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Consumidor: o produto das redes sociais – por Vitor Hugo do Amaral Ferreira

Em recente publicação do Ministério da Justiça sobre a proteção dos dados pessoais nas relações de consumo, que me ponho a resenhar, ressalta-se as contribuições da tecnologia da informação, que oportunizaram maior interação entre as pessoas, além da disponibilidade de acesso, armazenamento, compartilhamentos. Curtir! Compartilhar! Comentar! (os verbos da vez).

Inauguramos os marcos do direito consumerista a partir da massificação da produção, vivemos a massificação do consumo e estamos diante da adoção massificada da comunicação virtual. A internet teve a missão de popularizar o correio eletrônico, e em rede social, pessoas ligam-se umas às outras através das mais diversas razões (amizade, trabalho,…).

Disso, já anunciado por Zygmunt Bauman, deixamos de ser consumidores e passamos a ser mercadoria. A internet, delimitada às redes sociais (das mais usadas e conhecidas: facebook, my space e twitter) permite construir um perfil público, alimentado por informações e dados, que permitem a interação com outros usuários. Em consequencia, há o relacionamento de pessoas e a relação de informações; visualiza-se e navega-se por uma lista de conexões.

A sedução das redes envolve um mecanismo de interação social e compartilhamento, ele é familiar à nossa cultura, como exemplo, somos convidados a compartilhar nossas próprias informações: na versão em inglês, “What’s in your mind” (Facebook); “What’s happening?” (Twitter)

Vivemos, neste contexto, a “sociedade aberta” na contramão do “apego à privacidade”. A exposição (intensa) dos usuários de redes sociais corresponde aos estímulos destas. Talvez, a busca pela memória nos faça seguidores das redes, e lá na Memória, em poema, de Drummond, amar o pedido, deixa confundido este coração (…) as coisas tangíveis
tornam-se insensíveis à palma da mão; mas as coisas findas, muito mais que lindas, essas ficarão. 

Então, sem pessimismo ou ativismos virtuais, apenas um ensaio às (novas) relações de consumo, “não cometa o erro de achar que você é o cliente do facebook, você não é, você é o produto”. (Bruce Schneier, especialista em segurança computacional)

Vitor Hugo do Amaral Ferreira

[email protected]

@vitorhugoaf

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