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Tucanato. José Serra e Aécio Neves só iniciam a briga mesmo é em 2.009. Então, tá!

Que o PSDB não se entende, parece claro. Crise de identidade? Soberba das lideranças? Excesso de caciques e falta de índicos, ao mesmo tempo? Elitismo? Pode ser tudo isso, ou não ser nada disso. Inclusive porque, noves fora Geraldo Alckmin, surrado nas urnas por Luiz Inácio Lula da Silva e aparentemente carta fora do baralho (embora não saiba, ou não queira saber, talvez), o partido dos tucanos é o único – repito, o único – que pode gargantear, com quatro anos de antecedência, que terá um candidato fortíssimo à Presidência da República.

 

É isso mesmo: em 2010, seja qual for o nome escolhido, entre os dois, os governadores José Serra (São Paulo) e Aécio Neves (Minas Gerais), este terá todas as condições de vencer. Ou, na piooor das hipóteses, não fazer o fiasco geraldino de 2006. E aí começa o problema: eles, os dois, sabem disso, e estão tiroteando já no limiar de 2007, nem bem foram empossados (no caso de Aécio, reempossado) nas chefias de Executivo estaduais.

 

Corriam (correm?) o sério risco de se perder na disputa interna e chegar, qualquer deles, o que sobrar, fraco em 2010. Essa é a razão básica para a paz provisória que ambos teriam firmado, segundo o jornalista Josias de Souza, da Folha de São Paulo. E que as bicadas estariam paralisadas até após a eleição de 2008. Mmmmm… Será que alguém acredita? É. Pode ser. Em todo caso, confiram o que Josias escreve em sua página de internet e tire tua própria conclusão:

 

“Serra e Aécio firmam um armistício até fim de 2008

 

José Serra e Aécio Neves mostraram a bandeira branca um ao outro. Pactuaram a suspensão das hostilidades que vêm prenunciando a guerra pela definição do nome do candidato do PSDB ao Planalto, em 2010. Combinaram que irão conter os seus exércitos até as eleições municipais de 2008. Só então vão discutir a sério a sucessão presidencial.

 

O armistício foi selado há onze dias, num encontro reservado dos dois presidenciáveis tucanos, em Belo Horizonte. A conversa foi provocada por um convite do governador mineiro. Aécio disse ao colega de São Paulo que, divididos, nem ele nem Serra conseguirão pôr de pé uma candidatura presidencial viável. Aquele que prevalecer sobre o outro à custa da divisão do partido será candidato a mais uma derrota.

 

Serra e Aécio puseram-se de acordo em relação aos seguintes pontos:

 

1) a antecipação do debate presidencial atrapalha o esforço de ambos para produzir boas gestões em seus respectivos Estados;

 

2) é preciso conter a artilharia que tucanos partidários de Serra e de Aécio vêm disparando uns contra os outros, a pretexto de agradar os “chefes”;

 

3) o momento oportuno para abrir o debate sobre a sucessão de Lula é depois do pleito municipal de 2008;

 

4) até a eleição de prefeitos, os dois governadores distribuirão “afagos” públicos, como nunca fizeram antes;

 

5) sempre que ouvirem um “ruído” que possa pôr em dúvida as boas relações entre os dois, Serra e Aécio conversarão para tentar desfazer o malfeito;

 

6) antes de decidir sobre o futuro, os dois presidenciáveis voltarão a conversar, para tentar chegar a uma solução consensual.

 

Serra e Aécio têm sólidas razões para optar pelo cessar-fogo. O PSDB foi surrado nas duas últimas disputas presidenciais. Generalizou-se a impressão de que uma das razões do infortúnio foi a desunião do tucanato, cujos candidatos emergiram de disputas internas traumáticas.

 

Em 2002, Serra tornou-se o presidenciável do PSDB depois de uma queda-de-braço com Tasso Jereissati. Em 2006, foi preterido numa disputa com Geraldo Alckmin, embora estivesse mais bem-posto nas pesquisas. Nas duas oportunidades, o PSDB compareceu à campanha fracionado.

 

Esboça-se agora o mesmo tipo de encrenca. Serra não parece disposto a perder o bonde de 2010. Com Lula fora do páreo, acha que chegou a sua hora. Mercê da obsessão de Serra, o noticiário é invadido pela especulação de que Aécio cogitaria buscar refúgio em outra legenda.

 

Por ora, Aécio desmente o boato. Na conversa com Serra, brincou. Disse ao colega que, diferentemente dele, não é obsessivo. Insinuou que pode até disputar o Senado em 2010. Guarda na gaveta, porém, uma pesquisa que indica caminho diverso. Levantamento feito pelo Vox Populi informa que 80% dos eleitores mineiros desejam que Aécio concorra à presidência.”

SE DESEJAR ler este e outros artigos sobre o mesmo tema, pode fazê-lo clicando aqui.

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