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TRABALHO. Bancários de Santa Maria e Região vão decidir amanhã adesão a possível paralisação nacional

Uma das assembleias de greve dos bancários no ano passado. A questão é: agora, de novo?
Uma das assembleias de greve dos bancários no ano passado. A questão é: agora, de novo?

Por MAIQUEL ROSAURO, da assessoria de imprensa do SindBancários, com foto de arquivo

A Campanha Salarial dos Bancários 2015 chega a seu momento decisivo. Iniciada em 19 de agosto, as negociações entre Comando Nacional dos Bancários e Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) pouco avançou em relação às reivindicações da categoria. Nesta semana, bancários de todo o Brasil se mobilizam em assembleias para deliberar sobre a possibilidade de deflagração de greve a partir do dia 6 de outubro.

Em Santa Maria, a assembleia será realizada na AABB (Rua dos Andradas, 2026), a partir das 19h, em segunda convocação.

Os bancários reivindicam reajuste de 16% (incluindo 5,7% de aumento real). A Fenaban, por sua vez, apresentou sexta-feira (25) a proposta de reajuste de 5,5% (abaixo da inflação, que ficou em 9,88% em agosto deste ano).

– A categoria está indignada, ninguém esperava um índice tão rebaixado por parte dos banqueiros – aponta o diretor do Sindicato dos Bancários de Santa Maria e Região, Nilo Carlos Zavarise.

Enquanto a indústria recuou mais de 6% no primeiro semestre e o comércio registrou a maior queda nas vendas desde 2003, o lucro dos bancos bateu recordes. Somados, os ganhos dos quatro maiores bancos cresceram mais de 40% no primeiro semestre, na comparação com os primeiros seis meses de 2014.

O Banco do Brasil, por exemplo, alcançou lucro líquido de R$ 6 bilhões no primeiro semestre deste ano, uma alta de 11,5% em relação ao mesmo período do ano passado.

O lucro líquido da Caixa foi de R$ 3,5 bilhões no primeiro semestre de 2015, o que significou um crescimento de 2,8% em relação ao mesmo período do ano passado.

O Banrisul anunciou lucro líquido do primeiro semestre de 2015 de R$ 339,9 milhões, um crescimento de 49,2% na comparação ao mesmo período de 2014.

No semestre, o Itaú somou R$ 11,71 bilhões de lucro, contra R$ 9,318 bilhões nos primeiros seis meses de 2014.

O Bradesco, no primeiro semestre, obteve lucro de R$ 8,717 bilhões, acima dos R$ 7,221 bilhões verificados no mesmo período de 2014.

No primeiro semestre de 2015, o Santander obteve lucro total de R$ 3,308 bilhões, 15,5% acima dos R$ 2,864 bilhões verificados no mesmo período do ano anterior.

O HSBC Brasil, vendido há pouco tempo ao Bradesco, obteve lucro de US$ 191 milhões, antes de impostos, no primeiro semestre deste ano.

Mesmo com o lucro gigantesco, os bancos seguem demitindo. Nos primeiros sete meses deste ano as instituições financeiras que operam no Brasil fecharam 5.864 postos de trabalho, de acordo com a Pesquisa de Emprego Bancário (PEB). E a situação tende a piorar. A Caixa, na mais recente rodada de negociação específica com o banco, em 18 de setembro, afirmou que não há previsão de contratações dos aprovados em seu último concurso.

A questão é ainda mais delicada no Itaú. O executivo Marco Bonomi, diretor responsável pela área de Varejo do banco, informou durante reunião com acionistas, em agosto, que a instituição pretende cortar 50% de suas atuais 4 mil agências físicas – que o banco chama de ‘agência tijolo’ – na próxima década. Esta política pode levar a demissão de 30 mil funcionários. O objetivo do banco é atender seus clientes por meio de agências digitais.

80 Anos – Além de ser uma semana decisiva e de mobilização para a categoria, também é especial para os bancários. Na sexta-feira (2), o Sindicato dos Bancários de Santa Maria e Região completa 80 anos de fundação. A entidade possui hoje 1.908 sindicalizados, sendo 1.158 na ativa e 750 aposentados. Sua área de abrangência compreende 25 municípios da região Central do Rio Grande do Sul.

As comemorações da data festiva ocorrem desde o início do ano em diversos eventos, com oficinas de gastronomia, artesanato e fotografia; passeio ciclístico; jantar baile; mostra fotográfica; entre outros.

No próximo sábado (3), o Sindicato irá estender suas comemorações para a comunidade santa-mariense. A partir das 9h, serão realizadas apresentações musicais com artistas bancários na Praça Saldanha Marinho.

