UFSM. Votação apertada, e nova rejeição ao indicativo nacional de greve dos professores
É evidente que falta motivação para uma nova greve dos professores da UFSM. Atenção: sobram motivos, como realçaram alguns dos presentes à assembléia que discutiu um indicativo nacional no sentido da paralisação dos docentes das instituições federais.
Não sei se seria o caso, mas provavelmente também seja, de falta de mobilização. O fato é que, de novo, poucos foram os que compareceram à assembléia docente, realizada na tarde desta quinta-feira, no Campus, em Camobi. Eram 30 presentes. Mas, na hora da decisão, contaram-se 20 votos. E a diferença contra o indicativo de greve foi de apenas um.
A propósito do encontro dos professores (que também debateram o Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades – REUNI), confira o relato da assessoria de imprensa da Seção Sindical dos Docentes da UFSM, enviado aos veículos de comunicação. A seguir:
Indicativo de greve docente
rejeitado novamente na UFSM
O indicativo de greve aprovado na última reunião do setor das federais do ANDES- Sindicato Nacional dos Docentes, ocorrida em São Luís (MA), no final de julho, foi derrotado na tarde desta quinta, 16, na assembléia dos professores da UFSM, transcorrida no auditório Sérgio Pires, campus da instituição.
No total, 30 docentes assinaram a lista de presença, mas, no momento da votação, em que se contrapuseram sim e não ao indicativo de greve, 20 votaram. O não venceu por apenas um voto de diferença (10 a 9), tendo sido registrada uma abstenção. A proposição de se apontar para um movimento grevista já tinha sido analisada no dia 17 de julho e também rejeitada.
A posição da UFSM será levada agora para a reunião do setor das federais do ANDES-SN que acontece dias 24 e 25 de agosto, em Brasília, quando se analisará o resultado das plenárias de outras instituições universitárias. A representante da Seção Sindical dos Docentes de Santa Maria será a professora Maristela Souza.
Clovis Guterres, ex-dirigente da SEDUFSM e professor do Centro de Educação da universidade, que se posicionou contra o indicativo de greve, destacou que existes motivos de sobra para a greve, citando a questão do possível congelamento salarial, da implantação do plano de reestruturação das universidades (REUNI) e da regulamentação do direito de greve, no entanto, lembrou que o quadro da universidade é de desmobilização. Segundo ele, as pessoas precisam ter consciência do que está acontecendo, pois não podemos fazer greve pelos outros.
No entendimento do diretor da SEDUFSM, Sérgio Prieb, que é professor do curso de Economia, mesmo que a mobilização fosse pequena seria importante sinalizar à categoria e ao governo que há um descontentamento em relação às políticas que vêm sendo implementadas nas universidades federais. Na votação prevaleceram os argumentos contrários ao indicativo de greve, num resultado bastante apertado.
Outro tema que polemizou as discussões foi o do Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades (REUNI), instituído pelo decreto nº 6096 de 24 de abril de 2007. O entendimento do ANDES-SN e compartilhado por diversos professores é de que o governo estaria vendendo a idéia de que o programa irá resolver o problema de caixa das universidades e possibilitará uma ampliação do número de estudantes, com a criação de mais cursos noturnos, entre outras coisas.
Entretanto, conforme longa exposição do presidente da SEDUFSM, professor Diorge Konrad, o desentendimento começa pelo fato de que o REUNI não foi discutido com as comunidades das universidades, é impositivo, ou seja, prevê que, no caso de as instituições não aderirem, estas terão seus orçamentos congelados. Afora isso, há previsão de aumentar a quantidade de cursos e alunos em sala de aula, sem garantia de mais contratações, gerando precariedade e, na análise do professor Clovis Guterres, pode representar uma espécie de enturmação em nível federal, similar ao que está sendo posto em prática nas escolas estaduais pela governadora gaúcha, Yeda Crusius.
Tendo em vista os aspectos polêmicos do REUNI e da necessidade de avaliá-lo com mais profundidade, conforme sugestão do professor do departamento de Estatística, João Eduardo Pereira, formou-se uma comissão que terá a responsabilidade de fazer a avaliação técnica e política do programa. O grupo está composto inicialmente pelos seguintes docentes: Clovis Guterres, João Eduardo Pereira, Iberê Nodari, Júlio Quevedo, Paulo Burmann, Getulio Retamoso e Diorge Konrad. Entretanto, conforme decisão da assembléia, as reuniões da comissão são abertas à participação de outros professores interessados. O primeiro encontro ocorre nesta segunda, 20 de agosto, às 15h, na sede da SEDUFSM.
Na assembléia desta quinta também foi escolhida a nova composição do conselho fiscal. Alguns nomes que compunham o grupo anterior permanecer. Os referendados pela plenária foram: os professores José Maria Pereira, Iberê Nodari, Gildo Meneghelo, João Eduardo Pereira, Tomé Lovato e Hugo Blois.
No ponto de pauta destinado aos informas, a representante do comando de greve dos técnico-administrativos, Loiva Chansis, deu um relato sobre a greve do segmento e também manifestou solidariedade à luta dos professores.
SUGESTÃO DE LEITURA – confira aqui , se desejar, outras informações oriundas da assessoria de imprensa da Sedufsm.
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