CNH. Preço da habilitação dobra em sete anos
POR MAIQUEL ROSAURO
Lembra da Operação Rodin e da promessa de redução do preço da carteira de motorista? Ocorreu exatamente o contrário… Confira na matéria da jornalista Nathália Costa, do jornal A Razão.
CNH dobra de preço em 7 anos
Os valores da carteira de motorista receberão novo aumento no começo de 2015. Todos os anos, a partir de 1° de fevereiro, o preço para a habilitação sobe a partir dos valores definidos e tabelados pelo Departamento de Trânsito do Rio Grande do Sul (Detran-RS). O novo valor ainda não foi informado aos Centros de Formação de Condutores (CFCs), licenciados a instruírem os futuros motoristas antes da retirada da habilitação.
Quem procura um centro de instrução para realizar as aulas e os testes com o objetivo de tirar a carteira de motorista enfrenta um problema principal: o preço do serviço. Considerado alto, hoje, o valor para motoristas que tiram a carteira B (para carros e similares) é de R$ 1.611,39 (incluindo os valores das aulas e as taxas governamentais). A categoria B possui ainda as cinco aulas realizadas com simulador de direção, acrescido no preço total da carteira, exigidas desde o começo de 2014.
Conforme explica a diretora do CFC Padre Réus, Beatriz da Silva Rodrigues, para obter a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) é necessário ter 18 anos completos, comprovante de residência e identidade no momento de inscrição no centro de formação de condutores. Os valores das aulas, apesar de tabelados, possuem modelos de pagamento diferenciados, a depender do centro escolhido.
Os custos das aulas podem ser parcelados, mas as taxas do governo, que vão direto para o Detran, não podem ser divididas e devem ser pagas à vista. As taxas são as dos exames médico e psicotécnico e de expedição da carteira.
O dobro – Em 2007, o Rio Grande do Sul cobrava R$ 805 para um candidato a motorista na categoria B. Em novembro do mesmo ano, estourou a Operação Rodin, deflagrada pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal. A Operação investigou o desvio de R$ 44 milhões do órgão estadual de trânsito. Entre os alvos estavam fundações de apoio da UFSM (Fatec e Fundae), responsáveis na época pelos exames de expedição da carteira de motorista no Estado. Em maio do ano passado, dos 32 réus do processo criminal, 29 foram condenados pela Justiça Federal. Eles recorreram das sentenças.
Logo após a Operação Rodin, um dos compromissos do governo estadual foi reduzir os custos na carteira de habilitação para os motoristas gaúchos. A primeira etapa de redução ocorreu um ano depois, porém, já em 2009, os preços voltaram a subir. Após sete anos da Operação Rodin, o aumento no valor para a carteira do tipo B (carros e similares) cresceu em 100% – de R$ 805 para R$ 1.611,39. Descontando a inflação do período (de 49%, calculada pelo IPCA), o valor da carteira teve um aumento real de 50% sobre a inflação.
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