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Carta de Osvaldo Nascimento. Documento do ex-prefeito fez um jornalista voltar no tempo

Recebi um artiguinho (carinhosamente falando) de Márcio Fernandes. Hoje, ele é professor no curso de Jornalismo da Universidade Estadual do Paraná, campus de Guarapuava. Mas não deixa as redações de lado (o que o distingue, aliás, da maior parte dos mestres). Tanto que esteve em Santa Maria faz 40 dias, coletando material para uma grande reportagem sobre importantes figuras da boca do monte, a ser publicada na revista Rolling Stones.

 

Márcio é muito talentoso. Ele, formado pela nossa UFSM, trabalhou no jornal A Razão no fim dos anos 90. E é daquela época o contato que teve com o então prefeito Osvaldo Nascimento da Silva. Exatamente a partir da carta do ex-político – aqui publicada com absoluta exclusividade – é que ele escreve. Vale a pena ler. Ah, desconsidere os elogios que ele faz ao (nem sempre) humilde editor deste sítio. É coisa da amizade. Mas a impressão dele é importante, pode acreditar. Confira: 

 

“Memórias que a carta de Osvaldo fez recuperar

Márcio Fernandes, jornalista

Está completando um mês que saiu em primeira mão no claudemirpereira.com.br
um dos mais importantes documentos da memória coletiva do Rio Grande do Sul
dos últimos anos: a “Carta ao PDT”. E despedida da política, de Osvaldo Nascimento
da Silva
.


Estive como testemunha do primeiro dia de Osvaldo na volta à Prefeitura de
Santa Maria, em 1997, por obra e graça do mesmo Claudemir, meu primeiro chefe.
O Osvaldo que conheci dali em diante era somente uma sombra bastante esquálida
daquela figura mítica da qual eu ouvia há tempos falar, em especial aquele
homem público dos anos 70, quando de seu primeiro mandato como mandatário
maior do Executivo local.


O homem era uma figura ímpar, capaz de alternar eloqüência administrativa
com destemperos verbais e gestuais. Certa vez, resolveu andar a cavalo por
uma vila da cidade, alegando ser meio eficiente de se locomover em um cenário
de rua lamacenta e esgoto aberto, atitude circense que era na tentativa de
atingir seu antecessor, José Haidar Farret. Em seus discursos, não raro demonstrava
desconexão com a realidade, capaz de citar Charles Chaplin (tal qual na Carta
ao PDT) e recorrer ao mundo espiritual (melhor não entrar em detalhes) mesmo
que fosse para inaugurar uma plaquinha qualquer.


Agora, 11 anos depois de ter amanhecido naquele 1º de janeiro de 1997 em
frente à casa que já foi um QG da política de Santa Maria, e por ora abriga
uma creche, fica ainda mais nítido que, à época, faltava também uma equipe
de apoio mais homogênea. Alguns de seus assessores igualmente eram dados
a devaneios, misturados que estavam a outros (dos diversos escalões da Prefeitura)
de extrema capacidade de gestão da coisa pública.  Essa mistura por certo
contribuiu para que, depois da segunda gestão, Osvaldo não conseguisse se
eleger nem vereador.


Pequenas memórias deixadas de lado, cabe reforçar que a Carta em questão
é um documento precioso desde já. Textos similares deviam ser uma regra não
promulgada oficialmente na sociedade brasileira. Se foi Osvaldo um político
merecedor de mais elogios do que comentários negativos é algo de foro bastante
íntimo de cada um. Mas sua ousadia em se despedir assim comporta dois tipos
de reconhecimento: um para ele, pela Carta em si, com um gran finale de
sua obra; o outro, para Claudemir, que, com seu webespaço, acabou tendo seu
imenso valor como jornalista novamente reconhecido.”

 

 

SUGESTÃO DE LEITURA – confira aqui a Carta ao PDT, de Osvaldo Nascimento da Silva – em que ele repassa, sob seu ponto de vista, 30 anos de história política de Santa Maria, além de fazer um verdadeiro inventário de sua própria participação na vida da cidade.

 

 

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