Então, Bom Natal! – por Elen Biguelini

Esta quarta feira é Natal! Em meio a um ano tumultuado, com enchentes, stress, mudanças climáticas e perdas, chegamos a época de celebrar que estamos aqui. É hora de ver os olhos brilhando das crianças com o Papai Noel, hora de nos reunirmos à mesa de jantar da família e celebrar os mais próximos.

É também hora de relembrar aqueles que já se foram, de entes queridos que nos ensinaram tradições que agora repassamos.

Mesmo aqueles que não celebram o Natal, celebram alguma festa neste período. Porque coincide com o final do ano, e para nós brasileiros, com o verão e as férias escolares. Assim, mesmo seguindo outra religião ou crença, o mês de dezembro é de reencontros. De marcar com amigos que não conseguimos ver ao longo do ano, de comer bolachas natalinas e muito Panetone.

Não vamos aqui analisar as festas e sua evolução histórica, o que podemos fazer em outro ano. Mas é bom lembrar que as tradições natalinas não são regra. Na verdade, são mesmo uma celebração bem recente, tendo sido expandida com a obra “O Conto de Natal” de Dickens e “marketizada” com a Coca-Cola.

Para jovens de 30 e poucos anos, nunca existiu Natal sem árvore e Papai Noel. Mas mesmo os jovens um pouco mais velhos, com seus 50 ou 60 já celebraram de formas muito distintas das atuais. Porque temos que lembrar que também o “tradicional” é moldado pelo tempo. Por vezes cíclico, por vezes mudado de forma linear e outras avançando e regredindo antes de novamente avançar.

Mas a ideia de celebrar os amigos e familiares, de juntos à mesa contar histórias e refletir sobre o ano é algo que provavelmente irá perdurar por muitos séculos, ainda que a festa em si venha a sofrer ainda mais modificações.

Desejamos a todos, então, uma festa animada, seguindo as tradições de cada um, criando memórias e alegrias para crianças e adultos. Feliz Natal!

(*) Elen Biguelini é doutora em História (Universidade de Coimbra, 2017) e Mestre em Estudos Feministas (Universidade de Coimbra, 2012), tendo como foco a pesquisa na história das mulheres e da autoria feminina durante o século XIX. Ela escreve semanalmente aos domingos, no Site.