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Navalhaço. Rondeau, a primeira queda de um tubarão. Quem garante que é o último?

Desde pouco depois das 8 da noite, como você leu aqui, não é mais ministro de Minas e Energia o engenheiro eletricista Silas Rondeau, afilhado político de José Sarney e Renan Calheiros e, por extensão, da “quota” do PMDB no Senado, no governo do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

 

Em seu lugar, assume interinamente o secretário-executivo do ministério, Nelson Hubner, técnico de confiança da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, ela própria a primeira titular das Minas e Energia, nos três anos iniciais do primeiro mandato lulista. Hubner vai ficar até que um titular seja nomeado – o que, talvez, demande intensas negociações. Afinal, é de duvidar que a dupla Sarney-Calheiros, embora lhes falte estofo e “moral”, desista de comandar esse setor estratégico.

 

Em todo caso, Rondeau foi o primeiro peixe graúdo a cair efetivamente em desgraça, desde o anúncio da Operação Navalha, da Polícia Federal, e que prendeu gente de tudo quanto é pêlo, inclusive “nobre”, na sexta-feira passada. E ele sequer teve o pedido de prisão feito (provavelmente porque, nesse caso, todo o inquérito sairia do Superior Tribunal de Justiça direto para o Supremo Tribunal Federal) pelos federais e pelo Ministério Público.

 

O desfecho da situação é, de resto, absolutamente imprevisível. Além de ex-governadores e atuais (pelo menos dois sob suspeita aparente), deputados, presidente de Banco e uma série de outras autoridades na mira da justiça, e totalmente enlameados, ainda há uma certa “Operação Navalha 2”, que, há quem diga e escreva, citaria um número indefinido de parlamentares. Que poderia ser algo parecido com 40.

 

Por enquanto, ainda na versão “1” da operação, foram presos 47 graúdos. 21 deles, até a noite de ontem, a maior parte depois de depor na  PF, receberam passe livre e deixaram o xilindró. Mas só enquanto segue o inquérito – que pode pedir (e eventualmente ver aceitas) novas prisões. Inclusive dos mesmos agora liberados.

 

O certo é que um já dançou. E bem. No caso, Silas Rondeau, sobre quem pesa a suspeita de ter recebido propina de R$ 100 mil. Por quê? Porque os federais filmaram e fotografaram a entrada de uma alta funcionária da empreiteira Gautama (pivô de todo o enrosco), no gabinete do ministro. Levava um envelope de dinheiro, diz-se. E, ao sair, estava sem o dito cujo. É prova? Não. Mas ao homem público é suficiente para que se mandasse. Foi o que fez Rondeau, que agora terá tempo de sobra para se defender. E deixar Lula aliviado. Até o próximo parceiro entrar em fria. Ou quente.

 

 

SUGESTÕES DE LEITURAconfira aqui a reportagem “Investigado na máfia das obras, Rondeau pede demissão”, publicada pela Agência Estado.

Leia também a nota em que Silas Rondeau anuncia sua saída do ministério, publicada pelo jornalista Ricardo Noblat, em sua página na internet, sob o título “Creio em Deus e na Justiça, diz Silas ao anunciar demissão”

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