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Pesquisa. Afinal, de quem mesmo Heloísa Helena está tirando votos na corrida presidencial?

O Jornal Nacional desta terça divulgou mais uma rodada de pesquisas para a Presidência da República. Feito pelo Ibope, por encomenda da Rede Globo, o levantamento realizado nos últimos cinco dias demonstrou que, se o pleito fosse tivesse ocorrido nesse período, o vencedor, ainda em primeiro turno, seria o atual presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, com 7% de intenção de votos além da soma de todos os outros concorrentes (para ver os números totais, releia nota publicada logo mais abaixo ).

De novo, novo meeesmo, absolutamente nada significativo. Exceto, quem sabe, a presença da candidata do PSol, a ex-petista Heloísa Helena, com 8% – 2% a menos do que o instituto Datafolha havia dado, em rodada de pesquisas divulgada na semana passada. Isso demonstra, em tese, que a senadora alagoana (eleita e depois expulsa pelo PT), que começou com 3% e já alcança algo como 8% ou 10% teria potencial para crescer mais. E, quem sabe, ou até provavelmente segundo alguns analistas, forçar o segundo turno.

Há, no entanto, controvérsias. Ao mesmo tempo em que existem aqueles que dizem que ela tira votos de Lula, isso não chega a se comprovar nos números das pesquisas, que mostram o atual presidente estável entre 42% e 48%, conforme o pesquisador. E também um crescimento, por sinal menor do que HH, do tucano Geraldo Alckmin. Então, de onde viriam os votos de Heloísa? Se acha, também, os que acreditam que o teto dela estaria próximo. E, se não, talvez tirasse votos do candidato do PSDB, e não de Lula. E agora? E agooora?

Igualmente se registra o surgimento de um outro fator, que estaria sendo chamado de “2H”. O que raio significa isso, que amedronta tanto o que muitos chamam de “mercado”? Hein?

A propósito do local de onde saem as intenções de voto de Heloísa Helena, e também o que significaria esse tal de “dois-agá”, é muito interessante o que escreve o jornalista Ricardo Noblat, em sua página na internet. Ah, o texto que reproduzo abaixo foi publicado por RN no início da tarde de terça-feira. Portanto, algumas horas aaaantes da divulgação da pesquisa Ibope. Confira:

“Fator 2H” preocupa o mercado

No último fim de semana, no Recife, um dos mais importantes assessores de Lula, dono de gabinete no Palácio do Planalto, não pensou duas vezes quando um amigo lhe perguntou se haverá segundo turno para a eleição do próximo presidente.

– É claro que haverá. Estamos convencidos disso. E mais: de que não será fácil para Lula se reeleger.

Há uma forte dose de realismo na confissão do assessor. Mas há também uma certa dose de esperteza. Ele nada tem a perder caso sua previsão vá pelo ralo e Lula vença no primeiro turno. De fato, a hipótese ainda não está descartada entre os que cercam Lula.

Por enquanto, é Alckmin, não Lula, quem mais tem perdido com o crescimento da candidatura da senadora Heloísa Helena, do Psol. Na mais recente pesquisa do Instituto Datafolha, Helô cresceu seis pontos no Sul e Alckmin perdeu sete.

Alckmin teria espaço suficiente para crescer no Rio de Janeiro, por exemplo. Mas ali a sensação é Helô, principalmente na Zona Sul. Helô tem avançado no Centro Oeste onde os agricultores estão furiosos com o governo Lula e seriam receptivos a Alckmin.

Em resumo: até aqui, o que alguns políticos açodados chamam de “Fenômeno Heloísa” e os agentes do mercado financeiro preferem chamar de “Fator 2H” parece servir ao mesmo tempo aos propósitos de Lula e de Alckmin.

De Lula por que o tal fenômeno prejudicaria mais Alckmin. De Alckmin por que Helô pelo menos criou um clima capaz de empurrar a eleição para o segundo turno. É claro que um dos lados está errado e só se dará conta disso mais tarde.

É cedo para encarar Helô como um fenômeno. Nas pesquisas da eleição de 1998, o candidato Ciro Gomes, do PPS, chegou a ultrapassar a casa dos 10% das intenções de voto, mas acabou com algo como 8%.

Como Helô, Ciro, que batia à direita e à esquerda, era um candidato que não tinha recursos nem estrutura partidária para fazer campanha, nem tempo razoável de propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão.

Na eleição de 2002, ele reuniu melhores condições para ser candidato. A certa altura da campanha, despontou como o nome capaz de enfrentar e até vencer Lula no segundo turno. Mas aí cometeu dois ou três graves erros e se afundou.

Helô tem os mesmos traços de temperamento de Ciro – é passional, arrebatada e costuma reagir a provocações. Portanto, está mais sujeita a errar do que o experiente Lula e o frio e calculista Alckmin.

Caso siga ganhando pontos, as portas do inferno se abrirão para ela. A turma do mercado financeiro, aqui e lá fora, estava feliz da vida com a certeza de que seus interesses não seriam afetados ganhasse Lula ou Alckmin.

Começou a se preocupar o “Fator 2H”.

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