Os judeus do Papa – por Carlos Costabeber
Estudioso da história da 2ª Guerra Mundial, tenho tido uma curiosidade especial pelo envolvimento da Argentina, que acolheu milhares de fugitivos alemães e seus cúmplices, logo após o término do conflito. Quando visito Buenos Aires, tenho pesquisado nas livrarias e bibliotecas sobre esse tema, e encontrado publicações que são verdadeiras joias históricas.
Igualmente, sempre tive muito interesse em conhecer a vida dos líderes responsáveis por decisões cruciais no decorrer da guerra. E um, em especial, sempre me intrigou: Papa Pio XII. O pouco que sabia eram informações de que teria sido omisso na questão do Holocausto, ao não condenar publicamente o massacre de milhões de judeus. Ele entrou para a história como o alvo de polêmicas envolvendo a Igreja Católica e suas ações durante a 2ª. Guerra. Na época, Pio XII não declarou seu repúdio a Hitler nem se colocou ao lado dos Aliados – simplesmente silenciou e a História lhe confere o titulo de “papa omisso”.
Pois agora acabo de ler a obra “Os Judeus do Papa”, do escritor inglês Gordon Thomas. Depois de pesquisar milhares de documentos secretos, Thomas chegou à conclusão de que o Papa foi o responsável pela criação de uma ampla rede de ajuda humanitária para os judeus da Europa. Padres e freiras forneceram abrigo nos mosteiros e conventos, e documentos diplomáticos a milhares de perseguidos pelo nazismo (inclusive, prisioneiros aliados). E teria criado códigos secretos para a segurança das comunicações entre os órgãos da Igreja.
Mas, durante a leitura, encontrei informações incríveis, como: (1) Por prevenção, o ouro do Vaticano foi transferido para os EUA durante a guerra; (2) Hitler arquitetou um plano para sequestrar o Papa; (3) Após a rendição da Itália, os alemães se apropriaram de todas as reservas de ouro da Itália (110 toneladas métricas).
Voltando ao cenário argentino, pude comprovar através desse livro, sobre o trabalho do bispo alemão Alois Hudal. Durante a guerra, ele foi uma pessoa-chave nas negociações com as autoridades alemãs, para salvar judeus e prisioneiros aliados. Mas, por outro lado, logo após o final do conflito (segundo documentos do serviço secreto de Israel), o bispo teria montado uma rede secreta para ajudar criminosos nazistas para se esconderem na América do Sul. E isso, pesquisadores argentinos vêm comprovando com farta documentação.
Na realidade, a 2ª Guerra e seus desdobramentos são uma fonte inesgotável de pesquisas. Até porque, ainda existem milhares de documentos secretos não divulgados. E o que era verdade até ontem, pode deixar de ser amanhã. Mas me parece crivel, que o Papa Pio XII, com o seu silêncio, soube administrar com sabedoria o papel da Igreja Católico na ajuda humanitária.
OBSERVAÇÃO DO EDITOR: a foto que você vê aqui é de Reprodução.
ATENÇÃO
1) Sua opinião é importante. Opine! Mas, atenção: respeite as opiniões dos outros, quaisquer que sejam.
2) Fique no tema proposto pelo post, e argumente em torno dele.
3) Ofensas são terminantemente proibidas. Inclusive em relação aos autores do texto comentado, o que inclui o editor.
4) Não se utilize de letras maiúsculas (CAIXA ALTA). No mundo virtual, isso é grito. E grito não é argumento. Nunca.
5) Não esqueça: você tem responsabilidade legal pelo que escrever. Mesmo anônimo (o que o editor aceita), seu IP é identificado. E, portanto, uma ordem JUDICIAL pode obrigar o editor a divulgá-lo. Assim, comentários considerados inadequados serão vetados.
OBSERVAÇÃO FINAL:
A CP & S Comunicações Ltda é a proprietária do site. É uma empresa privada. Não é, portanto, concessão pública e, assim, tem direito legal e absoluto para aceitar ou rejeitar comentários.