Em tempos de rede mundial de computadores e televisão por assinatura, as barreiras simplesmente caíram para a entrada de grandes grupos estrangeiros de mídia no País. E é sem volta. Claro que isso preocupa os grandes grupos nacionais – ainda que alguns deles, antes de se render, estão vendendo participação no limite legal.
Mas a Globo, por exemplo, vira nanica com seus R$ 16,2 bilhões de receita por ano, contados todos os seus tentáculos midiáticos. Os adversários (e nem se está falando de Facebook e Google, na internet) são, por exemplo, a News Corp, que controla a Fox, a ABC Disney, dona da afamada ESPN (canal de esportes, um setor em que é apenas questão de tempo a maioridade estrangeira) e a Time Warner.
Assim é que nomes, além dos já citados, como BBC, Reuters, Bloomberg, Financial Times, New York Times e El País, por exemplo, ficarão cada vez mais conhecidos do consumidor de informações (e entretenimento). Uma boa (e curta) análise desse fenômeno foi feita, dia desses, pelo jornalista Luis Nassif. Vale conferir, a seguir:
“As multinacionais avançam sobre a mídia brasileira
Em 4 de dezembro de 2010, o grupo Estadão vendeu à Globo os 50% que detinha de capital da Zap, um portal de classificados na Internet. A alegação da diretoria do jornal foi a de “focar na nossa marca principal, levando a reputação e imagem também para as transações digitais”.
Hoje, como parte das comemorações de 140 anos, o jornal anunciou a compra de uma startup para negócios imobiliários, um fórum de debates sobre as tendências do setor e o Prêmio Desafio Estadão, para as melhores campanhas publicitárias veiculadas no jornal.
E mais não disse. E mais não fez.
Até a década de 90, o Estadão era absoluto nos classificados e na publicidade de imóveis, assim como o JT nos classificados de automóveis. A Folha de S. Paulo acompanhava de longe nos imóveis e o Diário de São Paulo o mercado de automóveis usados.
Hoje em dia, há uma multiplicidade de sites de classificados e as próprias imobiliárias montaram seus próprios sites.
Nos Estados Unidos, os grupos locais perderam para a Internet os classificados e as campanhas nacionais.
Não é a maior ameaça que paira sobre os grupos nacionais.
Na TV, uma das âncoras de audiência, as transmissões esportivas, já foram invadidas por grupos internacionais.
Estudo divulgado no próprio jornal pela colunista de TV, Cristina Padiglione, mostra que grandes grupos internacionais passaram a dominar os canais esportivos nos principais países da América Latina. Apenas no Brasil e no Chile o líder ainda é nacional, respectivamente o SportTV (Globo) e o CDF Premium…”
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Esqueceu do Netflix, Amazon Video On Demand, iTunes, HBO Go, HBO Now e outros.
Amazon outro dia lançou quatro ou cinco pilotos de séries. As duas ou três mais assistidas e com melhor avaliação continuavam, as outras seriam abandonadas.
Globo tem Globo TV+. Total zero. Cansou de comprar documentários feitos fora (BBC e outros) e apresentar nos Globo Reporter da vida.
Um aspecto interessante desta história toda é que jornais e emissoras nacionais têm limitação na participação de capital estrangeiro. Tentaram fazer o que? Criar reserva de mercado via judiciário. Bloquear as de fora. Advogado até pouco tempo atrás: Ministro Luis Roberto Barroso. Um dos argumentos dele era uma pérola: as festas juninas seriam substituidas pelo Halloween. Nacionalismo para a reserva de mercado, este é o Brasil.