Faça as contas. É hora de comprar – por Carlos Costabeber

Acostumado com as crises cíclicas que atingem o Brasil, vejo mais uma vez um cenário de desânimo generalizado. De um lado, o maior descrédito já visto para com os nossos políticos. E de outro, uma economia cambaleante, e com sinais de recessão.

Desde os tempos pré-Plano Real, não se via uma conjuminação de tantos fatores negativos. Inflação alta, cortes nos gastos públicos, juros elevados, baixo rendimento da poupança, aumentos na energia e combustíveis, carga tributária abusiva, sinais de desemprego.

Mas por que a minha provocação? Muito simples: é hora de fazer as contas e aproveitar as oportunidades que estão se multiplicando.

Quando a oferta é bem maior do que a procura, mesmo em segmentos cartelizados, há uma forte tendência para a queda nos preços. É o que está acontecendo agora no Brasil com a indústria automobilística, móveis e eletrodomésticos, vestuário, produtos eletrônicos e muitos outros (supermercados é uma situação diferenciada), tendo de oferecer promoções continuadas para poder vender.

E esse é o melhor momento para se comprar, pois os estoques estão altos. No momento em que a indústria se adequar a nova demanda, essas oportunidades desaparecerão.

É o caso dos automóveis! Após o aumento do IPI, houve uma queda nas vendas, levando as montadoras a oferecer descontos, e principalmente, juro zero. Com isso, hoje os preços reais estão menores do que antes do IPI. O custo para subsidiar o juro zero, às montadoras, é de 12 a 15% do valor financiado, representando um baita desconto efetivo.

Assim é o caso do vestuário! Por que comprar na alta temporada, e não na época das liquidações para agora? Ou eletroeletrônicos? Por que comprar às vésperas do Natal, se já se sabe que depois as lojas entram com a “queima de estoques” ?

Já os imóveis residenciais seguem na mesma linha, pois passada a euforia dos últimos anos, terão seus preços ajustados para baixo, refletindo uma oferta bem acima da demanda.

Por isso fica o meu conselho como especialista em mercado: com tantas ofertas reais, e com a poupança rendendo tão pouco, porque não fazer as contas e concretizar ótimos negócios?

Em época de crise, ou se ganha ou se perde! Ninguém consegue sair na mesma situação quando nela entrou.