A votação do projeto de lei 4330, que amplia (e bastante) as possibilidades de terceirização, foi paralisada esta tarde, na Câmara dos Deputados. Mas há um punhado de destaques a ser apreciado (o texto base foi aprovado semana passada) nesta quarta-feira.
Em Santa Maria, os bancários estão puxando a mobilização contrária à aprovação da proposta e têm atividade marcada para a parte da manhã e também à tarde – aí com a participação de outras organizações de trabalhadores. Para saber mais, confira no material produzido e distribuído pela assessoria de imprensa do sindicato da categoria bancária. O texto e a foto são de Maiquel Rosauro. Acompanhe:
“Bancários preparam mobilização contra o PL 4330
A quarta-feira (15) será de mobilização em Santa Maria contra o Projeto de Lei 4330. O Sindicato dos Bancários de Santa Maria e Região programou panfletagens a fim de alertar a população sobre as consequências de regulamentar à terceirização em todas as atividades das empresas.
Em assembleia na noite desta terça (14), na AABB, os bancários demonstraram a insatisfação da categoria quanto ao PL 4330. O texto-base da proposta foi aprovado pela Câmara dos Deputados, em 8 de abril.
– Se o trabalhador não se mobilizar em relação ao PL 4330, vamos perder tudo o que já foi conquistado até hoje. O movimento sindical será extinto e o trabalhador não terá quem o represente, pois será uma negociação direta entre patrão e empregado. Ou seja, perde a capacidade de luta, de embate com o patrão – avalia o diretor do Sindicato, Claudenir Freitas.
Já o advogado da entidade, Gabriel Fioravante, destacou o distanciamento entre empresas e funcionários que será provocado pelo PL 4330.
– A terceirização da forma proposta por este projeto de lei promove uma dissociação entre empresa e os seus trabalhadores. Esse distanciamento tem como consequência a precarização das relações de trabalho – argumenta Fioravante.
A primeira panfletagem será realizada pelo Sindicato dos Bancários, a partir das 10h30min, na Praça Saldanha Marinho, em frente à agência Centro do Banrisul. Às 17h, novo ato está marcado para o mesmo local, desta vez com a presença de outras entidades sindicais.”
Problema é que os sindicatos dizem que é ruim, mas não explicam o motivo.
Imagine uma redação de jornal (ou o departamento de engenharia de uma construtora) com 10% de terceirizados. Ganhando menos para fazer a mesma coisa (isonomia do direito do trabalho já dançou). Sem direito a participação nos resultados onde existe. Com sindicato diferente (sindicato é fácil de criar). Pedir aumento pro patrão é complicado. Dissídio é complicado. E para quem ratear (pedala Robinho!), o substituto está logo ao lado.
Terceirização de atividade fim é, definitivamente, o ânus do ofídio.