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Do Ferraz. Internauta questiona trabalho da mídia gaúcha. E, olha, ele tem lá suas razões

Poucas vezes li crítica tão bem fundamentada sobre o trabalho da mídia do Rio Grande do Sul. Especialmente da, como costumo escrever, mídia grandona. É verdade que não concordo integralmente com o que Rogério Ferraz, o autor do artigo abaixo, diz. Mas não é menos verdadeiro que é bom saber que há quem leia (e ouça e enxergue) criticamente o que os nossos veículos de comunicação produzem, os assuntos que tratam e, especialmente, a forma como eles são transmitidos para os leitores-ouvintes-espectadores.

 

É correto, quem sabe, afirmar que o Rogério mire especialmente num grande grupo, quando escreve. E isso pode ser limitado – afinal, a mídia grandonaona é mesmo o alvo do articulista. Mas há outros, da grandona, e que não foram contemplados. Mas é interessante ler, inclusive para discordar, se for o caso. Confira você mesmo, e tire tua conclusão:

 


”Mídia no governo, ou vice-versa

 

Após uma campanha com alto teor teatral, Yeda venceu a eleição ao governo gaúcho. Escrevo esta primeira frase e fico buscando na memória o que mais temos de concreto acontecendo no estado nestes dois meses e meio de governo tucano.

 

Num fato inédito, Yeda começou seu mandato rompida com o seu vice e com boa parte dos deputados que a elegeram. Motivo: ter enganado o povo gaúcho, dizendo que não aumentaria impostos.

 

Com o auxílio generoso da grande mídia gaúcha (certamente muito bem paga pelos cofres públicos), criam-se fatos para que o gaúcho pense que está vivendo no melhor dos mundos.

Há um grande veículo de comunicação que decide o que e de que forma vamos ser informados.

 

Hoje, neste estado, parece que nada mais acontece além das blitzes da BM. Claro que são ações corretas e necessárias. Mas, a quem interessa fazer o povo crer que apenas com esta ação o problema da segurança pública está resolvido. Sabemos que a questão é mais ampla e envolve inúmeros outros fatores. Um exemplo são as várias escolas que suspenderam o início do ano letivo por… falta de segurança.

 

Compare o espaço dado às ações da BM com o de outros temas.

 

Transporte escolar – A governadora quer se eximir da sua responsabilidade e repassar o ônus aos municípios. Milhares de alunos fora da sala de aula. Até a FAMURS está denunciando a falta de diálogo.

 

Nomeações- Há vários órgãos do estado praticamente paralisados, por falta de coordenadores.

 

Máfia das consultas- Já imaginaram se isso acontecesse com o outro partido? Seria “terra arrasada”! Estão tentando fazer o povo crer que isto é normal, corriqueiro.

 

Meio Ambiente- Como pode uma governadora nomear para secretário do Meio Ambiente, o advogado da Utresa, empresa responsável pela matança de peixes no rio dos Sinos e isto ser ignorado pela grande mídia?

 

Aliás, agora a governadora quer acabar com a secretaria do Meio Ambiente e criar um órgão para cuidar da irrigação. Claro que a gestão ficaria para os municípios e, pasmem, sem verbas do estado. Os prefeitos já se manifestaram. Mas isto não interessa.

 

Celulose- Seria muito interessante debater sobre os reais interesses da governadora e de vários deputados de sua base, sobre a vinda de grandes empresas de celulose para o estado. Certamente poderíamos começar a matéria indo nas doações de campanha feitas por estas empresas. Monocultura de eucalipto como solução econômica? Que tipo de solo vamos deixar para nossos netos?

Teríamos vários temas para debater, mas ficaria um texto demasiado longo.

 

Não poderia deixar de citar o “grande apreço” que a governadora demonstrou por Santa Maria. Fez aqui mais de 90 mil votos e depois mandou às favas o principal nome do PSDB na cidade e ignorou os vários nomes qualificados que temos para ocupar cargos importantes do estado.

 

Enfim, estamos vivenciando mais um governo do “faz de conta”! De um lado, factóides super dimensionados pela mídia e de outro, fatos graves que são simplesmente ignorados.

 

PS- Aos que dirão que a governadora já pegou o estado nesta penúria financeira, pergunto: Onde estava a Srª Yeda quando da aprovação da Lei Kandir, na renegociação da dívida com a União e quando Britto vendeu metade do estado apenas para pagar salários? Isto tudo foi alertado de que seria maléfico aos interesses do estado. E mais: Ela, fazendo parte do governo Rigotto, não conhecia a real situação do estado?

 

Rogério Ferraz”

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