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CIDADE. Confira 12 desafios para o prefeito de Santa Maria, Rodrigo Decimo, no primeiro ano de governo

Questão das finanças municipais necessitará de atenção especial do tucano

Implementar a concessão da Gare está entre os desafios de Rodrigo Decimo. Foto Divulgação

Por José Mauro Batista / Paralelo 29

O prefeito Rodrigo Decimo (PSDB) e a vice-prefeita Lúcia Madruga (PP) ainda não completaram uma semana de governo. No entanto, a expectativa da comunidade, principalmente dos 76.903 eleitores que votaram neles, é grande.

O primeiro grande desafio é a questão das finanças municipais. No ano passado, principalmente por conta do Aluguel Social e de recursos extras para responder a demandas pós-enchente, o Município teve que gastar mais que o previsto.

Nesse ajuste de contas entra a questão do déficit do Instituto de Previdência e Assistência à Saúde dos Servidores Municipais (IPASP-SM). Muito possivelmente, o Executivo tenha que tratar de um tema espinhoso e que poderá desagradar as categorias do funcionalismo.

O governo não tem como fazer muita coisa no primeiro ano, até mesmo pela falta de recursos e pela complexidade de algumas obras, sendo que muitas não dependem somente da Prefeitura.

Obras prometidas e aguardadas
Entre as obras que não dependem somente do Executivo estão a construção dos apartamentos do Minha Casa Minha Vida e a contenção dos morros, que dependem do governo federal. No entanto, cabe à Prefeitura fazer a sua parte, cobrar dos ministérios e realizar as licitações.

A obra mais complexa é a do novo aeroporto, que também dependerá de recursos federais. Mas a Prefeitura tem que começar a discussão do projeto, já que ele foi prometido em campanha.

Já outras questões estão nas mãos da Prefeitura, entre elas a implantação de terceiro turno na saúde e a criação de aplicativo para marcação de consultas. Da mesma forma, há obras iniciadas no ano passado que já estão em andamento como o Memorial da Kiss.

Igualmente, a concessão da Gare para implantação de um projeto turístico e gastronômico já recebeu o aval da Câmara de Vereadores ainda no governo passado.

Por fim, uma prioridade absoluta é a questão da zeladoria. Limpeza de praças, tapa-buracos e manutenção de espaços públicos é uma tarefa diária e inadiável. No entanto, é preciso ir além e garantir melhorias efetivas nessa área.

Confira abaixo 12 desafios elencados pelo Paralelo 29 para o primeiro ano do governo Decimo/Madruga.

1 – Colocar as contas em dia
A gestão que se encerra deixa um passivo de R$ 91 milhões por conta de gastos no último ano com aluguel social e outras despesas decorrentes da enchente.

Entra nesse pacote uma solução para o déficit de R$ 3,5 bilhões nas contas do Instituto de Previdência e Assistência à Saúde dos Servidores (Ipasp-SM). No podcast Estação 29, quando era pré-candidato, Decimo disse que a solução era prioridade do primeiro ano de governo.

Não está descartada uma reforma da previdência. E esse é um dos primeiros grandes desafios da nova gestão em início de governo.

2 – Destravar obras de pontes destruídas pela enchente
Na enchente que assolou o Estado em abril e maio, Santa Maria teve 30 pontes destruídas. Pelo menos duas, na RSC-287, ainda operam com estruturas provisórias instaladas pelo Exército.

Embora essas obras não sejam de responsabilidade do Executivo Municipal, é necessário que haja o acompanhamento e até pressão da Prefeitura para que elas saiam do papel.

3 – Licitar e modernizar o transporte coletivo
A licitação do transporte coletivo se arrasta há anos. Prometida já na campanha eleitoral de 2020, a licitação não saiu do papel.

A pandemia de covid-19 atrapalhou, mas sucessivos adiamentos pós´-pandemia atrasaram o processo. A modernização do modal também é um desafio dessa etapa da concessão.

4 – Criar o aplicativo da saúde e melhorar e ampliar serviços à população
Na campanha, Decimo focou muito na questão da saúde, prometendo melhorar o atendimento, um dos gargalos da gestão Pozzobom.

Implantação da telemedicina, melhoria e ampliação de equipamentos de saúde, como terceiro turno nas unidades de saúde, são um desafio já no primeiro ano de governo.

Há, ainda, a questão do Hospital Regional. Mesmo não sendo responsabilidade direta do Município, a Prefeitura deve entrar em campo para articular a ampliação dos serviços

5 – Destravar projetos habitacionais do Minha Casa, Minha Vida
Em novembro de 2023, Santa Maria teve dois empreendimentos habitacionais aprovados para a construção de novas moradias do Minha Casa, Minha Vida, do governo federal, para contemplar famílias com renda bruta mensal de até R$ 2.640.

Os dois empreendimentos são condomínios verticais – com um total de 340 apartamentos de aproximadamente 45 metros quadrados cada –, que serão construídos na Avenida Osvaldo Cruz, no Bairro Km 3, Região Nordeste do Município, para a população.

