E AGORA? O que significam, para Santa Maria, as vitórias de Dilma para Presidente e Sartori no Piratini
Descontadas as questões partidárias e de algumas lideranças locais (que serão objeto de análise daqui a pouco), e esquecendo dos números (que também merecem reflexão), parece evidente que Santa Maria pode ser considerada uma vitoriosa. Sim, sempre haverá os apoiadores de Tarso Genro, que poderão dizer que o alinhamento dos governos estadual e federal, com a reeleição de Dilma Rousseff, poderia ser mais benéfico para o Estado. Pode ser. Mas não foi o entendimento do eleitorado e, cá entre nós, isso pode ser discutível.
No entanto, do ponto de vista bastante prático e quase despolitizado da questão, ficando apenas na situação administrativa, é possível dizer que prejuízo não há, no mínimo. Afinal, são quatro as obras prioritárias da cidade, hoje, e que dependem basicamente de recursos federais e/ou estaduais, do contrário não se viabilizarão. Como até as pedras portuguesas da avenida Rio Branco sabem, a comuna não tem troco para bancar quaisquer dessas quatro realizações.
Também se poderia argumentar que todas já contam com recursos e dependem, basicamente, da burocracia para começar. É verdade. Mas não é menos verdade que boa vontade pode ajudar bastante, e este parece ser o interesse dos governos atuais e futuros, em relação à cidade.
Então, quais são essas obras?
1) A travessia urbana – com recursos orçamentários garantidos, licitações feitas e pendentes apenas de, consta, uma última licença ambiental, para que as máquinas entrem em campo. Bom saber que todos os governos têm interesse nela.
2) Duplicação da RS 509, a faixa velha para Camobi. Já começada e há, acredita-se, todo o interesse em acabar com os entraves existentes, para que tudo recomece. Mesmo que ocorram problemas até o final do ano, com certeza o prefeito Cezar Schirmer, alinhado com o governador eleito José Ivo Sartori, vai auxiliar bastante nesse aspecto, ajudado pelos dois deputados estaduais eleitos, o petista Valdeci Oliveira e o tucano Jorge Pozzobom.
3) BRT – Com a sequência de Michel Temer na vice-presidência da República, e do qual o prefeito Cezar Schirmer é correligionário, e a manutenção de Dilma Rousseff, é crível supor que o caminho está aberto. Tem é que avançar na parte técnica.
4) A ligação asfáltica entre Santa Maria e São Martinho. Diz-se e não há porque duvidar, que o problema é muito mais burocrático do que qualquer outro. Então, agora com os poderes locais e estaduais alinhados, quem sabe esse nó não se desata de vez. Isso se a obra não começar ainda este ano.
RESUMINDO: Santa Maria não pode se queixar do resultado. Seus investimentos estão garantidos. Se bem que, cá entre nós, se Tarso fosse o vencedor também não mudaria muita coisa. Então, o que definiu mesmo o voto dos santa-marienses não foi a questão administrativa, mas a política mesmo. Ponto.
Colombo era do DEM e se elegeu governador pelo mesmo partido. Em maio de 2011 entrou para o partido do Kassab, um balaio de gatos formado por ex-integrantes do PSDB, do DEM e do PP. Kátia Abreu estava no bolo (parece que agora está no PMDB). Bueno, se ele continuasse no DEM, a grana viria? Porque ainda em 2011 começou a chover dinheiro em SC. Quem "enxerga a luz" merece recompensa.
O resto vai depender da economia. Se o orçamento apertar, alguma coisa vai ficar para trás.
E o asfalto entre SM e São Martinho é lenda. Já rendeu muitos votos para muita gente que ainda tem cara de pau para continuar prometendo. E dificilmente começa este ano porque mesmo que já estivesse licitada, a licença ambiental da obra não é brincadeira.
Sinceramente essa conversa de perde/ganha em função de resultados eleitorais já deveria ter sido sepultado há muitissimo tempo. Mas ainda persistem os guetos eleitorais e tanto Schirmer quanto sartori integram esse grupo. Desde Lula e com Dilma isso perde força. Cito como reeleito o governador Colombo (PSD/SC) que abriu voto à Dilma no 2o turno enfatizando que sem a presença do governo federal SC não teria avançado muito menos na forma como esses avanços foram registrados. E enfatizou Colombo: tinha se atracado de unhas e dentes na campanha do Vampiro Serra. Portanto é lamentável que essa conta do perde/ganha continue e que tenha sido explorada na campanha proporcional: deputados federais pendurados no lesapátria orçamento impositivo, que consome R$ 7 bilhões anuais no espalhamento de merrecas que os coronéis contabilizam. Mas o eleitor aplaude pq a maquininha mereceu foto no jornal do prefeito e entrevista na rádio do deputado.