EDUCAÇÃO. Encrenca grande na Chácara das Flores. Conselho Escolar contra gestão de palotinos em escola municipal
Há aproximadamente dez dias, este sítio PUBLICOU correspondência assinada pelo secretário de Educação, João Luiz Roth. Nela, o gestor do setor, no âmbito municipal, além de confirmar a parceria com a Sociedade Vicente Pallotti, para gerir duas escolas da rede pública, deu conta da ampliação da proposta. Este editor não fez juízo de mérito, apenas, jornalisticamente, registrou.
No entanto, não é o caso do Conselho Escolar da Escola Municipal Chácara das Flores, um dos estabelecimentos que passarão a ser atendidos pelos palotinos já em 2012 e que, de forma enfática, se coloca contra a ideia da Prefeitura.
Datada de 1° de dezembro, mas tendo chegado a este editor nesta terça, dia 6, reproduzo, a seguir, a íntegra da correspondência assinada por Francisca Leguiça Madeira. Atenção: embora seja uma carta, digamos, endereçada a este editor, trata-se de assunto público. Por isso, a transcrição. Confira:
“A EMEF Chácara das Flores surgiu da fusão de duas escolas municipais: EMEF junto ao Centro Integrado de Iniciação ao Trabalho (CIIT) – Escola Aberta e EMEF Luiza Ungaretti, cujo processo iniciou do ano de 2006, conforme registros em atas do Livro de Reuniões: Administrativas e Pedagógicas da Escola CIIT. O Decreto Executivo Nº335, de 17 de novembro de 2006, cria a EMEF no Bairro Chácara das Flores, provisoriamente e a Lei Municipal Nº5039, de 06 de setembro de 2007, em seu Art. 1º estabelece “Fica criada a Escola Municipal de Ensino Fundamental, com sede na rua La Paz, nº320, Bairro Chácara das Flores”, recebendo a denominação de “Escola Municipal de Ensino Fundamental Chácara das Flores” (Art. 2º).
Sr. Claudemir Pereira , nossa escola com apenas 4 anos de funcionamento teve a sua Direção chamada pela SMED, no dia 07 de novembro do corrente ano, para uma reunião com o Senhor Secretário de Município da Educação. O objetivo desse chamado foi à comunicação da “parceria” entre prefeitura e rede de educação Sociedade Palottina. Essa parceria implica na transformação da escola municipal num contexto educacional com filosofia da rede Sociedade Palottina.
A equipe diretiva nesta reunião comunicou ao Senhor Secretário que, como gestão democrática, não se posicionaria sem ouvir a comunidade escolar. Por isso no dia 08 de novembro foi realizada a reunião com os órgãos representativos da escola, Conselho Escolar e APPAFE, ficando decidida e marcada para o dia 17 de novembro a reunião de apresentação das propostas: continuidade da EMEF Chácara das Flores ou adesão a proposta sugerida pela SMED. Nessa reunião os diferentes segmentos se fizeram presentes e deliberaram por unanimidade pela continuidade da EMEF Chácara das Flores.
Identificamos que nossa escola em poucos anos de existência tem apresentado resultados significativos e promissores frente à formação e aprendizagem dos nossos alunos. Sabemos que muito temos a avançar, mas acreditamos que possuímos recursos humanos qualificados (graduação ou mais de uma graduação, especialização e mestrado) e comprometidos à demanda de grandes desafios! Ressaltamos que não estamos passivos frente às dificuldades, apesar do número muito limitado de recursos humanos, mesmo assim, temos buscado parcerias para continuidade da nossa proposta, tais como: – a formação continuada de nosso corpo docente em educação inclusiva e utilização de jogos para aprendizagem da Matemática através da UFSM; encaminhamento de alunos para outras instituições como SEFAS, CAMI/PRAEM, CRAS Norte, CREAS da Vila Vitória, CAPSI, UNIFRA, ULBRA, para demanda de atendimentos especializados; encaminhamento de alunos para avaliações especializadas em várias áreas da saúde; palestras aos alunos com profissionais da comunidade envolvendo temáticas que complementam os estudos que são desenvolvidos em sala de aula, entre outros.
