DAY-AFTER. Disputa política continuada, mas não o “terceiro turno”. É o que há agora, diz cientista político
Alguns atos pós-eleitorais, como a aprovação pelos oposicionistas, em conjunto com deputados federais supostamente do governo, de medida que proíbe conselhos populares, para alguns é interpretada como o que seria um “terceiro turno”. Enfim, os descontentes com a derrota nas urnas, mas com poder (mesmo que limitado) no Congresso, fariam valer isso para impor derrota a Dilma Rousseff.
É um dado. Mas não o único, por certo. E não configura o que alguns chamam de “terceiro turno”. É o que depreende o editor, do excelente material originalmente publicado na página da Sedufsm na internet, com a palavra do professor e cientista politico Cleber Martins. Vale conferir a reportagem de Fritz R. Nunes, com fotos de divulgação. A seguir:
“Cientista Político descarta “Terceiro Turno” eleitoral…
…Menos de 48h após o resultado das eleições para a Presidência da República, em que foi vitoriosa Dilma Rousseff (PT) sobre Aécio Neves (PSDB), a Câmara dos Deputados derrubava um decreto governamental que regularizava a função dos conselhos de participação da sociedade. Paralelamente, pela internet e redes sociais, moradores especialmente das regiões sul e sudeste, desde o encerramento do pleito, acusavam os nordestinos de “burros” por terem dado a maioria dos votos para a candidata petista, propondo até mesmo o separatismo. Em alguns casos mais extremados, houve manifestações pedindo o “impeachment” da presidente eleita ou até mesmo reivindicações de que haja uma intervenção dos militares no país.
Seria isso tudo uma tentativa de não aceitação do resultado do pleito, uma espécie de terceiro turno eleitoral? Para Cleber Martins, professor de Ciência Política do departamento de Ciências Sociais da UFSM, o quadro conjuntural não pode ser caracterizado como um terceiro turno. Segundo ele, se fosse para usar uma figura de linguagem, poder-se-ia dizer que o que observamos é uma disputa política com vários rounds. Nessa luta, observa ele, o governo ganha muitas vezes, mas perde em outras.
Especificamente em relação à derrubada do decreto presidencial sobre participação popular em conselhos, o professor ressalta que isso se insere dentro desse quadro de tensão permanente, mas natural, em uma democracia representativa. Segundo Martins, a normativa do Executivo, dependendo da ótica de quem analisa, pode ser vista como uma medida controversa por prever o estabelecimento de instâncias e processos abertos à participação e presença das organizações sociais. No ambiente político, frisa ele, a polêmica criada por alguns setores, na verdade revela uma contradição entre discurso de campanha, no qual quase todos defendiam a participação da sociedade, e o mundo real, onde nem sempre a participação é aceita de fato.
Reforma política
No discurso após a confirmação da reeleição, bem como nas entrevistas a grandes veículos de comunicação, a presidente Dilma Rousseff sublinhou que a reforma política é uma das grandes prioridades em seu segundo mandato. Para Cleber Martins, o nó da questão não é o entendimento quase consensual de que a reforma política é necessária, mas sim, a falta de acordo sobre pontos mínimos que deverão fazer parte dessas mudanças. Em momentos anteriores, a reforma não andou justamente pela falta desse acordo…”
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Menos de 24 horas depois de Dilma falar em diálogo, um político local deu entrevista afirmando que a eleição da mesma evitou o "retrocesso". Outro famoso militante e político petista de SP afirmou em rede social que Dilma derrotou os "fascistas".