OPINIÃO. Questão da Kiss e a interdição de estádios dos times locais. É muito mais que somente esporte
Vale, mesmo, conferir o artigo publicado no Diário de Santa Maria pelo jornalista de sua equipe, Pedro Henrique Pavan. Tem muto de esporte. Mas tem bem mais de segurança para a população e sua relação com a tragédia. Como ele diz, talvez não com essas palavras, não temos o direito de fazer a cidade sofrer mais e Santa Maria precisa ser exemplo. A foto é de Gabriel Haesbaert. Acompanhe, na íntegra:
“Santa Maria já sofreu demais. É a vez de dar o exemplo
Já se foram duas semanas de Divisão de Acesso. E nada de futebol em Santa Maria. Entre tantas versões do que acontece, a culpabilidade sobressai nos discursos, por vezes, inflamados. A culpa é dos clubes. A culpa é dos bombeiros. A culpa é da Federação Gaúcha de Futebol. A culpa é do Ministério Público. Na verdade, não é a culpa que precisa ser apontada. Mas, sim, a mensagem de segurança que Santa Maria está passando para as demais praças esportivas.
O Estádio dos Eucaliptos não é a Arena. A Baixada não é o Beira-Rio. Porém, os dois estádios, assim que aprovados em todas as instâncias e sob um importante olhar atento do Ministério Público, poderão ser considerados alguns dos mais seguros do Estado. Não importa se em outros estádios da Divisão de Acesso o rigor não é o mesmo, apesar de ser extremamente injusto com Inter-SM e Riograndense. Santa Maria já sofreu demais por causa da irresponsabilidade e da insegurança.
Concordo quando Inter-SM e Riograndense se sentem penalizados, afinal de contas, não consigo imaginar que as estruturas daqui sejam tão diferentes da de outros estádios do Interior. Mas, se realmente eles sentem essa injustiça, que procurem os seus direitos.
As casas de Inter-SM e Riograndense não são as mais bonitas perante os olhos exigentes de um povo criado em frente à televisão. Contudo, na visão de seus tradicionais torcedores, são as canchas mais lindas do mundo.
E precisamos respeitar e preservar essa paixão. Quem sabe esse episódio tão desgastante e que coloca o futebol santa-mariense em xeque mais uma vez não sirva de mobilização? Quem sabe não se tenha criado um fato novo para o renascimento dos clubes? Quem sabe, quando a torcida voltar a notar a grandeza de Inter-SM e Riograndense, os estádios não comecem a lotar?
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