Temores. Os riscos de um crescimento baseado apenas em fatores conjunturais favoráveis
Considerações ideológicas a parte (para isso, há um bom artigo sugerido lá no final deste texto), não há por que deixar de pensar nos riscos que corre a economia brasileira, no médio e no longo prazo. Não, não estou tomado da fantástica capacidade de exalar pessimismo, uma característica própria de boa parte dos economistas pátrios. Mas, embora burrinho para algumas coisas, sei ler. E tento interpretar.
Por exemplo, como você verá em nota posterior, o Brasil está nadando em dólares. Situação responsável, mesmo que parcialmente, pela desvalorização cada vez mais expressiva da moeda ianque. Razoável quantidade dessa moeda circula no país através do mercado financeiro de risco. É o capital especulativo a que me referi em texto publicado na segunda-feira. Essa, porém, é uma das pontas do problema. Ou do temor.
O fundamental vem exatamente do que compramos e do que vendemos. Ou, exportamos e compramos. Sai do país, em grande quantidade, o que é chamado de commodities. Notadamente produtos primários da agropecuária, mas também minério. Todas com excelente preço no mercado internacional. É soja, para ficar no principal produto gaúcho. Ou ferro, para falar no Pará e em Minas Gerais. Ou carne. Muuuita carne. Tudo isso dependendo da volatilidade do mercado externo.
E compramos? Sim. Bastante azeite de oliva, vinho e outros produtos que você encontra com facilidade nos supermercados. E pouco, muito pouco, ou bem menos que o desejável, em termos de equipamento e matérias primas para garantir sustentabilidade e um tempo duradouro de crescimento.
Ok, ok. Talvez eu esteja exagerando. Taaalvez. Inclusive porque, e quem diz são os especialistas, o mundo deve se manter como está por período bastante longo. Quem sabe o suficiente para que cansemos do vinho e do azeite. E nos demos conta que a qualidade da nossa importação deve melhorar. Assim como a de nossa exportação. Haveria tempo. Tomara.
SUGESTÃO DE LEITURA – confira o artigo A vingança do burguês fidalgo, do engenheiro e ex-conselheiro do BNDES Osvaldo Martins Rizzo, publicado no Congresso em Foco.
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