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As credenciais ganham um lugar – por Daiani Ferrari

Desde que comecei a ter uma vida movimentada, no sentido de participar de atividades de “gente grande”, passei a guardar todas as credenciais dos eventos aos quais participei. Cada local que morava nos últimos anos tinha um espaço reservado para pendurar as credenciais. No “pombal”, nome carinhoso para o prédio no qual alugava um kitnet, elas ficavam penduradas no suporte de parede da televisão. O espaço era meio escasso, mas ali elas ficavam bem, sem incomodar ninguém. No apartamento da Tuiuti, um cantinho na escrivaninha, onde era para ficar a pilha de CDs, mas na falta dos mesmos, um bom lugar para as credenciais.

No apartamento do Parque, lugar privilegiado, na sala, de modo que todos que lá chegassem pudessem ver. Depois da mudança, ficaram escondidas, ainda não havia nada apropriado para os mimos, mas eis que no último final de semana ficou pronta a última parte da casa nova. O quarto-escritório foi montado, trazendo solução para o que não havia lugar certo ou armário que coubesse, e também para as credenciais.

Fazia um bom tempo que não participava de nada que me rendesse uma credencial, elas já ansiavam por uma nova companheira e então surge o Fórum Social de Economia Solidária, realizado em Santa Maria.

Sou uma pessoa sensível a hinos e bandeiras. O que me chamou muito a atenção e de fato me deixou sensibilizada foi o encerramento do evento, quando um grupo do Levante da Juventude (jovens acampados buscando conscientizar outros jovens sobre seu papel na sociedade) e militantes e defensores da economia solidária estenderam uma grande bandeira da causa em frente ao palco central e dançaram e cantaram. Dançavam e cantavam felizes por ter participado daquele momento histórico na cidade, no qual eram protagonistas de boas práticas e exemplos para o país.

Achei bonito. É louvável quando os indivíduos lutam por aquilo que acreditam. Foi bonito como quando vejo na televisão pessoas pelo mundo, sejam atletas, políticos ou turistas, balançando a bandeira do Brasil e demonstrando o orgulho de ser brasileiro. Também foi bonito como quarta-feira, quando vi no Estádio dos Plátanos crianças, jovens, adultos, idosos, homens e mulheres balançando a bandeira do Grêmio, como se o time do coração fosse sua pátria-mãe.

No final do domingo, depois das atividades encerradas, depois do balanço final do Fórum Social de Economia Solidária, o merecido descanso. Um banho, um lanche, a sensação do dever cumprido, na medida do que era possível, e a cena das pessoas dançando como crianças embaixo da bandeira. A credencial foi para junto das outras. Num novo espaço, que espero ficar ali por muito e muito tempo.

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Um Comentário

  1. Dai, compartilho com você a emoção pelo hino nacional e pela nossa bandeira… assim como ver pessoalmente a nação tricolor concentrada, dando vez e voz para as paixões futebolísticas me arrepiou…
    Também a minha trajetória em eventos me fez ter inumeras credenciais que poderiam ter sido guardadas, visto que cada uma delas me traria a lembrança da vitória alcançada, pois é assim, cada evento realizado é uma batalha vencida… se tudo irá dar certo ou não é algo que só sabemos no final (embora um bom planejamento, com certeza, é premissa para o sucesso). Porém, diferente de você, muitas vezes me perguntei se deveria guardar essas lembranças fisicamente, visto que ocupam espaço e “pegam pó”. Resolvi me desfazer de cada uma, após o evento, deixando as fotos como lembranças. Não sei se faço certo. Muitas vezes me pergunto se esses pedacinhos de nossas vidas não servirão mais tarde para ilustrar as histórias para os meus netos, talvez alguma vitória em gincana de colégio, ou quem sabe ainda um “museu” familia… Na dúvida, minhas agendas de adolescente continuam bem guardadas… hehehe

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