Carlos Marighella é ignorado no currículo escolar, pelos livros de História brasileiros. É ainda, como disse Mário Magalhães, um “proscrito”. Mas, quem é ele, que afinal tornou-se objeto de estudo em locais tão díspares quanto a universidade chinesa de Nanquin e na sede da principal agência de inteligência do mundo, a CIA ianque?
Isso, e muito mais, foi debatido na noite passada pelo próprio Magalhães, jornalista e biógrafo de Marighella, pela professora Ana Maria Estevão e por quase 200 pessoas que compareceram ao plenário da Câmara – durante mais uma edição do programa “Cultura na Sedufsm”.
Um relato do que ocorreu chega através da assessoria de imprensa da Seção Sindical dos Docentes da UFSM. O texto é de Fritz R.Nunes e a foto de Renato Seerig. Acompanhe:
“Cultura na Sedufsm e a aula de história sobre a repressão…
…Falar sobre a vida de um personagem que é conhecido em diversos países, cujas ideias foram propagadas, entre outros, pelo filósofo Jean Paul Sartre, na França, e que tem seu “Manual do guerrilheiro urbano” estudado na Universidade de Nanquin, na China, ou na sede da CIA, nos Estados Unidos. Esse foi o objetivo da 57ª edição do Cultura na Sedufsm, que nesta segunda, 13 de maio, lotou a Câmara de Vereadores de Santa Maria para tratar do tema “Marighella, o homem por trás das letras”.
Cerca de 180 pessoas acompanharam uma verdadeira aula de história protagonizada pelo jornalista Mário Magalhães, que escreveu uma biografia inédita de Carlos Marighella, e por Ana Maria Ramos Estevão, professora do curso de Serviço Social da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), atual diretora do ANDES-SN e ex-militante da Ação Libertadora Nacional (ALN), grupo liderado por Marighella, até sua morte, em 1969.
Magalhães, que é autor da obra de grande densidade chamada “Marighella, o guerrilheiro que incendiou o mundo”, lançada em 2012 pela Companhia das Letras, fez um relato inicial sobre o trabalho, que consumiu nove anos de sua vida, e, que foi motivado pela ideia de escrever uma grande reportagem sobre uma personalidade que tem uma dimensão histórica, mas que ainda hoje é ignorado pelos currículos escolares. “Marighela ainda é um proscrito”, declarou o biógrafo.
Na totalidade, o jornalista juntou cerca de 70 mil páginas de documentos, consultou 600 títulos em arquivos do Brasil e do exterior, que renderam, de forma abreviada, e numa linguagem jornalística, mais de 600 páginas do livro que já foi premiado por associação de críticos do estado de São Paulo, e que deverá servir de base para um filme. O material usado para a confecção da obra deverá ser doado ao Memorial Marighella, a ser construído na Bahia, estado onde nasceu Carlos Marighella.
No livro que escreveu, Magalhães reúne elementos através dos quais rebate a versão divulgada pelo regime militar, de que o guerrilheiro foi morto portando armas. Segundo o biógrafo, havia um ódio tão grande do líder da ALN, que ele acabou assassinado, mesmo sem armas, após ter sido cercado por 29 agentes da repressão fortemente armados.
Marighella passou muitos anos de sua vida preso, especialmente durante a ditadura do Estado Novo, comandada pelo presidente Getúlio Vargas, quando ficou trancafiado de 1939 a 1945. Membro do Partido Comunista Brasileiro (PCB), Carlos Marighella se elegeu deputado constituinte em 1946 e apresentou projetos que não foram aprovados, mas que décadas depois seriam aprovados e considerados avanços, como é o caso do abono de natal para os trabalhadores (13º salário) e a lei do divórcio. Para o jornalista e escritor, esse tipo de informação ainda hoje é omitido ao conhecimento da sociedade…”
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