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SAÚDE. Pesquisadores trazem alerta sobre o alto índice de letalidade da dengue no Rio Grande do Sul

Risco é ainda maior entre a população idosa

Por Assessoria de Comunicação da Fiocruz PE

Pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e de instituições de ensino e pesquisa do Rio Grande Sul ressaltam o impacto da dengue na região Sul do Brasil e a necessidade de atenção com o agravamento da doença nos idosos, em texto publicado na revista científica IJID Regions. A publicação é editada pela International Society for Infectious Diseases (ISID), na plataforma Elsevier. No ano passado foi observado um crescimento global da dengue, com mais de 14 milhões de casos registrados mundialmente, dos quais 6,5 milhões ocorreram no Brasil, causando cerca de 6 mil mortes.

O grupo identificou uma alta letalidade em casos graves no Rio Grande do Sul, na comparação com outros estados com maior incidência histórica da doença, a exemplo de Pernambuco e Rio de Janeiro. “O estado do Rio Grande do Sul tem sido historicamente menos afetado, mas registrou aumento significativo de incidência e mortalidade nos últimos quatro anos”, explica o pesquisador da Fiocruz Pernambuco Gabriel Wallau, que assina o artigo ao lado de outros profissionais do Núcleo de Bioinformática e do Departamento de Entomologia da Fiocruz PE, bem como do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz), Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA) e UFSM.

Wallau atua na UFSM, em exercício provisório, no Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade Animal. Além dele, também participa como autor do artigo o médico e professor Alexandre Vargas Schwarzbold, que leciona no curso de Medicina da UFSM e também atua no Hospital Universitário de Santa Maria.

A proporção elevada de idosos no RS, que é a maior do Brasil; população não previamente exposta à dengue; baixa conscientização para detectar e tratar casos de dengue antes que evoluam para casos graves e os desafios no manejo de pacientes idosos com dengue grave são alguns fatores sugeridos pelos cientistas para explicar essa letalidade aumentada. Entretanto, não foi possível testar essas hipóteses como possíveis explicações para uma maior mortalidade em idosos devido ao delineamento do estudo, uma vez que os autores não tiveram acesso aos dados clínicos dos pacientes.

Outro dado que chamou atenção é a ausência de maiores variações de sorotipos e de genótipos do vírus da dengue no RS em comparação com outros estados brasileiros, demonstrando que as razões de aumento de mortalidade no estado não devem estar associadas à genética do vírus.

Os cientistas utilizaram dados comparativos de letalidade para fazer esse chamado sobre a importância de proteger os grupos mais vulneráveis, uma vez que foi evidente a maior letalidade em idosos que evoluíram para dengue grave no Rio Grande do Sul em 2024. Para os autores, é urgente que se implemente na saúde pública uma abordagem integrada para aumentar a conscientização da sociedade, reduzir populações de mosquitos transmissores e mitigar o impacto da dengue, preparando os serviços de atendimento à população para identificar os casos em risco de agravamento para atuar de forma mais rápida no controle da doença e evitar mortes.

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