PMDB/RS. Fogaça discursa para a militância e diz querer “pacificar o Rio Grande”
Um político experiente sabe o que dizer, para quem dizer e na hora em que tem que dizer. Uma coisa é a discussão, por exemplo, para o público externo, outra, bem diferente, é numa reunião de dirigentes partidários. Na primeira, tudo está maravilhoso. Na outra, a realidade é colocada, tanto quanto possível.
Dito isto, parece bastante claro que no “Encontro de Verão”, que levou centenas de peemedebistas gaúchos a Capão da Canoa no sábado, o virtual candidato a governador pelo partido, o prefeito porto-alegrense José Fogaça, falou menos para o público externo, e menos ainda para os dirigentes. Suas palavras destinadas à militância ali presente e que precisa ser nutrida de todas as forças possíveis para enfrentar a campanha dura que se avizinha. É ela, afinal, que levará aos eleitores a mensagem peemedebista e o nome de Fogaça.
Dito isto, vamos combinar que é improvável que José Fogaça acredite meeeesmo na candidatura própria do PMDB à Presidência da República, com Roberto Requião, como disse no sábado. Também é improvável a crença de que Germano Rigotto está garantido como candidato ao Senado. Afinal, são fortes os indicativos de que o ex-governador acabará batendo de frente em Eliseu Padilha, que também quer concorrer e tem boa parte (talvez a maioria) dos votos dos convencionais. E que o PMDB, se desejar a companhia do PTB e do PDT, um deles ou de preferência ambos, como realçou Fogaça, terá que ceder a outra vaga disponível ao Senado.
Resumo da ópera: a palavra do candidato foi para a militância. Mas se é totalmente verdadeira (embora não se lhe tire a honestidade de propósitos) só o futuro dirá. E nem vai demorar tanto.
Ah, para saber a versão oficial do que disse o pré-candidato ao Piratini, no encontro peemedebista de Capão da Canoa, acompanhe material publicado no sítio oficial do PMDB/RS. A seguir:
“Eleições 2010 – Fogaça afirmou que irá liderar o projeto de pacificação do RS
Depois de uma intensa maratona de mais de oito horas de reuniões de trabalho, o prefeito José Fogaça subiu ao palco principal do Encontro Estadual de Verão para empolgar completamente os mais de 3 mil correligionários presentes em Capão da Canoa. “Isto o que está acontecendo aqui, emergindo do chão e do olhar de cada pessoa, essa energia civil, ela não foi feita de ontem para hoje, ela vem de uma longa história de luta, de um partido que está enraizado na história do Brasil, que escreveu a Constituição e garantiu as instituições públicas”.
Fogaça declarou que um partido com o tamanho do PMDB – organizado em 5 mil municípios e que elegeu 1.200 prefeitos nas últimas eleições – quase o dobro do segundo colocado naquele pleito – não pode abrir mão de ter um projeto para governar o Brasil. “Não basta apenas ser grande, temos que ter candidato à presidência da República, e o nosso candidato é Roberto Requião”, sustentou.
Sobre a sua candidatura ao Governo do Estado, Fogaça afirmou que cumprirá essa missão com o compromisso de liderar o projeto de pacificação do Rio Grande do Sul. “Hoje ouvindo o bradar dos 33 coordenadores regionais e a garra desta militância, não posso refutar esse papel”. E arrematou: “a nós está reservado um papel decisivo, importante e definidor para o futuro do RS…”.
PARA LER A ÍNTEGRA, CLIQUE AQUI.
SUGESTÃO ADICIONAL – confira aqui, se desejar, também outras reportagens produzidas e distribuídas pela assessoria de imprensa do PMDB/RS.
Mas de novo este discurso de pacificar o rio grande? Afinal, quem está brigando? Quem está em guerra? O que há são inúmeras denúncias de corrupção advindas exatamente de membros do governo. Então, cadê a briga? O Rio Grande não precisa ser pacificado e sim MORALIZADO. O Busatto estava guerreando quando disse que saqueava as estatais para pagar sua campanha política? As conversas gravadas que provam as propinas dentro do governo são parte de alguma guerra? A inoperância deste governo é uma guerra? Os grandes nomes do PMDB, Padilha, Marco Alba estarem na corda bamba com a polícia federal é alguma guerra? Será que o povo gaúcho vai cair nesta conversa fiada de novo?