ESPECIAL 9. Delegacia da Mulher recebe até 20 notificações por dia, de casos de violência doméstica
Por LUIZ ROESE, Especial
Na Rua Duque de Caxias, em frente à Praça Saturnino de Brito, no Centro de Santa Maria, está o refúgio das mulheres que buscam ajuda após sofrerem agressões. É o endereço da Delegacia da Mulher, comandada por Débora Aparecida Dias.
Desde a inauguração da delegacia, em novembro de 2001, Débora Dias é a titular do órgão. Ela pôde constatar que o número de casos de agressões a mulheres só cresceu com o tempo. Atualmente, só relacionadas à violência doméstica, há uma média de 12 ocorrências por dia, com picos que podem chegar a 20. De todos os casos que chegam à DP diariamente, 95% têm a violência doméstica como objeto. “A tendência, no futuro, é que as delegacias da Mulher acabem cuidando exclusivamente de ocorrências desse tipo”, opina a delegada.
A Lei Maria da Penha, de 2006, foi um avanço importante no combate à violência contra a mulher. Mas ela ainda não pode ser totalmente cumprida. No caso de Santa Maria, por exemplo, não existe uma rede estruturada de atendimento às vítimas do sexo feminino.
O que melhor funciona é a casa abrigo que recebe mulheres que sofreram violência. “Funciona bem, mas deveria haver mais vagas. Às vezes, falta”, constata a delegada Débora. Outro importante ponto de apoio é o Hospital Universitário, para os casos de violência sexual. Porém, na opinião da delegada, ainda falta muita coisa. “Deveria haver em Santa Maria um centro de referência para o atendimento às mulheres, por exemplo. Faz falta”, opina a delegada.
No início de dezembro, uma mulher de 34 anos procurou a DP da Mulher para denunciar o companheiro que a agredia e foi encaminhada para a casa abrigo. Ela já vinha sendo vítima de violência há anos, mas só decidiu fazer a denúncia agora. “Tem a dependência financeira. E você sempre fica pensando se a situação não vai mudar, se tudo não voltará a ser como antes. Por isso, demorei. Mas agora não deu mais para aguentar”, contou a vítima.
Um tipo de ocorrência que a DP da Mulher costuma atender são casos de latrocínio (roubo com morte). “Quando as mulheres são assassinadas, em 99% das vezes é homicídio. E, geralmente, o crime é cometido por pessoas próximas, como companheiro ou marido, filho…”, afirma a delegada Débora.
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