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OUTRO LADO. O que disse Robson Zinn, sobre a crise

Segundo NOTICIA o colega Leandro Belles, na versão online do Diário de Santa Maria, depois da anunciada saída de Giovani Manica da secretaria de Relações de Governo e Comunicação, os politicos estão costurando a desocupação pacífica da Câmara de Vereadores, pelos manifestantes.

Mas… Uma das reivindicações básicas, senão a mais falada pelos que estão no prédio, é a saída do Procurador Jurídico do Legislativo, Robson Zinn. Então, é interessante verificar o que ele diz. A entrevista foi feita por Marcelo Martins, do DSM. Confira, a seguir, um trecho, com o link, lá embaixo, para a íntegra. Acompanhe:

“Se eu sair é porque quero sair”, afirma procurador jurídico da Câmara de Vereadores de Santa Maria

O procurador jurídico da Câmara de Vereadores de Santa Maria, Robson Zinn, falou ao Diário de Santa Maria sobre a reivindicação dos manifestantes que ocupam a sede do Legislativo que exigem a sua exoneração do cargo como uma das exigências para o grupo liberar a Casa.

Diário de Santa Maria – Como o senhor vê o fato de lher ser atribuído a criação da CPI da Kiss por parte da bancada governista? É dito que o senhor estaria nos bastidores deste processo?

Robson Zinn – A oposição não tinha as assinaturas para a criação da CPI. No dia em que foi protocolada a CPI, eu estava em Porto Alegre em uma audiência na Procuradoria Geral do Estado (PGE). É evidente que eu tenho relações políticas. Eu apenas participei da reunião que instaurou a CPI, justamente para dar assessoramento para formatar a CPI, e também participei de uma reunião na sala da Procuradoria Jurídica com os vereadores da CPI e com o seu Adherbal Ferreira. Nessa reunião em que foi colocado em questão um eventual chamamento dos réus (em referência a Mauro Hoffmann e Elissandro Spohr), o seu Adherbal (Ferreira, presidente da Associação dos Familiares das Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria) “ameaçou” as vereadoras Maria de Lourdes (Castro, do PMDB) e a Sandra Rebelato (PP) dizendo que ele não poderia assegurar os pais e nem a sim mesmo de qualquer tipo de ato. E, naquele momento, eu acabei intervindo. Naquele momento, eu vi aquilo como um momento de desrespeito a elas e uma ameaça à integridade física delas. Eu me indispus com ele. Durante toda a CPI, nesses 120 dias de trabalho, foi-me pedido assessoramento nas questões da CPI. E eu não o fiz. Pelo contrário, eu encaminhei essas demandas ao IGAM (Instituto Gamma de Assessoria a Órgãos Públicos). Justamente por eu não querer me envolver em uma situação complicada dessas. Até porque eu tive 11 pessoas da minha relação que foram vitimadas. Eu também tenho esse sentimento de perda. Não tenho envolvimento algum na criação da CPI. Se houver um apontamento meu por falta de conduta ética e deslize profissional, técnica serei o primeiro a pedir exoneração. Deixei claro isso à OAB e pedi que eles possam me apontar isso (uma eventual falha). O que estamos enfrentando é um enfraquecimento dos vereadores ligados à Mesa Diretora. Há um notório interesse de enfraquecer a bancada governista. A quem interessa isso? Ao PT, ao PSDB e ao PPL junto com PSol e PSTU. Lamentavelmente, a Associação dos Familiares das Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria está servindo de escudo a esses segmentos para legitimar esse movimento. Isso é visível. E eu estou pagando um preço político que não é meu. Se eu tivesse 1% de envolvimento eu seria o primeiro a colocar o meu cargo à disposição. Defendo os movimentos, me criei em movimento estudantil: em Grêmio escolar e presidente da União Santa-mariense de Estudantes (USE). Atualmente, estou na condição de presidente do PMDB. Tenho 22 anos de PMDB. Obviamente que, em algum momento, tu acabas tendo uma ascensão maior. Nunca fiz nada de errado. Além de ser procurador da Casa eu respondo por todas as tarefas que são inerentes ao Legislativo. Esse pedido, essa cobrança pela minha saída, por parte do seu Adherbal e dos manifestantes, é excessiva e política. A Associação está sendo usada como escudo para discutir o acordo para a Mesa (Diretora), que terá eleição em dezembro de 2013. O PT, o PMDB e o PPL estão municiando para que a base governista perca força. Hoje, sou eu. Amanhã quem vai ser? O vereador Tavores (Fernandes, DEM) foi traído por um assessor que gravou uma conversa. Os questionamentos em torno da CPI se dão também porque as pessoas não querem saber do trabalho técnico deles na CPI. Elas querem ver sangue e por aí em diante.

Diário – O que o senhor tem a dizer sobre o áudio (gravação feita por Amilcar Costa, assessor do vereador Tavores Fernandes, durante uma reunião do parlamentar com a também vereadora Maria de Lourdes Castro, e que colocaria em xeque a credibilidade da CPI da Kiss)?

