Taí uma informação difícil de encontrar na mídia tradicional. Sabe-se lá por que (ou se sabe), os veículos compraram a ideia da porção mais conservadora da classe média, que simplesmente abomina o Bolsa Família. O editor tem lá com ele uma ideia das razões dessa ojeriza, mas, enfim, fiquemos assim.
O fato é que, vez em quando, o assunto encontra uma brecha e penetra nas páginas dos jornalões. Foi o caso deste final de semana, no Correio Braziliense, o principal jornal da capital da República, e que dá conta que pelo menos 12% dos atuais beneficiários do BF se mandaram. Por uma singela razão: sua renda aumentou.
Vale conferir, ainda que somente os cadastrados podem ter acesso ao texto em sua integralidade, a reportagem assinada por Renata Mariz e Étore Medeiros. A seguir:
“Quase 2 milhões de famílias aumentaram renda e abriram mão do Bolsa Família…
…Ao unificar e aperfeiçoar diferentes programas sociais, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva abusava da metáfora do peixe para se defender dos que acusavam o então recém-lançado Bolsa Família de projeto meramente assistencialista. Passados 10 anos da iniciativa, 1,7 milhão de famílias conseguiram “aprender a pescar”. Deixaram de receber o repasse mensal, cujo valor médio é de R$ 152,35, porque conseguiram aumentar a própria renda, extrapolando o limite de R$ 70 per capita. A turma que deu adeus à ajuda federal equivale a 12% das 13,8 milhões famílias atendidas atualmente. Sem contar as 6 milhões que saíram do programa por outros motivos, como deixar de cumprir as condicionalidades e fraudes.
Não há resposta exata sobre o que o número significa. Para o professor da Faculdade de Economia da Universidade de São Paulo (USP) Paulo Feldmann, fica claro que o governo não conseguiu ensinar a pescar. “Mas dar o peixe, apenas, também era importante, pois havia gente passando fome no país”, assinala. Ele considera que, passados 10 anos de Bolsa Família, seria necessário investir mais na qualidade da escola. “Talvez criando uma prova nacional, para avaliar o desempenho das crianças, só exigir frequência ajuda, mas não muda a realidade”, afirma Feldmann…”
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Millor Fernandes dizia que: “Este país não pode melhorar enquanto o governo gastar todo o seu dinheiro na propaganda da rosca e a oposição colocar todo seu esforço na condenação do furo.”
Total zero. A “notícia” não é divulgada pela grande mídia porque é propaganda. Se governo quer propaganda, tem que pagar. E o governo federal gasta muito nisto.
Por que é propaganda? Porque o número de famílias beneficiadas em 2006, por exemplo, era pouco mais de 11 milhões. Logo, a média de famílias atendidas nos 10 anos é perto de 12 milhões, por baixo. O programa foi lançado em 2004, as sobras compensam os números menores do início. Ora, em 10 anos, na média, 170 mil famílias deixaram o programa a cada ano. Ou seja, 1,4%. Por isto “Não há resposta exata sobre o que o número significa”.