ECONOMIA SOLIDÁRIA. Sexta é dia de abertura oficial e Caminhada pela Paz e Justiça Social na Feicoop
POR MAIQUEL ROSAURO (texto e fotos)
Um dia de formação e de organização. Assim pode ser definida esta quinta-feira (17) na 21ª Feira Internacional do Cooperativismo (Feicoop) e 10ª Feira Latino Americana de Economia Solidária. Seminários, oficinas e montagem de estandes marcaram o dia no Centro de Referência em Economia Solidária Dom Ivo Lorscheiter, em Santa Maria.
A Feicoop inicia oficialmente amanhã e segue até domingo. A comercialização de produtos será realizada entre 7h30min e 20h. Milhares de empreendimentos de Economia Solidária, de mais de 20 países e de todos os estados brasileiros, estarão presentes.
A abertura oficial da Feicoop será realizada nesta sexta-feira, às 16h, no Palco da Feira. Um pouco antes, destaque para a 10ª Caminhada Internacional e Ecumênica pela Paz e Justiça Social, que terá início às 14h30min, no Santuário Basílica da Medianeira. A marcha desce a Rua Heitor Campos até os pavilhões da Feira.
Nesta sexta tem o início do 10º Acampamento Estadual do Levante Popular da Juventude. Mais de 500 jovens de diversos de diversos municípios gaúchos devem acampar nos fundos da Escola Estadual Irmão José Otão, vizinha à Feira.
A Feicoop é promovida e realizada pelo Projeto Esperança/Cooesperança, Arquidiocese de Santa Maria, Prefeitura Municipal de Santa Maria e Banco da Esperança. São esperados mais de 200 mil visitantes nos três dias de eventos.
– Além da comercialização de produtos da Agricultura Familiar e de grupos de Economia Solidária, durante os dias de Feira também teremos diversos seminários, oficinas e atrações culturais. Entre os temas discutidos nos seminários estão a fome, a miséria e a exclusão social. Inclusive iremos fazer apontamos de como acabar com a miséria – acentua irmã Lourdes Dill, coordenadora do Projeto Esperança/Cooesperança.
Expositores estão empolgados para o início da Feira
Expositores de todo o Brasil e também de outros países já trouxeram seus produtos para a Feira. Muitos desembarcam em Santa Maria pela primeira vez, enquanto outros já estão bem familiarizados com o evento.
– Este é o quarto ano que venho na Feira. Este é um local de solidariedade, conhecimento e aprendizado. Quem vem sempre quer voltar – ressalta Lindi Oliveira, da Cooperativa dos Artesãos da Barra Nova, de Alagoas.
Junto com Lindi, também veio Denise Oliveira, que participa pela primeira vez da Feicoop.
– Fiquei impressionada com a diversidade de povos nos pavilhões da Feira. Além disso, o acolhimento das pessoas aqui de Santa Maria é muito bom – afirma Denise.
Lindi e Denise participam do “Projeto Mulheres que Bordam e Geram Renda” e irão comercializar bordados de filé (bordado de origem portuguesa que surgiu em áreas pesqueiras). Os produtos destacam-se pelo traçado delicado em colchas, toalhas, vestidos, saias, saídas de banho, xales, lenços, entre outros.
Quem se interessa por artesanato também poderá conferir os produtos da Rede Ecosol, de Osasco/SP, que trouxe 25 artesãos para o evento. Segundo a artesã Maurisa di Betta, o principal motivo para participação na Feicoop é a troca de conhecimentos.
– Eu confecciono brinquedos educativos e moda casa, mas a venda não é nosso objetivo principal aqui em Santa Maria. A troca de saberes e a aquisição de conhecimento com outras experiências em Economia Solidária são os nossos principais objetivos – argumenta Maurisa.
No Pavilhão 3, no Espaço dos Países, argentinos, equatorianos, uruguaios e bolivianos desfilaram com suas bandeiras e camisetas das seleções nacionais. Mas quem chamou atenção foi o senegalês Modou Niang, que vestia um agasalho da seleção brasileira.
– Deixei o Senegal há oito meses para vir trabalhar e ganhar dinheiro. Aqui no Brasil há mais oportunidades – disse Niang.
O jovem senegalês está morando em Passo Fundo/RS e irá comercializar na Feicoop fones de ouvido, relógios, pulseiras, anéis e alianças.
Com nova diretriz, Anvisa busca orientar ao invés de punir
O Seminário Nacional de Empreendimentos de Economia Solidária em preparação a 21ª Feicoop recebeu centenas participantes na tarde desta sexta-feira. O destaque do evento foi a palestra da assessora de articulação e relações institucionais da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Rose Mendes.
O tema da palestra foi a “Inclusão produtiva com segurança pública – contribuindo com o desenvolvimento social e econômico do país”. Segundo Rose, o Brasil possui 4 milhões de microempreendedores individuais (MEIs) formalizados e cerca de 10 milhões de MEIs atuando na informalidade.
Desde o dia 30 de abril de 2014 entrou em vigor a Resolução da Diretoria Colegiada nº 49/13, da Anvisa, que estabelece normas para regularização do exercício de atividades de interesse sanitário para o MEI, do empreendimento familiar rural e do empreendimento econômico solidário. Na prática, significa uma mudança de paradigma da vigilância sanitária com foco no risco. Ou seja, sair do enfoque cartorial e exercer um papel educador antes de aplicar as penalidades.
– A Anvisa precisa mudar o foco de como trabalha a vigilância sanitária. Nós só falamos “não” e vocês não sabem o motivo. Esta nova diretriz visa dar maior transparência dos procedimentos de regularização – explica Rose.
A RDC 49/13 também estabelece a isenção da taxa de vigilância e a disponibilização de orientações e capacitações para empreendedores e fiscais das vigilâncias sanitárias. De acordo com a assessora da Anvisa, está sendo realizado um grande esforço nacional para subsidiar as vigilâncias sanitárias municipais a estarem aptas para adotar os novos procedimentos de concessão de alvará dos MEIs, uma vez que a resolução vai agilizar e uniformizar o processo dos empreendimentos.
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