Artigos

A política de Estado e a política de Mandato – por Ricardo Jobim

Os brasileiros perdem tempo no exercício de tentar entender as razões do por que das coisas aqui não darem certo. Dá certo em outros países, mas aqui não, porque aqui é Brasil e temos sérios problemas culturais. Pelo menos essa é a conclusão que se chega, após tentar responsabilizar “a lei que é injusta”, ou os políticos em si.

Como não existe sistema jurídico-político perfeito, que tornem os homens pessoas boas, já que hábitos culturais de honestidade e integridade são conquistados por um povo ao passar dos séculos, estou certo de que sabemos, ao menos, aquilo que não queremos.

E é notável: toda vez que uma administração muda, o discurso é sempre o mesmo: recebemos uma quebradeira, uma bagunça, tudo é ruim, e nada do que foi feito antes tem valor. Fomos sacaneados com os computadores formatados, documentos desorganizados, e a mesma choradeira de sempre.

Novas administrações fazem questão de bradar aos quatro ventos de que só elas são boas, e só elas podem fazer as coisas do jeito certo e bem feito.

No entanto, pagamos um preço extremamente caro por isso. A cretinice politiqueira do cultivo a anjos e demônios, ao certo e ao errado, de que tudo que havia não funciona e tudo que virá é perfeito, sacrifica os cofres públicos, gera direitos a terceiros prejudicados, e demonstra a instabilidade política que faz com que os investimentos fujam da cidade.

Além do mais, a politicagem do mocinho/bandido foge ao conceito óbvio da complexidade humana, que não é oito nem oitenta.

Quando os mandatários, independente do partido, alimentam essas posturas, impossibilitam que políticas fundamentais de longo prazo se desenvolvam.

E fazem isso só por marketing. E um marketing eleitoreiro extremamente burro. Se o político destrói o que foi construído e se encarrega de encerrar o mandato gastando dinheiro que não possui, comprometendo futuras administrações em termos de orçamento, ou joga fora boas iniciativas passadas, não se dá conta de que isso não o trará mais votos, visto que é conduta repetida e costumeira, que não faz mais a cabeça do eleitorado.

Mas, se ao invés disso, o governante se preocupa em continuar as iniciativas positivas, destacando que é o correto a ser feito, abandona o costumeiro e chama a atenção do eleitorado justamente por se tratar de exceção. Claro, tudo isso acompanhado de um bom gasto público com propaganda institucional. Afinal, tudo se trata de uma questão de marketing e investimento em publicidade.

Enquanto não exigirmos da classe mandatária políticas de estado ao invés desse joguinho, lançando projetos visando décadas à frente, nada de bom vai acontecer. Especialmente na base de tudo, que é a política educacional.

Artigos relacionados

ATENÇÃO


1) Sua opinião é importante. Opine! Mas, atenção: respeite as opiniões dos outros, quaisquer que sejam.

2) Fique no tema proposto pelo post, e argumente em torno dele.

3) Ofensas são terminantemente proibidas. Inclusive em relação aos autores do texto comentado, o que inclui o editor.

4) Não se utilize de letras maiúsculas (CAIXA ALTA). No mundo virtual, isso é grito. E grito não é argumento. Nunca.

5) Não esqueça: você tem responsabilidade legal pelo que escrever. Mesmo anônimo (o que o editor aceita), seu IP é identificado. E, portanto, uma ordem JUDICIAL pode obrigar o editor a divulgá-lo. Assim, comentários considerados inadequados serão vetados.


OBSERVAÇÃO FINAL:


A CP & S Comunicações Ltda é a proprietária do site. É uma empresa privada. Não é, portanto, concessão pública e, assim, tem direito legal e absoluto para aceitar ou rejeitar comentários.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo