades técnicas, ensino, pesquisa, extensão e gestão, entre outros aspectos. “Nós desenvolvemos projetos, realizamos pesquisas e produções científicas qualificadas, algumas premiadas e com destaque nacional e internacional; coordenamos grupos de pesquisa, núcleos e laboratórios, estabelecemos interlocução com a comunidade externa a partir de diferentes ações extensionistas e extracurriculares, entre outras atividades. Estas, de maneira genérica, são algumas das nossas performances e produções cotidianas em meio às muitas outras funções e atividades que exercemos”, afirma a diretora do CE.
Uma profissão, duas realidades
É importante destacar os diferentes papéis que são exercidos pelas mulheres, para além do ambiente profissional. De acordo com IBGE (2022), mulheres dedicam 9,6 horas por semana a mais do que os homens aos cuidados de pessoas e/ou afazeres domésticos.
“Assim, sabemos que é reconhecida a ampliada jornada de trabalho e de vida pessoal das mulheres, e, também, que esta realidade não exclui as desigualdades profissionais existentes historicamente, em especial no que se refere a disparidade de cargos de confiança, funções gratificadas, funções de gestão, entre outros aspectos. Um exemplo, diz respeito à questão da credibilidade das líderes gestoras perante aos demais colegas, que é uma problemática evidente no cenário da gestão universitária”, relata Marilena.
A professora conta que como gestora, identifica que cotidianamente há discriminação de gênero no ambiente profissional, uma vez que “muitas colegas mulheres relatam que costumam ser mais questionadas e testadas constantemente; eu também me sinto assim, muitas vezes”, expõe a docente.
Marilena também comenta que como diretora precisa fazer um esforço maior ao desempenhar sua função, devido a necessidade de ser ouvida com atenção, defender suas opiniões e ser valorizada pela sua capacidade. “Considero que este é um dos maiores desafios enfrentados por nós gestores, além da conquista dos espaços de gestão, justamente, porque constantemente precisamos demonstrar que somos capazes em comparação aos colegas do gênero masculino” destaca a professora.
Diante desse cenário, a diretora do CE ressalta a necessidade de avançar em estratégias que promovam a representatividade e participação das mulheres nos espaços de gestão universitária, alinhadas aos princípios de inclusão e equidade social. Investir não apenas no acesso, mas na construção de ambientes democráticos e respeitosos, é fundamental para garantir que as mulheres possam contribuir plenamente para a transformação da universidade e da sociedade.
PARA LER NO ORIGINAL, CLIQUE AQUI.
Poderiam colocar a que recém foi saída do ead, só pra dar uma equilibrada
Mulheres são 46% do corpo docente. No CCR também? Alas, todos são cargos eletivos. Muda só quem vota (coordenação de curso, ao menos antigamente, eram so os docentes). Ingresso no corpo docente é via concurso publico. Dai o problema da ideologia, o ‘feminismo’ que vira atalho para gente sem qualificação/capacidade. No frigir dos ovos todos os cargos (puramente burocraticos) representam uma gratificação e menos horas-aula. Até na coordenação de curso o dia a dia é tocado pelo(a) secretária(o).