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CÂMARA. Deili quer seguir presidente e a pretensão encontra abrigo no governismo. Oposição tem plano B

Duas preliminares se impõem, quando o assunto é a sucessão no comando politico-administrativo da Câmara de Vereadores.

1) O grupo eleito em fins de 2013 tinha a uni-lo a gestão do parlamento em meio à CPI malfadada da Kiss, com os desdobramentos e final fiasquentos conhecidos. Criou-se a oportunidade e a oposição, com apoio de edis governistas (que, afinal, são maioria na Casa), elegeu Werner Rempel presidente. Com o compromisso, provável mas não provado, de que se retiraria na metade do ano, por força de sua candidatura a deputado – e substituído pela vice, a governista Deili Silva.

2) 2015 é o ano em que se inicia (e em alguns casos, se consolida) a articulação visando a eleiçõ municipal de 2016. Partidos hoje governistas viram oposição. E vice-versa. É da lógica politico-eleitoral que temos. Pode não ser (e não é) ideal, mas é fato.

Deili Silva diz que em seis meses “não dá pra fazer nada”, o que irritou sobremaneira o...
Deili Silva diz que em seis meses “não dá pra fazer nada”, o que irritou sobremaneira o…

Essas premissas presidem, pode apostar, o debate em torno da troca de comando no parlamento, o que deve ocorrer nesta terça. Assim, falar em “governo” e “oposição” hoje, pode não ser o mesmo amanhã.

Agora, aos fatos do momento.

A ideia do grupo que dirige a Câmara – eleito por 11 a 10, escassa diferença garantida por três votos vindos do governo (Deili Silva, Tavores Fernandes e Anita Costa Beber) – ainda é manter-se unido. E, conforme acordos prévios, a presidência da Casa em 2015 e 2016 estaria destinada a nomes do PSDB (Admar Pozzobom) e do PT (Luiz Carlos Fort) ou vice-versa.

A mosca azul do poder e suas decorrências, como vantagens no Executivo e pensamento colado em 2016, no entanto, começou a tornar arriscada a previsão de unidade. Exemplo? Em reunião desta última semana, a atual presidente (desde metade do ano), Deili Silva, deixou clara sua intenção de continuar no cargo. Até aí, é da política.

O caldo entornou, no encontro, de cujos detalhes o editor teve acesso, quando a petebista disse: “em seis meses não se faz nada”. O pepelista Rempel subiu nas tamancas, lembrando o presidente que afastou, só com palavras duras, manifestantes que ameaçavam acampar no parlamento. Afinal, ele ficou o primeiro semestre na Presidência e alinhou uma série de medidas tomadas e que provam que “é possível fazer” em seis meses. Desde que… Bueno, aí já fica por conta da imaginação do leitor.

...seu antecessor, Werner Rempel, que renunciou ao cargo para abrir caminho à petebista
…seu antecessor, Werner Rempel, que renunciou para abrir caminho à petebista

Também ficou claro no encontro, ao grupo que articula a chapa do atual situacionismo, que Deili “não é mais politicamente confiável”. E também há dúvidas sobre Tavores Fernandes, que pode trocar de lado outra vez, segundo fonte com acesso às negociações.

Diante desse cenário, parece absolutamente claro que não dá para apostar as fichas no projeto original dos atuais comandantes do parlamento. É o momento exato em que entra o ponto dois das preliminares desta nota. Isto é, as articulações para 2016.

Nesse contexto se trabalha o momento. E que, pelo histórico, aponta para uma definição só mesmo quando começar a sessão, na terça. Mas, veja só, é no atual governismo (sem necessariamente Deili e Tavores) que se buscam dois votos possíveis. É o plano B em ação. Inclusive sacrificando o principal posto da Mesa – que não iria mais para PSDB ou PT, mas para um dos agregados este ano.

Complicado? Claro que sim. Como sempre, na disputa que mistura política, interesses pouco claros e um tantão de vaidade. Certo, mesmo, é que haverá gente choramingando pelos corredores da Câmara, tão logo termine o pleito decisivo.

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5 Comentários

  1. AOS COMENTARISTAS:
    Não custa repetir que nenhum comentário totalmente em maiúsculas será publicado. Fere a etiqueta da internet por denotar agressividade. Então, gente, não adianta. Desculpa!

  2. 1) Falando de maneira gera! Independentemente de quem seja, para querer ser Presidente tem que trabalhar todos os dias!Tratar a vereança como prioridade da prioridade. Tem que assumir de verdade e pessoalmente a presidência e não deixar que a assessoria tome conta e dite as regras. Também é preciso não faltar para desempenhar trabalho particular em detrimento da vereança, pois ou se assume o cargo ou não se assume. Não é possível que alguém falta as sessões ou as reuniões de comissões para atender a compromissos profissionais que não coloquem a vereança em primeiro lugar. Presidência é coisa séria e não mero capricho ou deleite.

    2)Faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço isto é muito típico de pessoas que querem "pregar moral de cueca", mas cobram dos outros aquilo que os seus indicados, assessores ou mesmo a pessoa mesmo não faz, mas prega. Isto precisa acabar na política. A sociedade quer mudanças e esta mudança começa pela Casa mais próxima do povo, a caixa de ressônancia dizia antoninho.

    3) 2015, independente de quem governe, será um ano de muitas coisas que virão a publico e por isto pode ser que mudanças sejam visando esconder isto?

    A análise é geral e não pessoalizada! Use o chapéu quem quiser!

  3. Pelo jeito mais uma vez sumiram os "bigodes" da Câmara. Pelo menos os "ACORDOS DE FIOS DO MESMO" não existem na Casa do Povo há muito tempo. É só LAMBANÇA !!!!! Quando é que vão pensar em Santa Maria ????? Bando de INÚTEIS !!!!

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