FUTEBOL. “Estar aqui representa muito para mim”, afirma Bruno Coutinho, novo treinador do Inter-SM

Por Pedro Pereira

Na segunda-feira (10), Bruno Coutinho, de 38 anos, foi anunciado como treinador do Inter de Santa Maria para 2025, no Estádio Presidente Vargas. Nesta temporada, o Alvirrubro lutará pela 14ª vez consecutiva para retornar à elite do futebol profissional do Rio Grande do Sul e, com isso em mente, o presidente reeleito Pedro Della Pasqua apostou mais uma vez em um técnico com sucesso recente na Divisão de Acesso.

Isso se dá pois, à frente do Monsoon, de Porto Alegre, Coutinho não só conquistou uma das vagas ao Gauchão Série A de 2025 como também levantou a taça do campeonato, na edição passada. A estratégia não é novidade: em outubro de 2023, a direção do clube acertou a contratação de Daniel Franco, então detentor do título do certame com o Santa Cruz – e com o comandante, o time voltou ao mata-mata após seis anos e ficou a um passo do acesso.

Conforme explica Della Pasqua, o treinador anunciado nesta sexta-feira na Baixada Melancólica sempre foi o “ficha 1”: “a gente está muito feliz com esse acerto, com a convicção de que ele vai desenvolver um grande trabalho. É um cara rodado, apesar de ser jovem, que tem experiência na nossa competição, algo que, como sempre falei, era uma situação fundamental pra mim, por conhecer essas equipes que a gente vai enfrentar, os adversários, os estádios e todos os bastidores que envolvem o acesso. O Bruno tem esse conhecimento”.

Coutinho, que iniciou a carreira como técnico em 2023, por sua vez, afirma que a decisão de aceitar a missão de guiar o Inter-SM – que ele define como o “time a ser batido” na Divisão de Acesso – de volta à primeira divisão gaúcha foi igualmente fácil. “É uma equipe de muita tradição do Estado, principalmente no interior do Rio Grande do Sul. É uma equipe que leva o nome da cidade no escudo. Isso carrega muito mais peso”, garantiu o treinador.

Na comissão do Alvirrubro, também terá um auxiliar, que ainda não pôde ter o nome revelado pois atualmente atua como comandante principal em uma equipe, dois preparadores físicos e um preparador de goleiros. O grupo de atletas já teve 17 nomes revelados. São remanescentes do grupo de 2024: os goleiros Copetti e Villa; os zagueiros Rodrigo Augusto e Tairone; os laterais Mizael e Alan Bald; os volantes Mateus Santana e Leylon; e os atacantes Pepeto e Jarro.

Os outros, que completam o elencos até o momento, saíram da base alvirrubra nos últimos anos e devem compor o plantel em 2025: o goleiro Vitelmo; os zagueiros Eduardo Noal e Everton; o volante Pedro Callegaro; o meio-campista Ruan; e os atacantes Inácio e Carlos Callegaro. Coutinho explica que ainda não conversou com os jogadores, mas já conhece os veteranos do cenário e afirma: “todos estão em condições plenas de jogarem e serem protagonistas, mais uma vez”.

A pré-temporada do Inter-SM está prevista para iniciar no dia 7 de abril, enquanto a Divisão de Acesso começa em 17 de maio. Ao todo, o grupo deve ser formado por um número em torno de 28 jogadores – ou seja, pouco menos que o dobro de integrantes do esquadrão já confirmado devem chegar à Baixada Melancólica. “Todo clube precisa ter um atrativo para convencer os atletas que a gente quer estar aqui. O atrativo que a gente tem é simplesmente a história do clube, que dispensa comentários”, declarou.

Coutinho revelou que, antes dos treinamentos, os jovens passarão por uma avaliação física. Ele passará a viver no Coração do Rio Grande nos primeiros dias do mês de março. Até lá, as reuniões entre o comandante, o presidente, o gerente de futebol Francisco Resende, o Chiquinho, e os vice-presidentes Marcos Pedroso, Dinei Faller e Elton Tomazzetti serão realizadas de maneira remota.

Força da Baixada

Antes de ocupar casamatas, o técnico foi atleta por 12 temporadas. Ele iniciou nas categorias de base do Grêmio mas, na maior parte da trajetória, atuou fora do Brasil, em países como Uruguai, Polônia, Israel, Romênia, China e Japão. Nesse período, ainda deu tempo de vestir as cores do Pelotas e do Veranópolis, no começo da década passada.

“É um objetivo que eu tinha traçado na minha carreira: participar de um projeto com peso e, de certa forma, testar todo o meu potencial. Sou uma pessoa muito ambiciosa nesse sentido, quero triunfar sempre o mais rápido possível e eu estou aqui para a gente dar início a esse projeto. Passa muito rápido, mas são seis meses que a gente vai ter que enfrentar com muito trabalho árduo”, afirmou Coutinho.

Na temporada passada, o treinador veio ao Estádio Presidente Vargas no comando do Monsoon pela fase inicial da Divisão de Acesso e caiu por uma goleada de 3 a 0. A partida foi a primeira que os porto-alegrenses perderam na competição, além de ter significado a liderança momentânea da chave para os santa-marienses e a confirmação de que o Inter-SM ficaria um ano inteiro sem ser derrotado na Baixada Melancólica.

Muito desse apoio foi atribuído pela equipe, pela comissão técnica e pela direção na época ao apoio dos adeptos alvirrubros. “A torcida tem que comprar a ideia e vestir a camisa, como eles já fazem. Eu tive três oportunidades de jogar contra a equipe do Inter de Santa Maria e, se eles (torcedores) tivessem a dimensão e soubessem da dificuldade que é encarar o Inter aqui no Estádio Presidente Vargas, se aproximariam muito mais. De fato, faz a diferença ter a casa forte. Eu estar aqui representa muito para mim”, destacou Coutinho.