ARTIGO. Tarso Genro e as correntes ideológicas que, no entender dele, são protagonistas do pleito de 2014
Duas grandes correntes politico-ideológicas têm interferência fundamental nas eleições de outubro. Seriam elas os entusiastas do modelo mexicano, “de corte liberal não intervencionista”, e que depreciam a capacidade de regulação do Estado; e os que acreditam que justamente essa capacidade pode criar uma sociedade mais coesa, em condições de atenuar as brutalidades capitalistas e abrir à sociedade perspectivas de emancipação social.
O que você leu no parágrafo anterior é uma síntese (talvez incorreta, talvez) do editor, para artigo publicado pelo governador (e estudioso das questões politico-sociais) Tarso Genro, originalmente publicado no portal Carta Maior.
Ok, ok, ok. Você pode discordar. Ou não. Mas é interessante conferir o que escreve Tarso, que se inscreve entre aqueles muito poucos pensadores da sociedade brasileira – muito além da própria questão eleitoral, mas, obviamente, fazendo parte dela. Quer conferir a íntegra? A seguir, um trecho, com foto de Caco Argemi (Palácio Piratini):
“Das advertências que vem de lá…
… O colunista Arnaldo Jabor no jornal Estado de São Paulo (06.05), termina uma coluna política da sua lavra, com o seguinte apelo: “O Brasil está sofrendo uma mutação gravíssima e nossas cabeças também. É preciso tirar do poder esses caras que se julgam ‘sujeitos da história’. Até que são mesmo, só que de uma história suja e calamitosa”. Este texto foi publicado no curso de uma campanha da mídia tradicional, não somente contra o governo da Presidenta Dilma, mas já combinada com uma campanha contra o Estado e contra os partidos em geral, especialmente contra tudo que cheira esquerda…
… Nem tudo que é publicado é inverdade ou manipulação. Inclusive sobre a esquerda em geral e sobre o próprio partido que pertenço, como se vê de casos recentes. Mas a grande mensagem que está sendo passada, de forma abrangente e totalitária não é, na verdade, destinada a criticar o sistema político, melhorar a vida interna e os procedimentos dos partidos ou mesmo as instituições públicas do Estado. A grande mensagem é outra e a questão de fundo está contida no texto de Jabor, que diz com todas as letras: “O Brasil está sofrendo mutação gravíssima e as nossas cabeças também.”
À medida que é dado tratamento distorcido ao Governo – seus problemas e suas conquistas -, à medida que não se contrastam os problemas econômicos e financeiros do país com o cenário da crise global; à medida que é promovida uma propaganda massiva do privatismo e do antiestatismo – relativizando ou deixando de lado todas as incompetências e corrupções do polo neoliberal, desde a crise da água em São Paulo até o “mensalão mineiro”; à medida que se omite que a corrupção aparece mais, porque os nossos Governos instituíram a Controladoria da União e aparelharam os demais órgãos de controle e a própria Polícia Federal; à medida que se coloca como regra que os políticos e os partidos, em geral, são ineficientes e corruptos, o que está se tratando, meticulosamente, é de promover uma disputa de fundo sobre o futuro. Esta “mutação gravíssima” do Brasil e das “nossas cabeças”, como disse Jabor, vai para que direção? É isso que está em disputa…”
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Tarso, o intelectual pensador, e a teoria dos dois campos de Zdanov. 1947, atual. Os 70% mencionados são os que querem mudanças profundas, não há menção a deixar de votar.
A petrobrás teve um "negócio ruim" nos US, acusações de superfaturamento no PR, outro negócio ruim no Japão e um ex-diretor preso. Não era pra noticiar?
Incendio em onibus, de fato, é tão comum que não deve ser mais notícia. A crise de segurança no país também.
Filha de Dirceu furou a fila de visita num carro do Estado com chapa fria. Se isto não é privilégio…
"porque os nossos Governos instituíram a Controladoria da União e aparelharam os demais órgãos de controle e a própria Polícia Federal"… Aparelharam? A crise da água em SP é falta de chuva também, o mesmo motivo da ameaça de racionamento de energia. Ambos também incompetencia estatal.
Capacidade regulatória do Estado: todo mundo está satisfeito com as telefônicas? Aliás, por que concessão de telefonia é privatização e de aeroportos e estradas não é?
BNDES: e o Eike? E os frigoríficos que a população não ficou sabendo?
O resto das lorotas não precisa nem responder. É só esperar. Foi assim que a Argentina virou o que virou. O problema não é ser esquerda, o problema é ser esquerda atrasada e ignorante.
Gerdau? Em parte tem razão. Gauchada vive batendo no peito e achando que é melhor. Acha que a vida está ganha. E os outros não ficam parados.