SUB-REPRESENTAÇÃO. Só 14 dos 55 deputados estaduais são da Metade Sul. 2 deles de Santa Maria
A Agência de Notícias da Assembleia Legislativa produziu e distribuiu interessante material acerca da representatividade das regiões gaúchas no parlamento gaúcho. Tomou como base as 28 distintas partes do Estado, conforme os Conselhos de Desenvolvimento.
Mas, e aí é que está o mais interessante, foi além, ao dividir o Estado por suas Metades, aliás definidas por decretos de 1993, 1996 e 1998. E, então, se descobre que há uma verdadeira sub-representação da porção Sul do Estado, onde se inclui Santa Maria. Vale, creia, conferir a reportagem de Letícia Rodrigues (com informações de Jordana Laguna e Nicolas Oliveira). A seguir, um trecho:
“Dezenove regiões do RS estão representadas na 53ª Legislatura do Parlamento gaúcho
Os 55 deputados estaduais que irão concluir seus mandatos em 31 de janeiro de 2015 provêm de 19 diferentes regiões do Rio Grande do Sul. O levantamento leva em conta a divisão formulada pelos Conselhos Regionais de Desenvolvimento do Rio Grande do Sul (Coredes).
Em geral, o foco da atuação parlamentar concentra-se na região onde fica a cidade natal do deputado. Mas há casos em que o deputado nasceu em uma região, mas desenvolveu sua trajetória pessoal e política em outra, como Raul Pont (PT), natural de Uruguaiana, mas que atua em Porto Alegre, cidade onde já foi prefeito.
Também há casos de parlamentares que nasceram em outros estados ou até outro país, mas mudaram-se para o RS. São três atualmente na AL: Ana Affonso (PT), que nasceu na cidade uruguaia de Maldonado, mas que foca sua vida pública na região de São Leopoldo; Carlos Gomes (PRB), baiano de Saúde, mas que tem atuação em Porto Alegre; e Catarina Paladini (PSB), catarinense de São Miguel do Oeste, mas que concentra sua atuação na região de Pelotas.
Se for tomada como base a divisão do RS em Metade Norte e Metade Sul(*), é possível verificar que dos 55 atuais deputados apenas 14 representariam municípios que fazem parte da Metade Sul, conhecida historicamente pelo menor desenvolvimento econômico em relação à Metade Norte. São eles: Adilson Troca (PSDB), de Rio Grande; Adolfo Brito (PP), de Sobradinho; Catarina Paladini (PSB), de São Miguel do Oeste (SC), mas com atuação em Pelotas; Edson Brum (PMDB), de Rio Pardo; Elisabete Felice (PSDB), de São Luiz Gonzaga, mas com atuação em Uruguaiana; Frederico Antunes (PP), de Uruguaiana; Jorge Pozzobom (PSDB), de Santa Maria; Luis Augusto Lara (PTB), de Bagé; Luiz Fernando Mainardi (PT), de Sobradinho, mas com atuação em Bagé; Marlon Santos (PDT), de Cachoeira do Sul; Miriam Marroni (PT), de Pelotas; Nelson Härter (PMDB), de Pelotas; Pedro Pereira (PSDB), de Canguçu; e Valdeci Oliveira (PT), de Santa Maria…”
Os demais 41 parlamentares, portanto, têm atuação mais concentrada em regiões que fazem parte da Metade Norte. Isso significa que 74,54% dos parlamentares da 53ª Legislatura são representantes de regiões localizadas na Metade Norte e apenas 25,45% representam a Metade Sul…”
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(*) Os municípios pertencentes à Metade Sul são definidos nos decretos estaduais nº 34.298, de 18 de outubro de 1993; 36.494, de 06 de março de 1996; 37.038, de 21 de novembro de 1996 e 38.473, de 11 de maio de 1998. Os demais, por exclusão, constituem a Metade Norte.
Óbvio. Região não vota. Quem vota é a população. E a população do RS está concentrada no eixo Caxias-POA.
No plano nacional tentaram corrigir isto (Camara dos Deputados) colocando um teto no número de deputados. O resultado é que o voto de um cidadão paulista vale menos que o voto de um sem número de estados no norte-nordeste.
Solução? Voto distrital e, por um tempo determinado, um número maior de representantes para os distritos da metade sul.
Só que o voto distrital não passa porque os "intelectuais" de esquerda não querem. Para eles quanto mais centralizado o poder, melhor. "Patrão" mandou. Carta Capital faz campanha contra, é só procurar. Falam em currais eleitorais (e para eles o gado, digo, povo tem que ter um dono só). Falam em problemas paroquiais em detrimento dos problemas nacionais (como se os problemas na maioria dos lugares não fossem os mesmos). Falam no problema de dividir o território em distritos ("intelectual" de esquerda não se acerta com matemática). Bonito para quem vive falando que para resolver um problema basta vontade política.