Mais que uma loira – por Bianca Zasso
O que torna uma mulher poderosa? Estar na tela do cinema não garante que você terá charme e conquistará o público. É preciso aquele detalhe especial, aquele jeito que diferencia as estrelas das pessoas comuns. E nunca uma mulher teve tanto deste tempero quanto Marilyn Monroe.
Em 2012, ano que marca o cinqüentenário da morte da diva loira, uma série de exposições, mostras de filmes, lançamentos de DVDs e livros estão marcados. E Santa Maria fará parte desta agenda de homenagens. No próximo sábado, dia 14, o Cineclube Unifra inaugura o ciclo 50 anos sem Marilyn, trazendo para o quem gosta de cinema uma oportunidade única de conhecer algumas das muitas faces da atriz.
Logo na estreia o público do Cineclube Unifra vai conhecer o lado mais dramático de Miss Monroe. O filme Torrentes de Paixão, dirigido por Henry Hathaway, apresenta Marilyn no papel de Rose, uma esposa que vê sua relação com o marido, interpretado por Joseph Cotten, entrar em crise. Para salvar o casamento, ela planeja uma viagem para as Cataratas do Niágara. Mas o que parece apenas uma chance de revitalizar um romance se torna o início de um plano nada amoroso. Torrentes de paixão é um trabalho único na carreira de Marilyn.
Um ano antes ela já havia se aventurado num papel dramático com o suspense Almas desesperadas, de Roy Ward Baker, onde interpreta uma moça do interior que vive perturbada com a morte do noivo. A personagem da loira engraçadinha e sexy, que levou Marilyn ao estrelado, enchia os cofres da moça mas não trazia satisfação. Ela queria ser reconhecida por seu talento e não apenas por sua beleza singular.
Esse desejo sem fim de mostrar que era uma boa atriz, aliado a sua carência extrema, fez com que Marilyn sofresse muito durante as filmagens, mesmo que contasse com o apoio de preparadores de elenco renomados, vindos do famoso Actor’s Studio, escola de arte dramática responsável por ser o guia de nomes como Marlon Brando e Paul Newman.
Torrentes de paixão, mesmo sendo um filme denso, com uma atmosfera que beira o filme noir, é a trama perfeita para explorar a sensualidade de Marilyn, tão violenta quando a força das águas das Cataratas do Niágara. Com seu vestido Pink, ela deixa de lado os olhinhos arregalados e a risada infantil para incorporar uma femme fatale misteriosa.
Entre as várias biografias sobre Marilyn, um dos melhores exemplares é Marilyn Monroe, escrito por Anne Plantagenet, lançado no Brasil pela editora L&PM Pocket, com tradução de Rejane Janowitzer. Com uma linguagem que beira a poesia, Plantagenet apresenta uma Marilyn medrosa e ao mesmo tempo lutadora, que ganha força cada vez que incorpora a poderosa loira do cinema.
Se para você, caro leitor, Marilyn Monroe é apenas uma imagem que estampa camisetas e cartazes, a sessão do Cineclube Unifra será reveladora. Já se ela significar um ícone do cinema, que deixou um legado invejável, está feito o convite para sentar na poltrona e reviver momentos únicos. Afinal, quando aqueles cachos dourados e aquele sorriso aparecem na tela, nada mais importa.
Torrentes de Paixão (Niágara)
Direção: Henry Hathaway
Ano: 1953
Local: Cineclube Unifra (Salão Acústico do Conjunto III da Unifra (Silva Jardim, 1175)
Hora: 15h
Entrada franca
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