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FEIRA DO LIVRO. De organizador a autor, 40 anos depois, Paulo Mendes lança suas “Campereadas”  

Segundo o escritor, jornalista pela UFSM, a obra chega para “celebrar a vida”

Por Pedro Pereira / com informações de Simone Lersch, da editora Libretos  

Depois de, 40 anos atrás, ter sido um dos organizadores, voltar à Feira do Livro de Santa Maria agora, como autor, é uma “realização pessoal”, diz Paulo Mendes (Foto Marco Nedeff/Divulgação)

No dia 7 de setembro, sábado, na Feira do Livro de Santa Maria, o jornalista e escritor Paulo Mendes realiza o lançamento do livro “Campereadas – Coração de pandorga”. A obra reúne 70 crônicas campeiras e é a quarta do autor, que se consolida como um cronista regionalista-contemporâneo. O evento está previsto para começar às 16h, na Praça Saldanha Marinho.

A capa traz a reprodução de uma pintura digital do escritor e roteirista Tailor Diniz. Na visão de Mendes, o livro chega em em um momento de renovação, de esperança, de vontade de voar, de celebrar a vida, “como uma andorinha que corta os ares e que volta todo ano. Como é lindo viver, como a vida é rara”. Para ele, a obra diz: “viva da melhor maneira que puderes viver, essa experiência nos foi dada como um presente, então temos que curti-la todos os dias e noites, não podemos desperdiçar”.

“No livro está meu coração e minha alma. Guri, queria ser jogador de futebol, mas ao datilografar na Olivetti e ler para o pessoal no bolicho um causo, todos disseram que tinha que seguir escrevendo. Na época, contei a caçada que a mãe, a bolicheira, fez aos ladrões de uma ovelha. Ela deu de mão em um revólver Rossi, calibre 22, que falhou em todos os tiros. Todos riram e pediram para contar de novo. Histórias como esta têm várias, de memória, relatadas com a verve de um regionalismo revigorado. Causos de gente simples do campo, crônicas de um imaginário que ainda vive em nossos corações”, declarou o autor.

Sobre Paulo Mendes

Natural do município de Cacequi, Paulo Mendes foi morar em uma chácara nos arredores de Júlio de Castilhos aos três anos da idade. Ele aprendeu a ler nos rótulos de mercadorias das prateleiras e nas páginas amareladas de edições antigas do Correio do Povo, orientado por sua mãe, a dona Mirica. Ainda novo, ganhou uma máquina de escrever Olivetti e se entusiasmou a contar tudo aquilo que via e ouvia da boca de peões, changueiros, tropeiros e tratoristas, gente humilde do campo que nunca teve voz.

Se formou em Comunicação Social pela UFSM em 1986, e, em 1994, se tornou Mestre em Letras, área de Literatura Brasileira, pela Universidade do Rio Grande do Sul (UFRGS). Em 1984, o escritor foi um dos organizadores da Feira do Livro de Santa Maria, como estudante da Universidade.

“Participei buscando livros em Porto Alegre, vendendo, devendo às editoras em caixas de papelão os não vendidos, em viagens de trem… Agora, voltar como autor, é uma realização pessoal”, admitiu.

Mendes ainda conta que, na época, o grupo de alunos responsável por idealizar o evento criou a “Rádio Feira”, uma emissora improvisada com alto falantes nos postes, para transmitir informações em tempo real. Entrevistas e músicas também eram parte da programação. Desde 1990, trabalha no jornal Correio do Povo, de Porto Alegre, e, em 2009 (há exatos 15 anos), passou a assinar a “Campereada”, coluna dominical no CP Rural.

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