Eleições 2010. O PT estaria tentando marcar posição diante de Lula. Eis uma tarefa impossível
Por que há tanta resistência (pelo menos nas aparências que, no caso, não estão enganando mesmo) a uma anunciada preferência de Luiz Inácio Lula da Silva por sua ministra-Chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff (foto) – que seria a escolhida do Presidente para a sua própria sucessão, em 2010? Será que alguns petistas não gostam mesmo dela ou haveria uma outra razão subjacente? Boas perguntas, cá entre nós. Aliás, em torno disso, vale a pena ler artigo escrito pelo jornalista Valdo Cruz, da Folha de São Paulo. Dê uma conferida e, lá no final, tem mais um comentário meu. Acompanhe:
Lula e o PT, nada a ver?
Essa é uma pergunta que muita gente deve estar se fazendo nos últimos meses, dentro e fora do governo, principalmente no mundo petista. Questionamento que a cada entrevista do presidente Luiz Inácio Lula da Silva fica ainda mais pertinente. Na última, concedida ao ‘Jornal do Brasil’, o presidente petista mostrou mais uma vez que não anda muito contente com seus companheiros de partido. De novo criticou a direção nacional do PT por ter vetado a aliança entre o prefeito petista de Belo Horizonte, Fernando Pimentel, e o governador tucano mineiro, Aécio Neves. Foi bem explícito ao dizer que é um ‘crítico do comportamento do PT’ em relação a BH. Fica claro que os dois lados não estão falando a mesma língua. Lula diz inclusive que seu partido corre o risco de sair perdedor nesse episódio, ao analisar que, ‘na política, também quando você cria estigmas contra as pessoas [no caso, contra Aécio Neves] você começa a perder’.
O fato é que está em pauta, nos bastidores petista, uma disputa entre a direção partidária e sua principal liderança, o presidente Lula. Uma contenda que ninguém admite publicamente, mas que corre solta dentro do PT. A atual cúpula petista quer ser mais ouvida e mais influente no próximo governo. Hoje, seu espaço está muito restrito. Lula não dá muita bola para seu partido na hora de decidir os rumos do governo. Reuniu um grupo fiel de assessores e com eles vai governando, sempre deixando claro que a última palavra é sua. Nada mais natural num regime presidencialista, mas nada a ver com o estilo petista que sempre gosta de debater, debater e tomar decisões no estilo assembléia. Claro que uma assembléia formado pelos que comandam o partido. Mas essa é uma outra história, que trata dos diversos grupos petistas.
Vem daí a resistência ao nome da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) em determinadas tendências do partido, a preferida de Lula para sucedê-lo. Se ela ganhar, a atual cúpula deve continuar na mesma situação de hoje, orbitando mas pouco influenciando os destinos do governo. O problema desses grupos insatisfeitos com o estilo Lula é que suas chances de se manter no poder dependem exclusivamente do presidente. Sem ele…
COMENTÁRIO CLAUDEMIRIANO: é evidente que Lula, que já era enorme, hoje é bastante maior que o PT. E, na prática, os petistas não querem se livrar de Lula, seu sustentáculo, mas não gostam da idéia de ser tutelados. Mas o brete é esse, e está complicado sair dele, é a impressão. Ah, o nome de Dilma pode não ser o da preferência de Lula em 2010, dadas as circunstâncias. Mas, como li em algum lugar, talvez as cabeças coroadas do petismo devessem prestar a atenção em outro nome, que hoje atua discretamente. No caso, Fernando Haddad, ministro da Educação.
SUGESTÃO DE LEITURA – confira aqui a íntegra do artigo Lula e o PT, nada a ver?, de Valdo Cruz, da Folha de São Paulo.
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