Mais informações sobre a Campanha Salarial dos Bancários 2015 no site www.bancariossm.org.br ou pelo fone (55) 3222-8088. Confira abaixo a pauta de reivindicação dos bancários e a proposta dos bancos.

Campanha Salarial 2015

Principais reivindicações dos bancários:

Reajuste salarial de 16% (incluindo reposição da inflação mais 5,7% de aumento real)

PLR: 3 salários mais R$ 7.246,82

Piso: R$ 3.299,66 (equivalente ao salário mínimo do Dieese em valores de junho último).

Vales alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá: R$788,00 ao mês para cada (salário mínimo nacional).

Melhores condições de trabalho com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoecem os bancários.

Emprego: fim das demissões, mais contratações, fim da rotatividade e combate às terceirizações diante dos riscos de aprovação do PLC 30/15 no Senado Federal, além da ratificação da Convenção 158 da OIT, que coíbe dispensas imotivadas.

Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os bancários.

Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós.

Prevenção contra assaltos e sequestros: permanência de dois vigilantes por andar nas agências e pontos de serviços bancários, conforme legislação. Instalação de portas giratórias com detector de metais na entrada das áreas de autoatendimento e biombos nos caixas. Abertura e fechamento remoto das agências, fim da guarda das chaves por funcionários.

Igualdade de oportunidades: fim às discriminações nos salários e na ascensão profissional de mulheres, negros, gays, lésbicas, transexuais e pessoas com deficiência (PCDs).

Proposta dos bancos

Reajuste de 5,5% (representa perda de 4% para os bancários em relação à inflação de 9,88%).

Piso portaria após 90 dias – R$ 1.321,26.

Piso escritório após 90 dias – R$ 1.895,25.

Piso caixa/tesouraria após 90 dias – R$ 2.560,23 (salário mais gratificação, mais outras verbas de caixa).

PLR regra básica – 90% do salário mais R$ 1.939,08, limitado a R$ 10.402,22. Se o total ficar abaixo de 5% do lucro líquido, salta para 2,2 salários, com teto de R$ 22.884,87.

PLR parcela adicional – 2,2% do lucro líquido dividido linearmente para todos, limitado a R$ 3.878,16.

Antecipação da PLR

Primeira parcela depositada até dez dias após assinatura da Convenção Coletiva. Pagamento final até 01/03/2016.

Regra básica – 54% do salário mais fixo de R$ 1.163,44, limitado a R$ 6.241,33 e ao teto de 12,8% do lucro líquido – o que ocorrer primeiro.

Parcela adicional – 2,2% do lucro líquido do primeiro semestre de 2015, limitado a R$ 1.939,08.

Auxílio-refeição – R$ 27,43.

Auxílio-cesta alimentação e 13ª cesta – R$ 454,87.

Auxílio-creche/babá (filhos até 71 meses) – R$ 378,56.

Auxílio-creche/babá (filhos até 83 meses) – R$ 323,84.

Gratificação de compensador de cheques – R$ 147,11.

Requalificação profissional – R$ 1.294,49.

Auxílio-funeral – R$ 868,58.

Indenização por morte ou incapacidade decorrente de assalto – R$ 129.522,56

Ajuda deslocamento noturno – R$ 90,67.

As reivindicações da categoria, apresentadas pelo Comando Nacional dos Bancários, são muito diferentes da proposta dos bancos. Confira :

Reajuste salarial de 16%. (incluindo reposição da inflação mais 5,7% de aumento real)

PLR: 3 salários mais R$7.246,82

Piso: R$3.299,66 (equivalente ao salário mínimo do Dieese em valores de junho último).

Vales alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá: R$788,00 ao mês para cada (salário mínimo nacional).

Melhores condições de trabalho com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoecem os bancários.

Emprego: fim das demissões, mais contratações, fim da rotatividade e combate às terceirizações diante dos riscos de aprovação do PLC 30/15 no Senado Federal, além da ratificação da Convenção 158 da OIT, que coíbe dispensas imotivadas.

Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os bancários.

Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós.

Prevenção contra assaltos e sequestros: permanência de dois vigilantes por andar nas agências e pontos de serviços bancários, conforme legislação. Instalação de portas giratórias com detector de metais na entrada das áreas de autoatendimento e biombos nos caixas. Abertura e fechamento remoto das agências, fim da guarda das chaves por funcionários.

Igualdade de oportunidades: fim às discriminações nos salários e na ascensão profissional de mulheres, negros, gays, lésbicas, transexuais e pessoas com deficiência (PCDs).

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