A ruazinha que muitos passam e poucos ficam – por Bibiano Girard
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Sempre que chego à rua Paul Harris, a primeira impressão que tenho é a de Quintana: dorme ruazinha, eu te asseguro. Ela poderia não existir, mas existe para poder ter vida. Mesmo que poucas, algumas ainda com seus jardins tranquilos. Para este espírito, evoco o poeta do Alegrete, em seu livro “Antologia poética para a infância e a juventude”, de 1961:
Dorme ruazinha… É tudo escuro…
E os meus passos, quem é que pode ouvi-los?
Dorme teu sono sossegado e puro,
Com teus lampiões, com teus jardins tranqüilos…
Dorme… Não há ladrões, eu te asseguro…
Nem guardas para acaso perseguí-los…
Na noite alta, como sobre um muro,
As estrelinhas cantam como grilos…
O vento está dormindo na calçada,
O vento enovelou-se como um cão…
Dorme, ruazinha… Não há nada…
Só os meus passos… Mas tão leves são,
Que até parecem, pela madrugada,
Os da minha futura assombração…
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