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A crise financeira na Europa: longe e muito perto, ao mesmo tempo – por Andreas Dittmar Weise (com Carlos Costabeber)

Pedi ao meu amigo, Professor Andreas Dittmar Weise (que trocou a sua Alemanha pela UFSM), que ocupasse esse espaço, escrevendo um texto s/ a crise européia. Estudioso do assunto, tem me dado verdadeiras aulas s/ a economia européia. Por isso, fiquei feliz em tê-lo convencido a escrever o artigo abaixo.

Obrigado, Andreas!

Carlinhos

“Quem imaginou que o “velho mundo” como Donald Rumsfeld chamou Europa, teria tantos problemas com as próprias dívidas?

Olhando nos fatos, era só uma questão de tempo, pois este jogo não funciona mais. 

Políticos, na maioria dos governos do mundo, fazem sempre o mesmo jogo: perto das eleições oferecem incentivos, subvenções, diminuições de impostos (tudo em nome da liberdade da economia), que só fazem as dívidas aumentarem . Como no caso de Espanha, onde a salvação dos bancos na crise de 2008, fez dobrar as dívidas daquela nação ibérica.

Em função desta crise, muitos países apoiaram seus bancos, como Grécia, Portugal e Irlanda. Mesmo países com economias fortes como Itália e França tem tido problemas para refinanciar as suas dividas.

A solução que os governos europeus adotaram foi criar um guarda-chuva de 750 bilhões de Euros e o Banco Central autorizado a comprar as dívidas dos países, em vez de deixar abrirem falência, como a Grécia.

Mas por que tudo isso?

Essa é a idéia européia! 

Não foram criados mecanismos que permitam que um país possa sair da zona do Euro. Da mesma forma, justificam que se um sair, acaba o Euro. Ou que precisa-se de Euro para não haver novas guerras na Europa. Tudo isso, para que as populações continuem a aceitar esta loucura.

A criação da União Européia com o Euro (uma moeda única para todos países) sem ao mesmo tempo criar um sistema político unido não funciona, como sabemos hoje. Este experimento falhou em tudo, desde o início quando alguns países como Grã-Bretanha (que tem muito influencia no Europa) não aderiu ao Euro. E assim, bloqueiam tudo que seria bom ou contra os interesses nacionais. Cada um só pensando em si mesmo!

O guarda-chuva é uma oferta para especular contra os países, por que os governos europeus estão dispostos de pagar. O Banco Central também não consegue comprar todas os dívidas dos países como da Grécia (237 Bilhões Euros), Espanha (1 trilhão Euros) ou Itália com 1,5 trilhões de Euros. Idéias maravilhosas, só que  tem um único resultado: o cidadão vai pagar bem caro!

Pior ainda ! Os políticos acabaram com a confiança dos mercados, em vez de resolver os problemas, como Berlusconi fez na Itália. Na Itália e Grécia temos hoje governos não eleitos pelo povo, como Papdimos (Grécia) e Monti (Itália), que não estão nos parlamentos e foram professores, ou seja, tecnocratas que foram colocados no poder para resolver os problemas e dar confiança aos mercados.

Outras soluções ainda discutidas são os Eurobonds ou Europa de duas velocidades. Eurobonds são dívidas acumuladas por alguns países, para conseguir um melhor rating, ou seja, pagar menores juros do que o normal. A Europa de duas velocidades significa que países com bom rating e baixas dívidas fazem uma integração política maior. Mas será que isso pode ser a solução???

Tenho ainda minhas duvidas! Mas uma coisa é clara. Governos, dependentes do nível municipal, estadual ou federal, devem PARAR DE GASTAR dinheiro com projetos utópicos ou desnecessários só para demonstrar atividade. CUIDAR as finanças e não somente dar “presentes” para cidadãos nas eleições. PLANEJAR para a próxima geração e sobretudo dar CONFIANÇA para o mercado. Assim, vamos passar pela crise e o futuro pode chegar.”

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