Outros aspectos significativos podem ser destacados como: – recebimento dos recursos para implementação da sala de recursos multifuncionais, tipo I, do Ministério de Educação, em 2009, para apoiar o processo de inclusão de alunos incluídos; a modernização do laboratório de informática, através do fornecimento de computadores e impressoras destinados a escola através do MEC no ano de 2010; a implementação do Programa Mais Educação no ano de 2011, no qual são desenvolvidas, no contra-turno ao que aluno frequenta o ensino regular, oficinas de acompanhamento pedagógico (Letramento e Matemática), cultura e artes (Teatro), esporte e lazer (Recreação e Lazer) e educomunicação (Rádio Escolar); a aquisição de materiais de acessibilidade para alunos com necessidades especiais, no ano de 2011, através do Programa Escola Acessível.
A operacionalização adequada da proposta desenvolvida pela EMEF Chácara das Flores pode ser evidenciada através dos dados estatísticos do ano letivo de 2010, no qual numa matricula real de (155) cento e cinqüenta e cinco alunos, apenas dois (02) dois alunos evadiram-se, com índice de aprovação de 81,29%, conforme atas dos resultados finais.
Nos anos anteriores, os dados estatísticos são os seguintes:
2007 – Matrícula 131; Evadidos: 07; Aprovação: 78,62%
2008 – Matrícula 141; Evadidos: 04; Aprovação: 85,81%
2009 – Matrícula 131; Evadidos: 07; Aprovação: 88,54%
2010 – Matricula 155; Evadidos: 02; Aprovação: 81,29%
A repercussão de possíveis mudanças na escola por um lado interferiu negativamente no trabalho desenvolvido, pois causou insegurança, angústia e ansiedade nos alunos, professores, funcionários, pais e equipe diretiva. Por outro lado, ficou claro o sentimento de união em defesa da EMEF Chácara das Flores, demonstrado nas produções dos alunos expostas na escola, no abaixo assinado organizado pelos pais e na mobilização de professores, funcionários e equipe diretiva. Acreditamos que um novo sentimento é vivenciado hoje por toda comunidade que vê a escola como sua, que se sente pertencendo a este contexto, que vibra, questiona e não aceita passivamente algo alheio a sua vida escolar.
Face ao exposto, Sr.Claudemir, a comunidade escolar não consegue entender o porquê de a Mantenedora decidir a entrega da escola em pleno funcionamento para instituição de caráter privado. Compreendemos não é preciso desconstruir a proposta desenvolvida pela EMEF Chácara das Flores para qualificar ainda mais este espaço escolar e reiteramos que não estamos fechados a parcerias, pelo contrário, são elas que permitem ampliar as possibilidades de atendimento às necessidades dos alunos que ultrapassam a ação do contexto escolar. Nesse sentido, acreditamos que a parceria com a Sociedade Vicente Palotti poderia ser reestruturada para não desconsiderar um trabalho educacional desenvolvido, mas para somar esforços com nossa proposta pedagógica, a qual está continuamente em construção a partir do conhecimento cotidiano da realidade em que está inserida, além de considerar o desejo e as ponderações desta comunidade escolar.
Sr.Claudemir, agradecemos sua atenção, colocando-nos a disposição para maiores esclarecimentos.
Santa Maria, 1 de dezembro de 2011.
Francisca Leguiça Madeira
Conselho Escolar”
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O prefeito resolveu fazer um “ofertaço” com as escolas municipais. Certamente ele pretende mandar pro ralo todas as escolas que estão com baixo IDEB, começando por estas. Mas devem vir mais. Mas o que me chama atenção é que essas escolas (Sergio Lopes, Chácara das Flores e Renato Zimerman) receberão verbas vindas do governo federal, para ampliação e/ou reforma das escolas “municipais”. Outro fato revoltante é que isso dá ideia de que os professores municipais destas escolas não são qualificados para desenvolverem um trabalho significativo com essas comunidades.E onde estão os meios de comunicação da cidade que não noticiam isso para a população?
@Freud explica não hoje ele virou , líder dos seus interesses próprio.o seu ccs.
Um dos pilares de uma educação de qualidade é a gestão democrática, conforme prescreve a LDB/96. Portanto, a vontade expressa da comunidade é um dos pilares a ser respeitado pelos poderes constituidos.
Uma das maiores dificuldades de entender uma educação de qualidade é a falta do domínio do conhecimento da legislação educacional.
Pesquisa instantanea:
a) Você já leu a LDB/96?
b) Quantas anterações a LDB/96 já sobreu?
c) PNE/2011-2010 tem quantas metas?
d)Comente uma Diretriz Curricular Nacional da Educação Básica, que você domina?
