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Análise. Lula e Alckmin fazem o primeiro debate e tentam demarcar diferenças. E elas existem?

A partir das 8 e meia da noite deste domingo acontece, na TV Bandeirantes (disponível em Santa Maria na tv por assinatura – Net, canal 11 -, ou canal aberto, 10), o primeiro debate dos candidatos à Presidência da República depois do primeiro turno. Enfrentam-se os finalistas: Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, que busca a reeleição, e Geraldo Alckmin, do PSDB, o desafiante.

Os temas óbvios – corrupção e os atos dela derivados – estarão presentes. E, tanto um quanto o outro têm munição suficiente para se anularem, ou não. Resta saber se o que interessa efetivamente ao cidadão brasileiro estará presente. Um projeto de País, por exemplo. E as eventuais diferenças entre os dois concorrentes.

Pois é. Aí, a porca torce o rabo. Se no quesito anti-corrupção há elementos recíprocos a serem introduzidos, também no que toca ao que se quer para o Brasil não existe diferença. Antes, como pensa o jornalista Josias de Souza, da Folha de São Paulo, o que há são semelhanças entre o PT, de Lula, e o PSDB, de Alckmin. Logo…

Para entender mais essa questão, que talvez devesse estar em jogo e em discussão no debate marcado para a noite que encerra a semana, leia o que escreve o próprio Josias, em sua página na internet:

”Semelhanças que unem PT e PSDB

Lula e Alckmin terão neste domingo o primeiro tête-à-tête da eleição presidencial. Tentarão, obviamente, demarcar diferenças. E elas de fato existem. Porém, se o eleitor espremer os olhos, se observar os arredores das duas campanhas, perceberá que o que mais chama a atenção não é a dessemelhança entre os projetos de poder do petismo e do tucanato. O que salta aos olhos são as semelhanças.

Em passado recente, o eleitor tinha de fazer meia dúzia de raciocínios transcendentes para entender o universo da política. Tinha de decidir se o pragmatismo do PSDB era melhor do que o puritanismo do PT, se a social-democracia responderia às dúvidas que o socialismo foi incapaz de responder, se a ética da responsabilidade prevaleceria sobre a ética da convicção, se isso, se aquilo…

Hoje, a coisa é bem mais simples. Figuras como Karl Marx e Max Weber tornaram-se descartáveis. Falidas as ideologias, o templo da política consolidou-se como uma congregação de homens de bens. Vigora nas relações entre Executivo e Legislativo a lógica do negócio. Tudo está subordinado a ela, inclusive os escrúpulos.

Desgraçadamente, é no terreno da ética que PT e PSDB mais se aproximam. Para defender-se das perversões que infelicitam a sua gestão, Lula passou a semana colecionando depravações que turvaram a era FHC– da compra de votos da reeleição à entrada em cena Vampiros e Sanguessugas, ainda em 2001. Se for espicaçado no debate deste domingo, o presidente irá esgrimir o argumento de que a corrupção que grassa à sua volta é uma herança do tucanato.

A tática de Lula permite a qualquer criança, mesmo as que fedem a cueiro, entender o que outrora parecia obscuro no processo político: PT e PSDB, que representam a fina flor da política nacional, irmanaram-se na abjeção. O ex-PT já não pode sustentar a farsa de que está imune às tentações alheias.

Desgraçadamente, o desenrolar da campanha informa ao eleitor que não há no horizonte nenhuma evidência disponível de que as urnas produzirão um surto de probidade. O presidente eleito, seja ele quem for, estará submetido ao mesmo ambiente que propiciou a anarquização da política brasileira.

Num cenário conspurcado pela corrupção, o que se espera de um líder é que fixe padrões morais para os seus liderados. Diante das extravagantes alianças que começam a se formar ao redor de Lula e Alckmin, fica difícil enxergar em ambos capacidade para se firmar como lideranças éticas. A despeito das qualidades e da honestidade de cada um.

A atual campanha deveria representar, antes de tudo, um marco estético. Não é, porém, o que se verifica. Sob o pretexto de que a um candidato não é dado rejeitar apoios, Lula e Alckmin vão se acercando do que há de…”


SE DESEJAR ler a íntegra do artigo, pode fazê-lo acessando a página do jornalista na internet, no endereço http://josiasdesouza.folha.blog.uol.com.br/.

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