TRAGÉDIA. Comissão vai ouvir primeiro o CREA-RS
POR MAIQUEL ROSAURO
O CREA-RS será o primeiro órgão a ser ouvido pela comissão externa que irá investifar as causas do incêndio na Kiss, em 27 de janeiro. Leia abaixo na matéria da assessoria da Câmara dos Deputados:
TRAGÉDIA NO RS – Comissão externa sobre incêndio na boate em Santa Maria vai ouvir Crea-RS
A comissão externa criada para acompanhar as investigações do incêndio na boate Kiss, em Santa Maria (RS), definiu ontem seu roteiro de trabalho. No próximo dia 19, será ouvido o presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Estado do Rio Grande do Sul (Crea-RS), Luiz Alcides Capoani. Os deputados também ouvirão uma apresentação de consultores legislativos da Câmara sobre como é hoje a legislação contra incêndios.
O Crea-RS formou um grupo de especialistas em segurança contra incêndio, que fez uma vistoria na boate Kiss e apresentou relatório sobre as causas da tragédia ocorrida em 27 de janeiro, que matou 238 pessoas.
Causas – O relatório confirma as causas já apontadas pela imprensa: a combinação de espuma inflamável e tóxica com uso de fogos de artifício, falha nos extintores de incêndio, a dificuldade de evacuação, a deficiência na iluminação de emergência e a falta de um mecanismo para retirar a fumaça.
Dois grupos – Na reunião, foi aprovada proposta do coordenador do grupo, deputado Paulo Pimenta (PT-RS), de realizar duas frentes de trabalho: a primeira é acompanhar as investigações sobre as causas do incêndio, para identificar todos os erros cometidos, e a segunda é ouvir especialistas para elaborar um projeto de lei com os parâmetros mínimos de prevenção a incêndios, que deverão ser os mesmos para todo o País.
Pimenta afirmou que o projeto não pretende suprimir competências de estados e municípios, que hoje são os responsáveis pelas normas de combate a incêndios. “O que se quer é uma legislação mínima obrigatória. Alguns países já têm parâmetros mínimos há mais de 100 anos. No Brasil, nem mesmo as saídas de emergência são padronizadas, o que levou muitas pessoas a correr para os banheiros achando que era a saída”, disse.
Outro ponto que o deputado criticou foi o fato de os sprinklers (que jogam água em múltiplas direções, a partir do teto, em caso de incêndio) serem obrigatórios em algumas cidades e em outras não, “como se o fogo fosse diferente de uma cidade para outra”.
Exigências – O primeiro grupo será coordenado pela deputada Elcione Barbalho (PMDB-PA), autora do Projeto de Lei 2020/07, que estabelece uma série de exigências para o funcionamento de casas de espetáculo.
O projeto já foi aprovado pela Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado e “está parado há mais de um ano na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania”, conforme reclamou a deputada na reunião da comissão.
Visita a Santa Maria – O segundo grupo será coordenado pelo deputado Nelson Marchezan Júnior (PMDB-RS). Ele disse que os deputados irão a Santa Maria ouvir a polícia, o Corpo de Bombeiros e a prefeitura. Cada grupo entregará um sub-relatório a Paulo Pimenta, que vai elaborar e submeter à comissão o relatório final.
Paulo Pimenta também defendeu maior transparência para as condições de funcionamento das casas noturnas. Para ele, a nova lei deverá exigir a divulgação dessas condições na internet. “Há centenas de boates funcionando com autorização da Justiça, mas sem alvarás, sem autorização dos bombeiros e das prefeituras. O que queremos é que as pessoas saiam de casa sabendo que estão indo para um estabelecimento aberto nessas condições”, disse.
Lazer seguro – O deputado Pedro Uczai (PT-SC), que perdeu uma sobrinha de 24 anos no incêndio, defendeu uma legislação federal sobre o assunto. “Nós temos que nos antecipar a novas tragédias com uma nova legislação, com uma consciência da sociedade brasileira de exigir direito ao lazer seguro. É preciso discutir as competências do estado, dos municípios e do governo federal”, disse.
Para o deputado, não basta colocar algumas pessoas na cadeia e dizer que a justiça foi feita. “A justiça será feita se for aprovada uma nova legislação que previna novas tragédias”, acrescentou.
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