Zinn – O que diz o áudio em relação a mim?  É dito que o Zinn não está dando amparo dentro da CPI e que o Zinn tem de ser o cara para conter os ímpetos da vereadora Sandra Rebelato (PP). E mais um a questão: porque eu não intervi dentro da CPI? Porque o perfil das vereadoras Maria de Lourdes e o da Sandra Rebelato é impositivo. Porque elas são pessoas que têm leitura do quadro e elas agem e fazem o que é certo dentro da leitura delas. A minha tarefa dentro de uma questão macro é atender alguma demanda pontual e mesmo assim eu não atendi a esses pedidos. O que eu fiz? Encaminhei essas demandas ao IGAM (Instituto Gamma de Assessoria a Órgãos Públicos). Mesmo eu sabendo as respostas. Eu presto assessoria para Câmaras de Vereadores há 12 anos. Já fui procurador-jurídico em cinco municípios diferentes. Eu nunca dei um parecer político. Sou o único quadro da Câmara de Vereadores de Santa Maria que tem a obrigação de se manifestar por escrito. Não vou macular a minha atividade…”

PARA LER A ÍNTEGRA, CLIQUE AQUI.

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13 Comentários

  1. Como fica fácil, não? A qualquer cobrança, qualquer tentativa que se busque averiguar os fatos, joga-se tudo para cima de uma “possível” partidarização.
    Trazer a vida destes jovens mortos na boate, não é mais possível. Mas é imperioso que não se perca esta chance de termos assegurado que isto nunca mais se repetirá.
    Para termos esta certeza, tem que ir até o fim das investigações, identificar as falhas e sana-las.
    O ainda Procurador diz que não teve nada a ver com a criação da CPI chapa branca. Esta é a versão dele. Talvez esta versão se sustente até uma próxima gravação.

  2. Quem não se comunica, se trumbica. Ou, em boa poesia: “Cai o rei de Espadas, Cai o rei de Ouros, Cai o rei de Paus Cai, não fica nada”.

  3. Zinn

    Deveria ter dados pareceres. Ele é pago para tal.
    Fugiu da responsabilidade. Ao se negar deveria ter FEITO parecer para encaminhar, ele DEVERIA ter escrito algo, uma justificativa.
    E conforme a justificativa poderia ser avaliado, quiça pela covardia excessiva e repetida, sei lá.
    Como apenas terceirizou o seu trabalho, DEVE sair.

  4. Pablo,

    o IGAM é um prestador particular de cursinhos, pareceres e advocacia. Tudo particular.

    Tu ligas e encomenda o parecer que tu queres ou tu achas que quem é contratado dá parecer contrário para acabar nunca mais sendo contratado de novo e ganhando seu dinheiro?

    E o pior, a Câmara paga praticamente R$ 9000 por mês a um procurador e mesmo assim é preciso um parecer, a camara tem que pagar para o IGAM dar parecer quando o procurador da Câmara quer tirar o seu da estaca?!

    Abraço, Claudemir, sempre democrático, como já disse o Pablo.

  5. BOm, são tantos os falatórias q as pessoas estão deixando a realidade de lado, o Dr Zinn, não tem nada haver com a CPI da Kiss e outra como já foi colocado por ele mesmo, se alguém tiver algo concreto pq não está se manifestando..só estão do “blá, blá , blá” e não provam nada….realmente é dificil entender a reinvidiação de EXONERAÇÂO, sendo q não tem base para isso, pq o Dr. Zinn, sempre foi um HOMEM do BEm, e quem o conhece sabe sa sua HONESTIDADE…

  6. Entrevista mais que esclarecedora, o Dr. Zinn agiu com ética ao encaminhar ao IGAM as demandas da CPI, assim ela não teve nenhum parecer que possa parecer político ou protetivo. Resumindo: Está na hora do Sr. Adherbal se explicar, não tem nenhum fundamento as exigências dele no sentido de impor a demissão do Zinn. Abraço Claudemir, sempre democrático!

  7. Temos lido e ouvido notícias em profusão e é natural que algumas declarações passem despercebidas.
    A entrevista que o Prefeito concedeu hoje de manhã a RBS contém uma pérola : “Não abri sindicância porque não teria sentido abrir uma investigação sobre o meu próprio governo”.
    Ora Sr. Prefeito, a imagem que a sociedade tem do Senhor é de uma pessoa íntegra mas está perdido, mal assessorado ou sofrendo influências nefastas.
    Instaurar procedimentos para investigar atos e atitudes dos governos é natural e fundamental.

  8. Zinn: “A minha tarefa dentro de uma questão macro é atender alguma demanda pontual e mesmo assim eu não atendi a esses pedidos. O que eu fiz?”

    A minha tarefa…. eu não atendi a esses pedidos.

  9. È procurador jurídico ou mais um político dizendo que a culpa e da oposição? ou talvez da Associação dos Familiares das Vítimas.
    A cada depoimento da situação fica mais evidente que a câmara de vereadores, não passa de uma extensão do gabinete do prefeito.
    A começar pelo seu presidente.

  10. Pelo visto é de se deduzir o que é comentado pelos corredores e bastidores. O procurador é na verdade o Prefeito da Câmara de Vereadores. Ele manda e não precisa de aval de ninguém, tanto deve, tende a ser verdade, que ele mesmo diz “eu saio SE EU QUISER!”
    Esse é cuiudo, manda, fala e se manifesta mais do que 13 vereadores!

  11. TEM QUE SAIR… o cara falou isto?
    “Justamente por eu não querer me envolver em uma situação complicada dessas.

    Como assim, é pago para assessorar e contratava terceiros?
    Nao queria se complicar? Ele é pago para arrumar complicaçoes juridicas.

    Manica e inn, um nao comunica e o outro nao se complica.
    Que dupla …

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