Até agora, no entanto, nenhum dos projetos saiu do papel, apesar de já ter sido até aberto um cadastro para interessados. Embora dependa do governo federal, cabe à Prefeitura destravar os projetos, cobrar e agilizar a construção das novas moradias até mesmo porque o Aluguel Social para famílias atingidas pela enchente vence no final do primeiro semestre.

6 – Destravar projetos de contenção das encostas dos morros
Em 8 de maio de 2024, durante a enchente, a Prefeitura anunciou que teve dois projetos para contenção de encostas de morros contemplados no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal. Na época, o presidente Lula esteve na cidade.

No total, são R$ 33,5 milhões para a execução dos projetos. R$ 16,2 milhões são para a Vila Canário e R$ 17,4 milhões para a Vila Nossa Senhora Aparecida (Churupa). As duas áreas ficam no entorno do Morro do Cechella, no Bairro Itararé.

A situação é a mesma do Minha Casa, Minha Vida. Cabe à Prefeitura apresentar os projetos e cobrar os recursos do governo federal.

7 – Implantar e ampliar a educação de tempo integral
Outra promessa de campanha, a implantação de escolas de tempo integral depende de dinheiro. Ou seja, a Prefeitura terá que dispor de orçamento para colocar a ideia em prática. A previsão é realizar a implantação de forma gradual. Mas é preciso começar.

8 – Concluir obras iniciadas em 2024 e outras que estão em passos lentos
Com previsão de conclusão para março de 2025, o Memorial às Vítimas da Kiss sofreu uma interrupção de quase dois meses para uma adequação. A obra começou em julho e parou.

A Casa de Cultura começou a ser revitalizada em setembro de 2024 com previsão de conclusão de cerca de um ano. Por enquanto, a obra não sofreu nenhuma paralisação.

A situação mais complicada é a conclusão do Centro de Eventos no Farrezão (Centro Desportivo Municipal – CDM). Iniciada há quase 18 anos, a construção do complexo enfrenta entraves de toda ordem, principalmente o grande volume de recursos. A quarta etapa ainda não foi concluída.

Afora isso, a Prefeitura anunciou parceria com a UFSM para construir a Expo UFSM, um novo Centro de Eventos no Campus da instituição.

Ou seja, além de acelerar a obra, a Prefeitura terá que definir o que será feito daquele espaço. Mesmo que não fique pronto no primeiro ano, o Centro de Eventos não pode ficar parado.

9 – Implantar a iluminação pública com tecnologia LED
Essa promessa é uma questão de honra, pois a PPP (Parceria Público-Privada) da Iluminação Pública foi um dos temas mais explorados na campanha eleitoral.

O consórcio vencedor da PPP tem o compromisso de trocar 28 mil pontos de luz por tecnologia LED., sendo 27,8 mil no primeiro ano de contrato, que coincide com o primeiro ano de governo. O custo mensal da Prefeitura com a empresa é de R$ 762 mil. Como a empresa já começou, tudo indica que o compromisso será cumprido. A questão é fiscalizar.

10 – Implementar a concessão da Gare e começar um plano turístico regional
A criação de uma Estação Turística para eventos culturais, bares e restaurantes na Gare da antiga Estação Ferroviária é um das metas da Prefeitura.

Para isso, a gestão Decimo/Madruga obteve aval da Câmara de Vereadores, ainda na legislatura que se encerrou, para a concessão da Gare à iniciativa privada por um prazo de 20 anos. Com a Gare revitalizada, o desafio passar ser a definição das regras da concessão.

Paralelamente, conforme a intenção do novo governo, já em início de gestão deve ser iniciada a discussão para a elaboração de um plano de desenvolvimento turístico com foco na região.

11 – Ampliar a coleta seletiva, tapar buracos e melhorar a limpeza da cidade
Outro ponto bastante enfatizado no programa de governo de Decimo e na campanha eleitoral foi a zeladoria da cidade, que engloba ações de conservação, limpeza, segurança e manutenção de espaços públicos. Para manter uma cidade limpa, a Prefeitura terá que colocar em prática a coleta seletiva de resíduos, que não é plena.

Também há muitos buracos nas ruas e calçadas destruídas ou até inexistentes. Outro desafio é a revitalização, manutenção e preservação de espaços e bens públicos, como praças e monumentos, constantemente alvos de furtos, como ocorreu com o busto de Felippe D´Oliveira.

12 – Iniciar discussões e articulações para o novo aeroporto
Embora a construção de um novo aeroporto seja uma obra complexa e cara, que talvez não seja possível em quatro anos, a gestão Decimo terá que dar início efetivo à discussão do projeto e à articulação por recursos para, ao menos, dar a largada.

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Um Comentário

  1. Marcação de consultas, acabar com as filas, era coisa que Possochato afirmou ter resolvido. Novo aeroporto onde? Alas, vai acabar saindo na Quarta Colonia antes. Licitação do transporte tem muitos ‘interésses’ envolvidos, membros da patotinha. Antes de implantar turno integral, que custa muito dinheiro, há que melhorar a qualidade do ensino no sistema municipal.

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