Orçamento. Creia, a discussão sobre cortes é pura retórica. Manda quem tem a chave do cofre
Confira nota publicada pelo jornalista da Folha de São Paulo, Josias de Souza, na página que ele mantém na internet. No final, o meu comentário. A seguir:
Governo bate o pé e insiste no corte de R$ 20 bi
Reunido com os ministros que integram a coordenação do governo, Lula voltou a debater, nesta terça-feira (29), os cortes que terão de ser feitos no Orçamento para compensar a falta da CPMF. Ao final do encontro, divulgou-se a notícia de que, para o presidente e seus ministros, a tesourada tem de ser mesmo de R$ 20 bilhões.
Resta agora convencer os membros da Comissão Mista de Orçamento do Congresso. Os deputados e senadores são, nessa matéria, os donos da tesoura. E, por ora, não parecem muito dispostos a entregar ao Planalto uma poda do tamanho que o governo deseja.
Conforme já noticiado aqui, a comissão orçamentária do Congresso reestimou a perspectiva de receita do Tesouro com a coleta de tributos em 2008. Escorada nos números que resultaram dessas contas, a comissão cogita cortar R$ 17 bilhões – R$ 3 bilhões a menos do que a estimativa oficial.
COMENTÁRIO CLAUDEMIRIANO: O que é um orçamento público? Com o perdão da simplificação, se trata de uma estimativa de receitas e despesas. Ampliando um pouquinho, também é possível afirmar que, à a previsão da receita tem que corresponder à da despesa. Enfim, têm que ser iguais, um e outro número.
O que acontece, na prática? Os governos (em qualquer nível) têm que, no final do exercício, fechar as contas. Como fazer? Simples: gastam apenas o que é arrecadado (ou se individam, como fez o Rio Grande, ao longo de décadas, com o resultado já conhecido). Mas, e onde? No que for previsto no Orçamento. Detalhe: se não houver recursos, não se faz a despesa. Onde? Onde o comandante escolher. Afinal, ele é que tem a chave do cofre.
No caso da discussão do orçamento da União, em debate no Congresso, a situação é simples: os congressistas podem não cortar nada. E até inventar alguma receita – como a previsão inflacionada do crescimento do Produto Interno Bruto, por exemplo. Mas o governo fará a obra (ou liberará a emenda parlamentar, no caso) se quiser.
Logo, a discussão sobre o orçamento tem um caráter político importante nas relações entre as siglas no congresso e destas com o Executivo. Mas não será detrminante, ao longo do ano, no cumprimento das estimativas feitas agora. Afinal, quem tem a chave do cofre é o dono do poder.
SUGESTÃO DE LEITURA – confira aqui, se desejar, outras notas publicadas pelo jornalista Josias de Souza, da Folha de São Paulo.
ATENÇÃO
1) Sua opinião é importante. Opine! Mas, atenção: respeite as opiniões dos outros, quaisquer que sejam.
2) Fique no tema proposto pelo post, e argumente em torno dele.
3) Ofensas são terminantemente proibidas. Inclusive em relação aos autores do texto comentado, o que inclui o editor.
4) Não se utilize de letras maiúsculas (CAIXA ALTA). No mundo virtual, isso é grito. E grito não é argumento. Nunca.
5) Não esqueça: você tem responsabilidade legal pelo que escrever. Mesmo anônimo (o que o editor aceita), seu IP é identificado. E, portanto, uma ordem JUDICIAL pode obrigar o editor a divulgá-lo. Assim, comentários considerados inadequados serão vetados.
OBSERVAÇÃO FINAL:
A CP & S Comunicações Ltda é a proprietária do site. É uma empresa privada. Não é, portanto, concessão pública e, assim, tem direito legal e absoluto para aceitar ou rejeitar comentários.