Qual será o resultado?
Poderiamos começar pela secretaria responsável!!???
O Figueiredo é um (ex) comunista cristão. Quem sabe até virou evangélico.
@Éverton Severo Maciel Se rezar fosse tão bom, não teriamos monstrões pedófilos dentro das igrejas, pastores surrupiadores do dinheiro de pobres fiéis e outras aberrações que encontramos nas diversas religiões que existem por ai???
Caro Éverton Severo Maciel, NÃO EXISTE NENHUMA RELAÇÃO ENTRE RELIGIOSIDADE E CARÁTER! fosse assim os países arabes seriam uma maravilha e a idade média teria sido um tempo de paz e bonança. leia o antigo testamento e veja os “bons” exemplos que Deus dá as crianças (mortes, assassinatos e crimes de todo tipo). A sociedade palotina deve ficar longe de nossas crianças, eles que fiquem nas aulas de catequese e seus cultos dominicais. Nossas escolas precisam professores qualificados e uma educação laica.
Como diz aquela velha musica do Pink Floyd:
Hey! Teacher! Leave us kids alone
ensinar a rezar não é papel da escola,nem do estado,a familia é quem deve incentivar ou nao a criança a ter uma religiao. ensinar valores sim é papel da familia, escola, e do estado. a sociedade pallotti pode ser catolica, eu nao sabia direito, so sabia que era da igreja,mas isso nao muda nada.
o estado é laico, a escola publica tem que ser tambem. e cade o direito dos ateus e agnosticos? com os espiritas e os umbandistas ja se tem um preconceito enorme, com os ateus entao são tratados como adoradores do diabo.
pelo jeito que voce fala parece que quem nao acredita em deus é selvagem, mas pare para pensar um pouco no fanatismo religioso, guerras em nome de Deus, psicopatas que matam em nome de deus.
ano que vem minha vai mudar de escola e o motivo é justamente esse. ela ainda é muito pequena para entender o que é uma religião,quando ela crescer ela que escolha se quer ter religiao ou nao e no que vai acreditar. e a professora ainda responde dizendo que a oração que ela faz é universal, sem religiao, e que Deus é o mesmo em todas as religioes. mas a professora Simone(Paulo Lauda,1ª serie)se esquece que nao se pode ter religiao NENHUMA em orgão publico.
agora quanto ao assunto do editor, vamos sim entregar tudo que é publico à igreja, talvez apareça um padre para ser nosso proximo prefeito e nos tirar da selvageria
Estou ansioso para ver aqui o comentário do Leonel Ferreira. Como ele disse em outro post aqui do sitio, o atual prefeito está fazendo muita coisa que o PT não fez em oito anos. O início da privatização do ensino municipal, realmente não fizemos em oito anos e nem faremos nos próximos governos petistas.
Quem diria, hein! Em um período da história em que o neo-liberalismo cai por terra como alternativa a gestão do Estado, em que os seus representantes o renegam e escondem-se envergonhados, o senhor César Schirmer o emprega como solução para sua má-administração. No neo-liberalismo o Estado privatiza a prestação dos serviços, mas ainda mantém o papel de fiscalizador. No projeto de entrega das escolas santamarienses aos pallottistas, nem isso existe, o Estado nem mesmo fiscalizará a prestação do serviço. Schirmer tinha um problema do déficit de professores para enfrentar e escolheu a saída mais eficiente do seu ponto de vista, porém a mais simplória e nefasta, que até mesmo uma criança conseguiria elaborar, resolveu renegar o problema. As escolas entregues aos pallottinos deixam de ser responsabilidade da prefeitura. O problema da sempre alegada “falta de verbas” não foi resolvido, já que agora a cidade receberá uma verba menor, pois calculada de acordo com o número de estudantes sob a rede municipal. Agora, ele terá professores para remover à outras escolas, mas infelizmente continuará com a carência de docentes na rede. Então, essa saída adotada resolve exatamente o quê nas vésperas da eleição? Fica no ar a resposta.
É um velho jeito de se administrar ainda muito empregado em alguns rincôes do interior do Brasil. Pau na periferia, com os conteineres, paralisação de obras das administrações passadas, precarização do acesso a cidade, dos serviços da saúde e etc, e em contrapartida o embelezamento do centro e a adoção de festas elitizadas e megalomaníacas como o festival baloeiro.
