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CLIMA. Alunos e professores contam como é estar na UFSM em meio às ondas de calor extremo no RS

Estudantes e docentes dos quatro campi da Universidade foram consultados

Reportagem contatou a Proinfra para saber de questões envolvendo o conforto da comunidade universitária (Foto Rafael Happke/UFSM)

Por Bruna Homrich / Da Assessoria de Imprensa da Sedufsm

Durante a semana passada, diversos alunos e alunas de escolas estaduais de Santa Maria passaram mal devido ao calor intenso. Se a UFSM estivesse em período letivo, será que as aulas teriam de ser suspensas? Essa reportagem é uma continuação da matéria que publicamos em nosso site no dia 21 de fevereiro, em que docentes explicaram os motivos que estão por trás dos extremos climáticos cada vez mais vivenciados pela população gaúcha. Desta vez, ouvimos docentes e estudantes para entender como é estudar, trabalhar e, em alguns casos, morar na UFSM em dias de muito calor. Também questionamos a Pró-Reitoria de Infraestrutura (Proinfra) a respeito das propostas de arborização, sombreamento e demais medidas que garantam conforto térmico à comunidade universitária. 

Taís Martinelli, estudante do curso de Enfermagem da UFSM em Palmeira das Missões, é moradora da Casa do e da Estudante e relata que a rede elétrica da moradia estudantil é tão precária que inviabiliza a instalação de ar-condicionado. No que tange às salas de aula, ela ressalta que todas em que estuda possuem ar-condicionado, contudo, ao se deslocar pelo campus, ainda se encontra pouca sombra. “No último ano, foi realizado um projeto que permitiu plantar um número significativo de árvores. Mas enquanto essas não atingem o tamanho suficiente para fazer sombra, há poucos lugares para fugir do sol escaldante”, diz ela. 

Quando questionada sobre as condições do campus para enfrentar ondas de calor extremo, a estudante avalia que, embora tenham sido realizadas algumas ações pontuais, ainda não se pode dizer que exista conforto térmico suficiente. “Não vejo como uma pauta prioritária da gestão do campus. Portanto, não, a UFSM-PM não está preparada pra enfrentar essas ondas de calor sem que haja prejuízos à saúde dos alunos e servidores”, 

Para Liane Weber, vice-presidenta da Sedufsm e docente do departamento de Engenharia Rural da UFSM Santa Maria, a universidade de fato não está preparada para os extremos climáticos.

“A enchente nos mostrou isso. Nem para excesso de chuva, nem de frio ou calor. Muitos prédios não têm conforto térmico – e não me refiro só a ar-condicionado, mas, por exemplo, prédios que foram construídos em locais muito úmidos e que no inverno o frio vem do chão, nos andares térreos. Outra questão é o deslocamento dentro dos campi, para que estimulemos deslocamentos menos poluentes são necessárias não apenas ciclovias, mas sombreamento. Atravessar o campus Camobi a pé é inviável. E o mesmo tem que ser pensado nos outros campi. Também precisamos de um comitê de crise que, em casos extremos, esteja preparado para a suspensão imediata das aulas”, avalia a dirigente. 

Docente do campus de Palmeira das Missões e diretora da Sedufsm, a professora Vânia Rey Paz conta que as salas de aula são amplas e possuem ar-condicionado e ventilação, bem como as salas de professores e professoras. Contudo, ela pondera que poderiam ser disponibilizados umidificadores de ar também, bem como uma cantina próxima. 

“Considero que precisamos nos adaptar à nova realidade climática, não podemos ficar dependentes dos atuais aparelhos elétricos, devido ao seu gasto energético, problemas de sobrecarga, apagões, e os danos ambientais que geram. Precisamos urgentemente buscar alternativas técnicas e sustentáveis para nossa comunidade”, sugere a docente. 

No campus da UFSM em Frederico Westphalen, as salas em que a professora Vera Martins, do departamento de Ciências da Comunicação, leciona têm ar-condicionado, porém alguns eram bastante antigos e ruidosos.

“Eu estou terminando a minha gestão na chefia do departamento e, no ano passado, a gente fez algumas compras de aparelhos novos para atualizar esses aparelhos de ar-condicionado, para eles serem mais eficientes, porque os aparelhos modernos são mais eficientes e menos ruidosos, o que facilita e deixa o ambiente da sala de aula preparado para uma melhor condição de trabalho, tanto para os estudantes quanto para os docentes. Então as estruturas que o departamento de comunicação usa têm ar-condicionado, e os gabinetes dos docentes também. Alguns eram antigos e a gente vem aos poucos tentando substituí-los por equipamentos mais modernos”, conta a docente. 

Quanto à arborização, Vera pondera que o campus da UFSM em Frederico Westphalen é relativamente novo, tendo recém completado 18 anos, de modo que o desenvolvimento das espécies ainda está em andamento. Contudo, lecionando lá há dez anos, já percebeu avanços paisagísticos durante o período. A partir de agora, sinaliza a docente, a preocupação com o plantio de árvores e com outras medidas que garantam conforto térmico se tornará ainda mais crucial. 

“Eu entendo que hoje esta é uma questão de saúde pública e as instituições como a UFSM, como as escolas, vão precisar demandar dos poderes municipais, estaduais e federais que haja um investimento específico para que as pessoas tenham condições de estudar; que as crianças, os jovens, os adultos tenham condições de estar numa sala de aula e aprender, e os docentes tenham garantido a sua qualidade de trabalho”, projeta Vera.

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