Têm surgido várias avaliações e análises do que aconteceu domingo em pelo menos duas centenas de comunas brasileiras, inclusive em Santa Maria. A maior parte vem da oposição ao governo de Dilma Rousseff. Os que defendem as posições contrárias e tentam entender, do ponto de vista do governismo, o que aconteceu, não são muitos, nem profundos.
Uma das exceções é o deputado santa-mariense Paulo Pimenta. Vale a pena conferir o que ele escreveu, e que começa a circular nos meios petistas e, mais amplamente, pela internet. Inclusive para, se for o caso, discordar dele. A foto é do Feicebuqui. Acompanhe:
“Ampliar uma frente de esquerda para combater o conservadorismo…
…O 15 de março marca um momento complexo da conjuntura política brasileira e, portanto, requer uma avaliação aprofundada acerca de sua origem e suas implicações. Nesse sentido, a análise que fazemos é preliminar, pois, certamente, merecerá uma formulação mais consistente ao longo dos próximos dias.
O que assistimos neste 15 de março é uma manifestação da disputa de classes, de valores. Um confronto que manifesta os interesses dos setores mais conservadores da sociedade que, desde a eleição do presidente Lula, traçavam estratégias para derrotar o projeto democrático e popular. Essa derrota não ocorreu na última eleição, mas a pequena margem de votos que garantiu a vitória da Presidente Dilma gerou a ideia presente de que poderia se modificar esse resultado por meio da pressão política e da desestabilização do governo Dilma.
Assim, propomos algumas questões centrais para análise do movimento que se forma em contraposição ao atual governo.
A primeira se refere ao entendimento sobre a disputa de projetos políticos para o país. Os governos Lula e Dilma produziram um processo de mobilidade social jamais visto no Brasil: milhões de pessoas saíram da linha da pobreza e 36 milhões ingressaram na classe média. Isso assusta a elite e os setores da classe média que temem a perda de seu status quo. Sentem-se ameaçados por um projeto que amplia as oportunidades de acesso por meio das políticas sociais. O que divide o país, aproximando elite e parcelas da classe média, é a diminuição da desigualdade social que ocorre com a garantia de condições trabalhistas para os setores mais pobres da população (regulamentação da profissão das empregadas domésticas é um exemplo), a redistribuição de renda por meio do sistema tributário, a ampliação da disputa de emprego com a entrada de amplos setores da população à educação profissional, tecnológica e à universidade (Prouni, cotas, Mais Médicos, são exemplos).
A outra questão para análise diz respeito aos fatores conjunturais que se agregam a esse clima de conflito ideológico. A classe média, hoje endividada, foi um dos setores mais beneficiados com as políticas anticíclicas desenvolvidas pelo atual governo e, hoje, sente a perda dessa condição. O agravamento da crise econômica faz com que o governo, neste primeiro trimestre, recorra ao aumento de tarifas e serviços, gerando sua insatisfação (energia elétrica, combustíveis, planos de saúde, mensalidades escolares etc.)…”
PARA LER A ÍNTEGRA, CLIQUE AQUI.
Pegam a única coisa que funcionou 100%, distribuição de renda e mobilidade social e transformam em "fonte de descontentamento" dos incomodados. Governo não fez as alterações que tinha que fazer lá atrás para segurar a reeleição. Agora sai muito mais caro.
O resto é um monte de petices.
Perdeu uma oportunidade de ficar calado !!!!!