Obs.: Ainda sobre a ” falta de recursos” e o “embelezamento do centro”, gostaria de saber se as notas e reportagens nos principais jornais estão incluídas como “divulgação” no preço das lindas “luzinhas de Natal” que custaram a pechincha de 1,2 milhão de reais.
Absurdo!! Será que Schirmer vai terceirizar as escolas municipais do centro também??? por que se desresponsabiliza apenas com escolas da periferia?? As comunidades das escolas que serão terceirizadas se colocaram contra essa proposta, mas de forma autoritária a prefeitura quer impor isso, estão prometendo mundos e fundos (pq não fazem isso enquanto a escola é de responsabilidade do município??) e coagindo professores e comunidade. E como muito bem lembrou a Taciane, o Estado (a Prefeitura) é laica. É Schirmer na contra-mão da história!!
-Seria bom recordar a memória desse povo sem Memória:O que acontecem com a tal FILANTROPIA, CARITATIVA e BENEMÉRITA:Onde estão as a Escolas que já se foram como a Santo Antonio, Fátima das Palotinas, Pão dos Pobres, Lar Metodista, Artes e Oficios, Santa Terezinha(no atual Maneco)Cidade dos Meninos, Patronato AA Ramos…bem relembrar a História da Educação em Santa Maria faria bem aos nossos politicos, ou ler o Dr.Romeu Beltrão”Cronologia Hist.1933)
-Nada melhor que um dia após o outro.Quando fiquei Sózinho Ppara defender a Casa Brasil e não FECHAR pelo Governo SCHIRMER não apareceu nenhum Líder Comunitário, Politico,Vereador ou mesmo pais interessados em melhorar a Educação dos filhos. Agora engulam o que Vomitaram, e lambam o cuspe na gamela.
Parabéns professora Francisca pela coragem de vir a público e expor os problemas que tua escola está enfrentando.
Porém, embora todo esforço que tua escola e a Renato Nocchi Zimmermann fizeram a prefeitura continua irredutível na decisão de entregar as escolas para os Palotinos.
Nada contra a vontade dos Palotinos em querem colaborar com a educação do município mesmo que seja para ganhar a filantropia.
O que não é possível concordar é com o fato de que as escolas perdem seus professores como se esses não fossem capazes de lidar com as condições difíceis dessas escolas.
Além disso, ao deixar de ser uma escola da rede o município deixa de receber as verbas do FUNDEB. Afinal, as escolas deixam de ser municipais a exemplo do que aconteceu com a EMEF Sérgio Lopes que já teve seu pedido de encerramento entregue no Conselho Municipal de Educação.
Rezar é o mínimo que se pode ensinar a uma criança, em meio à selvageria e descrença em que estamos metidos. Talvez, por falta de boa educação e orientação religiosa, seja lá qual for, estamos convivendo com “monstrinhos” que assaltam, roubam, estupram, matam. Ou com adultos sem escrúpulos. Ah, pelo que me consta, a Sociedade Vicente Palotti é uma instituição católica e não evangélica. Meus parabéns aos professores da escola estadual Paulo Lauda, na Tancredo Neves. Para não fugir do assunto colocado pelo editor, sou totalmente contra a essa “encampação”. Concordo com o comentaristra Luiz e aguardo pela luta do sr.Luiz Figueiredo, esperando que ele faça coro aos que são desfavoráveis a essa decisão do município.
Entreguem tudo para a igreja católica, inclusive o cargo de prefeito. Saúde já foi entregue, educação vai logo.
Depois nunca mais tiram os padres, eles ficam donos de tudo. Vide o Patronato Antonio Alves Ramos, construído pela comunidade e apropriado pela igreja católica. Essa é uma sina de Santa Maria, como dizia Romeu Beltrão.
Oque sera-que dirá-Luiz Figueredo?disto ele é o representante ,do governo no Bairro!
o prefeito Schirmer (que nao teve meu voto)vai arrumar mais um motivo para não ganhar meu voto. sera que irão querer evangelizar as crianças da escola tbm? pq a sociedade vicente pallotti é evangelica, e o estado é laico, bem, pelo menos na teoria,na pratica as professoras continuam catequizando as crianças. A escola da rede estadual Paulo Lauda na Tancredo Neves é uma onde as professoras ainda rezam com as crianças antes do inicio das aulas.
o que é publico tem que ser administrado pelo poder publico e nao por um segmento da igreja.