TRAGÉDIA. Márcia Amaral faz uma análise pra lá de lúcida, acerca do trabalho dos jornalistas e da mídia
Márcia Franz Amaral é jornalista. E professora. E jornalista. Explico: está na academia, com muito talento. Mas tem os dois pés (e, para ser brando, não são muitos nessa condição) no chão de fábrica. Há, sim, vários que lá estiveram. Mas saíram para não mais voltar. Ela, não. Continua estudando e buscando saber o que acontece, de fato, nas redações.
Dito isto – e esperando não ter criado “problema” pra ela, que ainda por cima é amiga do editor -, o sítio reconhece: só neste final de semana tomou contato com o texto. Inicialmente publicado no suplemento “Agir e Pensar”, dos Correio Braziliense e Estado de Minas, ambos dos “Diários Associados”, foi reproduzido no portal especializado Observatório da Imprensa. Trata da mídia. Mas também dos jornalistas. E o pano de fundo (ou do raso, quem sabe) é a tragédia de 27 de janeiro. Creia, vale a pena ler. E nem precisa ser do ramo. Ao contrário, vale para qualquer um que queira entender um pouco da intermediação feita pelos veículos de comunicação para seu público. A seguir, um trecho (com o devido “link” para os que desejarem a íntegra:
“Dos limites às possibilidades
Escrevo desde Santa Maria, RS, cidade que foi foco da imprensa no final de janeiro, com a cobertura do incêndio que vitimou pelo menos 237 jovens. Do centro desse acontecimento prenhe de sentidos e sensacional em si, reflito sobre os limites do jornalismo na cobertura de tragédias. O que o jornalismo pode fazer no ápice de acontecimentos trágicos, senão relatar o trágico? E quando deixa de informar e passa a fazer sensacionalismo? Não me refiro a casos extremos, como foi o do programa Balanço Geral da Record, que simulou ao vivo o cenário do incêndio com gelo seco, enquanto chamava o repórter direto da cena da tragédia. E sequer trato de iniciativas com o fim exclusivo de aumentar a audiência ou os índices de leitura, como é o caso da revista Época, cuja capa sobre o incêndio foi escolhida pelos curtidores do Facebook. Refiro-me a aspectos constitutivos do jornalismo informativo diário que dizem respeito às rotinas produtivas, à percepção do que é notícia e à narração de um acontecimento catastrófico.
O acompanhamento de um fato em tempo real exige muito esforço dos repórteres. As críticas exaustivas às coberturas deixam os jornalistas envolvidos perplexos. Mas é preciso perceber que as coberturas seguem rotinas e enquadramentos já estabelecidos culturalmente. Estudos anteriores sobre as coberturas de acontecimentos catastróficos nos levam a concluir que elas seguem alguns rituais.
Há uma lógica intrínseca ao jornalismo que o faz perseguir o urgente e organizar o que parece caótico. Diz a primeira linha do Diário Gaúcho (jornal popular da RBS) sobre o incêndio: “Uma faísca, o fogo se alastra pelo teto e a festa com cerca de 1,5 mil jovens termina em 233 mortes”(29/01/2013). As primeiras notícias dão sentido à realidade e buscam atestar que o incrível realmente aconteceu…”
PARA LER A ÍNTEGRA, CLIQUE AQUI.
– Mesmo que fosse apenas uma exigência burocrática, este tipo de licença tem como objetivo a segurança – lembrou Meinerz.
Um dos Delegados,da força tarefa, Sandro Meinerz.
“Polícia pode ter encontrado falha crucial na sucessão de erros da Kiss”
Noticia publicada ha pouco, pelos jornais e sites da RBS.
Leiam com atenção, se quizerem, claro.
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