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Corrupção. Alagoas, pode ser que sim. Mas o ministério público, não. Collor ainda na mira

Diz-se que brasileiro tem memória curta. É possível. Mas improvável. Muita gente é devidamente lembrada e nela não se vota, no pleito seguinte. Não todo mundo, talvez nem a maioria – pode-se conceder – mas muitos, com certeza, se arrependem das falcatruas logo ao receber o resultado das urnas com um visível cartão vermelho.

 

O problema, mesmo, é a exceção. Que, quando acontece, recebe espaço fantástico na mídia grandona (e também na que se acha). Um caso mais que notório é o de Fernando Collor. Apeado democraticamente do poder, através de um processo de impeachment, em fins de 1992, o sujeito sumiu – com muito dinheiro e vida mansa em Miami, é verdade, mas desapareceu.

 

Tentou ser governador em Alagoas. Não funcionou. Foi devidamente refugado pelo eleitorado. Na segunda vez, porém, conseguiu. Colocou um obscuro sujeito de um ainda mais desconhecido partido, um tal de PSC, como “coelho”. Na última hora, com a campanha em andamento, substituiu o dito cujo. E acabou levando. Menos, provavelmente, pela falta de memória  popular. Mais, com quase certeza, pela incompetência de seus opositores. Mas virou senador. É senador.

 

Adivinha qual a primeira providência do honorável, logo após assumir o mandato? Isso mesmo, trocou de sigla. Virou petebista, do amigo Roberto Jefferson – e que tem, na província, a liderança do senador Sérgio Zambiasi. E ganhou mais espaço. Até quando?

 

A resposta é simples: não se sabe. Afinal, o povo não tem memória? Se não tiver, a importância é mínima. Com sua glostora no cabelo e o botox no queixo e nas faces, é quase uma personagem. Uma figura. Um político de almanaque. Mas jamais voltará a ser presidente. Inclusive porque, se o povo esqueceu sua falcatrua, há quem não tenha o mesmo comportamento.

 

Isso mesmo. É o Ministério Público. Que, em nível federal, permanece nas pegadas do corrupto mor dos anos 90, segundo julgamento político feito pelo Congresso, naqueles dias finais de 1992. E ainda o está processando e denunciando e querendo punição. Cadeia, de preferência. E ressarcimento do erário público. É o que a população quer. E do que a sociedade precisa. Inclusive por uma questão de higiene. Política. E moral.

Ah, pra fechar: esta (nem sempre) humilde página de internet tem memória. Não necessariamente seletiva. Creia.

SUGESTÃO DE LEITURAconfira a reportagem “Collor segue na mira do MPF”, de Ana d’Angelo (com a colaboração de Soraia Costa), publicada no Congresso em Foco.

 

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