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CPIs. Desmoralizadas, ninguém dá mais bola pra elas. Show por show, melhor o do Faustão

De repente, a mídia grandona (e a que se acha) resolveu que fazer cobertura intensiva de reuniões de Comissão Parlamentar de Inquérito não dá mais ibope. A população se cansou do show. Na própria política, escândalos provocados por investigações profissionais, e muito mais isentas, feitas pela Polícia Federal são mais confiáveis. Logo, ver (e ouvir) CPI virou uma chatice.

 

Isso apenas do ponto de vista do espetáculo. Quanto às revelações das CPIs e suas conseqüências, perceberam-se duas coisas, uma decorrente da outra. A primeira é a encenação e a evidente tentativa de “eleitoralizar” a investigação. Menos descobrir culpados, e mais desmoralizar o adversário político. O eleitor notou (é uma dedução do resultado de 2006), cansou e mandou a audiência para o traço.

 

E a segunda é que, havendo responsáveis, os próprios julgadores resolveram absolver os “réus”. Quer dizer: o espectador se sentiu ainda mais ludibriado. E viu, claramente, que era só isso mesmo, um show. E, nesse caso, melhor ver os profissionais. No caso, o Faustão, para ficar num único exemplo, tem mais talento.

 

O que temos, como conseqüência, na medida em que os próprios parlamentares também não são trouxas? Pra que fazer CPI, se a TV não vêm? “Como vou ser ator, se o diretor não está?”. Resultado? As CPIs do Apagão, uma na Câmara, outra no Senado, simplesmente são desconhecidas. Inclusive porque vão acabar descobrindo o que as investigações oficiais já tornaram público. E se desmoralizarão. Elas e quem as propôs.

 

O bom disso tudo é que, quem sabe, com menos histrionismo e um pouco mais de seriedade, quando surgir a proposta de uma CPI, os deputados e senadores vão pensar mais na necessidade de investigação. E menos em aparecer para a mídia grandona (e a que se acha). E o Brasil vai ganhar.

 

SUGESTÃO DE LEITURAconfira aqui a reportagem “Sem prestígio, CPIs agonizam no Congresso”, de João Domingos, publicada pel’O Estado de São Paulo.

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