Artigos

Deusa Hator (ou Hathor) – por Elen Biguelini

Esta era a deusa consorte de Horús (mencionado no texto da semana passada). Assim como seu marido representava o bem e o sucesso contra Seth, Hathor é a representação da feminilidade ideal para o antigo Egito. É a deusa da música, da festa, da alegria e do amor. Assim como Ísis, era deusa da maternidade (em especial do amor materno).

A deusa Hator era representada com a imagem de uma mulher com uma estrutura redonda sobre sua cabeça, ou como uma vaca, um plátano, uma cobra ou uma leoa.

Seu nome é literalmente “morada no céu”, logo, é a deusa do céu e pode ser interpretada como a criadora do mundo.

Representações dela e de seu marido são anteriores as de Ísis, sendo que antes de ser associada ao Mito de Osíris, ela era considerada como a esposa do Deus Amon, o Deus Sol (Amon ou Ra é também relacionado a seu marido Hórus).

Mas com o início do culto a Ísis ela não passou a ser esquecida, sendo cultuada ainda até a extinção da religião egípcia. Era, inclusive, a deusa mais cultuada em todas as regiões, podendo ser encontrados diversos templos em sua honra.

Sua representação com a imagem de uma vaca demonstra a importância deste animal para a cultura local (bem como pode ser observado em outras culturas, como a indiana). Em especial, por meio do leite que relaciona a vaca à maternidade. Muito antes da imagem de Hator ser adicionada ao panteão egípcio, vacas já eram adoradas na região próxima ao Nilo.
As múltiplas imagens (animais ou não) que são relacionadas à Deusa podem ser fruto de algo equivalente à miscigenação que encontramos entre as religiões africanas e católicas, na qual uma entidade venerada por um grupo local acaba sendo encaixada nos moldes de um culto que chega a este local.

Sendo a representação idealizada da feminilidade egípcia, Hator era cultuada também devido a esta sua relação com o cuidado maternal e a benevolência.

Sua relação com a festa, a alegria e a feminilidade, a associa também a um colar usado pelas egípcias antigas, o menat – em tom turquesa, e a tornava uma das deusas favoritas dos egípcios antigos.

(*) Elen Biguelini é doutora em História (Universidade de Coimbra, 2017) e Mestre em Estudos Feministas (Universidade de Coimbra, 2012), tendo como foco a pesquisa na história das mulheres e da autoria feminina durante o século XIX. Ela escreve semanalmente aos domingos, no Site.

Crédito da imagem que ilustra o texto: Divulgação.

Artigos relacionados

ATENÇÃO


1) Sua opinião é importante. Opine! Mas, atenção: respeite as opiniões dos outros, quaisquer que sejam.

2) Fique no tema proposto pelo post, e argumente em torno dele.

3) Ofensas são terminantemente proibidas. Inclusive em relação aos autores do texto comentado, o que inclui o editor.

4) Não se utilize de letras maiúsculas (CAIXA ALTA). No mundo virtual, isso é grito. E grito não é argumento. Nunca.

5) Não esqueça: você tem responsabilidade legal pelo que escrever. Mesmo anônimo (o que o editor aceita), seu IP é identificado. E, portanto, uma ordem JUDICIAL pode obrigar o editor a divulgá-lo. Assim, comentários considerados inadequados serão vetados.


OBSERVAÇÃO FINAL:


A CP & S Comunicações Ltda é a proprietária do site. É uma empresa privada. Não é, portanto, concessão pública e, assim, tem direito legal e absoluto para aceitar ou rejeitar comentários.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo